Capítulo 5

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Adentro no meu apartamento e deslizo sobre a porta, mal conheço aquele garoto e já o vi três vezes hoje, Alan, saber o nome dele foi o  mínimo depois dos seus insultos e do ocorrido na estrada.

Corro para o banheiro despachando o banho, visto o moletom e saio rumo a sorvetária, sorvetes me acalmam.

Sentada algures na sorvetaria imersa em meus pensamentos uma voz fofa cativa-me, uma menininha conversa com alguém que julgo ser sua irmã.

-Ele nu veio, ele sempi faz assim, Lucy eu sou uma menina má?- pergunta a menininha linda

-Não Petúnia você não é uma menina má - Lucy afaga seus lindos fios de cabelo e vai escolher os sabores.

-Oi- a menininha linda nota a minha indiscrição e acena para mim com um lindo sorriso encantador

-Oi princesa, como você esta? –pergunto caminhando em sua direção

-Bem, você é muto cuiosa- contorce os lábios cruzando os braços, divirto-me com seu jeito meigo.

-Desculpa- me desculpo envergonhada

-Petúnia- estende o braço, não, não pode ser, prendo a respiração, olho para o braço estendido incrédula.

” -Vai ficar brava comigo Gabi? -Hannah pergunta seguindo meus passos

-Vou, você é uma péssima irmã Hannah-grito

-Quanto drama Gabi, você não vai desobedecer papai e não se fala mais nisso irmã-provoca

-Você não é minha irmã-Hannah faz careta, estende o braço e mostra a pintinha que ambas temos desde a nascença “

-Menina luxe gostou da pintinha que eu tenho baço, papai disse que mamãe tinha uma igual.

-Qual é o nome da sua mãe? -Pergunto, Petúnia entristece

-Minha mamãe...- a menina que estava com ela volta com uma expressão desagradável, parece assustada

-Garotinha oque eu disse sobre não conversar com estranhos- carrega Petúnia que parece triste ainda, olha para mim, arregala os olhos e olha para Petúnia outra vez, não compreendo sua reação, ignoro e me desculpo.

-Luz ela parece ser legal.

-Desculpa eu que me- interrompe

-Eu não quero saber- sai correndo com a menina nos braços.

Continuo parada imóvel, tentando assimilar oque aconteceu agora pouco, a pintinha é idêntica a minha e a que Hannah tinha, papai sempre dizia que é hereditário e eu nunca acreditei, continuo não acreditando, deve ser coincidência, faço o caminho para fora da sorvetaria deixando o sorvete de lado.

Eu só quero me deitar e fazer com que inutilmente minha cama se torne a resolução dos meus problemas, as respostas das perguntas que rondam minha mente, lembro que desde que cheguei a essa cidade não liguei para os meus amigos e Ca, disco o numero da casa de Ca, e ela atende no primeiro toque como se soubesse que era eu, e ela sabia.

-Oi mamãe, perdoe a minha demora, eu estava tão ocupada arrumando as coisas- prefiro não contar que estava em uma festa na casa de alguém que conheci no avião em menos de 24h.

-Tudo bem Gaby, eu e seu pai ficamos preocupados, tudo bem com você? como foi a viagem?

-Eu estou bem, e a viagem foi ótima, Ca a viagem foi longa e a arrumação deixou-me exausta, eu ligarei para conversar com os meus amigos amanha. Boa noite.

-Boa noite filha.

-Boa noite mamãe.

“-Gaby, oque aconteceu com o seu rosto?- Hannah pergunta preocupada

Escondo o rosto com as mãos, não sei oque inventar para que Hannah acredite, entro em desespero e choro baixo para que ela não perceba, quero muito contar a verdade, mas conhecendo Hannah sei que ela faria a casa arder se soubesse.

-Hannah querida, sua irmã brigou com uma colega na escola, mas pode ter certeza que essa colega apanhou mais- Ca diz adentrando no quaro com um saquinho de gelo para os hematomas e o leve inchaço.

-Quem foi Gaby? acho que ela não apanhou o suficiente.

Minha irmã não faz ideia de que a muito tempo eu venho sendo maltratada pela nossa mãe, quem me dera fosse uma colega mesmo, não doeria na alma e no corpo, essa dor é insuportável.

-Hannah, você deveria cuidar da sua irmã e não piorar- Ca diz reprovando o comportamento de Hannah

-Você brigou na escola e os nossos pais não foram solicitados- questiona desconfiada- essa historia esta muito mal contada.

-Eu resolvi isso, já deu Hannah, cuide da sua irmã e esqueça essa menina- Ca diz entregando o saco a Hannah saindo do quarto de seguida

-Gaby, você é sortuda, Ca adora você e cuida de si como uma mãe cuida de sua filha-Hannah diz fitando a porta enquanto segura o saco no meu rosto.”

Estou perdida, estão todos agitados, não é para menos, hoje é o primeiro dia de aulas na faculdade, e é o meu primeiro dia na nova faculdade, caminho desnorteada tentando achar a minha sala, os corredores não facilitam e não saber qual é a minha sala também dificulta tudo, esbaro em alguém que ajoelha-se imediatamente para pegar nas suas coisas caídas sem olhar para mim.

-Me desculpe, eu estou perdida, por favor me desculpe mesmo- digo inclinando para ajudá-la a apanhar seus pertences jogados no chão.

-Tudo bem, a culpa não é sua, eu estava correndo, estou atrasada- diz levantando-se- Gabriella?

-Alice.

-Adoraria poder ficar para conversar, mas eu estou atrasada, a propósito qual é a turma que você está procurando?

-A turma de medicina.

-Meu Deus, o nosso destino é o mesmo, vêm estamos atrasadas.- Alice diz puxando o meu pulso.

Tentei prestar atenção na aula, com os olhares e as pessoas sussurrando não foi fácil, depois da aula alguns aproximaram para me saudar, Alice saiu correndo atrás do professor, não sei se voltará, então decido esperar.

-Gaby, vamos lanchar com os garotos- Alice diz espreitando na porta

-Garotos? - murmurei, seguindo Alice.

-Ali estão eles.-diz indicando uma mesa ocupada por duas pessoas, reconheço Santiago, não faço ideia de quem é o garoto de costas.

-Ela e insuportável, obrigou-me a implorar para dividir o táxi com ela, tao ousada, arrancou o meu celular, e fez com que eu me desculpasse, eu acho que ela se atirou no frente do meu carro de propósito- Alan diz segurando seu chicára de café.

-Ouvir a conversa dos outros é feio, mas não me contive, coincidentemente isso também aconteceu comigo- digo caminhando para encarar Alan que me fuzila com o olhar- Oh, Meu Deus é você- meu sarcasmo faz com Alice e Santigo segurem a risada.

-Você se acostumou com a minha presença, e faz questão de me perseguir porque eu sou tão cativante.

-Enganado, quem persegue lixo é mosca- um silêncio incomodo instala-se no refetório, todos estão encarrando a nossa mesa.

Começo a cogitar na ideia de sair correndo, seria tolice, afinal ninguém mandou eu ter uma língua afiada, Alan finge estar concentrado no celular para não lidar com os olhares, o aperto na chávena faz com que suas veias sobressaiam, denunciando assim sua raiva.

Olho apavorada para Alice e Santiago que são os únicos capazes de encarar as pessoas que não tiram os olhos da nossa mesa por causa de 6 palavras por mim professadas.

Trechos do passadoUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum