Adentro no meu apartamento e deslizo sobre a porta, mal conheço aquele garoto e já o vi três vezes hoje, Alan, saber o nome dele foi o mínimo depois dos seus insultos e do ocorrido na estrada.
Corro para o banheiro despachando o banho, visto o moletom e saio rumo a sorvetária, sorvetes me acalmam.
Sentada algures na sorvetaria imersa em meus pensamentos uma voz fofa cativa-me, uma menininha conversa com alguém que julgo ser sua irmã.
-Ele nu veio, ele sempi faz assim, Lucy eu sou uma menina má?- pergunta a menininha linda
-Não Petúnia você não é uma menina má - Lucy afaga seus lindos fios de cabelo e vai escolher os sabores.
-Oi- a menininha linda nota a minha indiscrição e acena para mim com um lindo sorriso encantador
-Oi princesa, como você esta? –pergunto caminhando em sua direção
-Bem, você é muto cuiosa- contorce os lábios cruzando os braços, divirto-me com seu jeito meigo.
-Desculpa- me desculpo envergonhada
-Petúnia- estende o braço, não, não pode ser, prendo a respiração, olho para o braço estendido incrédula.
” -Vai ficar brava comigo Gabi? -Hannah pergunta seguindo meus passos
-Vou, você é uma péssima irmã Hannah-grito
-Quanto drama Gabi, você não vai desobedecer papai e não se fala mais nisso irmã-provoca
-Você não é minha irmã-Hannah faz careta, estende o braço e mostra a pintinha que ambas temos desde a nascença “
-Menina luxe gostou da pintinha que eu tenho baço, papai disse que mamãe tinha uma igual.
-Qual é o nome da sua mãe? -Pergunto, Petúnia entristece
-Minha mamãe...- a menina que estava com ela volta com uma expressão desagradável, parece assustada
-Garotinha oque eu disse sobre não conversar com estranhos- carrega Petúnia que parece triste ainda, olha para mim, arregala os olhos e olha para Petúnia outra vez, não compreendo sua reação, ignoro e me desculpo.
-Luz ela parece ser legal.
-Desculpa eu que me- interrompe
-Eu não quero saber- sai correndo com a menina nos braços.
Continuo parada imóvel, tentando assimilar oque aconteceu agora pouco, a pintinha é idêntica a minha e a que Hannah tinha, papai sempre dizia que é hereditário e eu nunca acreditei, continuo não acreditando, deve ser coincidência, faço o caminho para fora da sorvetaria deixando o sorvete de lado.
Eu só quero me deitar e fazer com que inutilmente minha cama se torne a resolução dos meus problemas, as respostas das perguntas que rondam minha mente, lembro que desde que cheguei a essa cidade não liguei para os meus amigos e Ca, disco o numero da casa de Ca, e ela atende no primeiro toque como se soubesse que era eu, e ela sabia.
-Oi mamãe, perdoe a minha demora, eu estava tão ocupada arrumando as coisas- prefiro não contar que estava em uma festa na casa de alguém que conheci no avião em menos de 24h.
-Tudo bem Gaby, eu e seu pai ficamos preocupados, tudo bem com você? como foi a viagem?
-Eu estou bem, e a viagem foi ótima, Ca a viagem foi longa e a arrumação deixou-me exausta, eu ligarei para conversar com os meus amigos amanha. Boa noite.
-Boa noite filha.
-Boa noite mamãe.
“-Gaby, oque aconteceu com o seu rosto?- Hannah pergunta preocupada
Escondo o rosto com as mãos, não sei oque inventar para que Hannah acredite, entro em desespero e choro baixo para que ela não perceba, quero muito contar a verdade, mas conhecendo Hannah sei que ela faria a casa arder se soubesse.
-Hannah querida, sua irmã brigou com uma colega na escola, mas pode ter certeza que essa colega apanhou mais- Ca diz adentrando no quaro com um saquinho de gelo para os hematomas e o leve inchaço.
-Quem foi Gaby? acho que ela não apanhou o suficiente.
Minha irmã não faz ideia de que a muito tempo eu venho sendo maltratada pela nossa mãe, quem me dera fosse uma colega mesmo, não doeria na alma e no corpo, essa dor é insuportável.
-Hannah, você deveria cuidar da sua irmã e não piorar- Ca diz reprovando o comportamento de Hannah
-Você brigou na escola e os nossos pais não foram solicitados- questiona desconfiada- essa historia esta muito mal contada.
-Eu resolvi isso, já deu Hannah, cuide da sua irmã e esqueça essa menina- Ca diz entregando o saco a Hannah saindo do quarto de seguida
-Gaby, você é sortuda, Ca adora você e cuida de si como uma mãe cuida de sua filha-Hannah diz fitando a porta enquanto segura o saco no meu rosto.”
Estou perdida, estão todos agitados, não é para menos, hoje é o primeiro dia de aulas na faculdade, e é o meu primeiro dia na nova faculdade, caminho desnorteada tentando achar a minha sala, os corredores não facilitam e não saber qual é a minha sala também dificulta tudo, esbaro em alguém que ajoelha-se imediatamente para pegar nas suas coisas caídas sem olhar para mim.
-Me desculpe, eu estou perdida, por favor me desculpe mesmo- digo inclinando para ajudá-la a apanhar seus pertences jogados no chão.
-Tudo bem, a culpa não é sua, eu estava correndo, estou atrasada- diz levantando-se- Gabriella?
-Alice.
-Adoraria poder ficar para conversar, mas eu estou atrasada, a propósito qual é a turma que você está procurando?
-A turma de medicina.
-Meu Deus, o nosso destino é o mesmo, vêm estamos atrasadas.- Alice diz puxando o meu pulso.
Tentei prestar atenção na aula, com os olhares e as pessoas sussurrando não foi fácil, depois da aula alguns aproximaram para me saudar, Alice saiu correndo atrás do professor, não sei se voltará, então decido esperar.
-Gaby, vamos lanchar com os garotos- Alice diz espreitando na porta
-Garotos? - murmurei, seguindo Alice.
-Ali estão eles.-diz indicando uma mesa ocupada por duas pessoas, reconheço Santiago, não faço ideia de quem é o garoto de costas.
-Ela e insuportável, obrigou-me a implorar para dividir o táxi com ela, tao ousada, arrancou o meu celular, e fez com que eu me desculpasse, eu acho que ela se atirou no frente do meu carro de propósito- Alan diz segurando seu chicára de café.
-Ouvir a conversa dos outros é feio, mas não me contive, coincidentemente isso também aconteceu comigo- digo caminhando para encarar Alan que me fuzila com o olhar- Oh, Meu Deus é você- meu sarcasmo faz com Alice e Santigo segurem a risada.
-Você se acostumou com a minha presença, e faz questão de me perseguir porque eu sou tão cativante.
-Enganado, quem persegue lixo é mosca- um silêncio incomodo instala-se no refetório, todos estão encarrando a nossa mesa.
Começo a cogitar na ideia de sair correndo, seria tolice, afinal ninguém mandou eu ter uma língua afiada, Alan finge estar concentrado no celular para não lidar com os olhares, o aperto na chávena faz com que suas veias sobressaiam, denunciando assim sua raiva.
Olho apavorada para Alice e Santiago que são os únicos capazes de encarar as pessoas que não tiram os olhos da nossa mesa por causa de 6 palavras por mim professadas.
CITEȘTI
Trechos do passado
Ficțiune adolescențiGabriela tinha tudo e nada, o espezinho de quem a deveria amar levou-a a cercania da aversão. Alan desconhece o prazer de se sentir amado. Frio, arrogante, crédulo, cético a dor da perda levou-o a criar suas versões mais obscuras.