Ventitré

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    A tarde pareceu mais longa do que realmente é, estava ansiosa para que Vincenzo viesse me buscar. Pelo menos deu tempo de tomar um banho dos deuses e escolher uma roupa linda.

Quando chegamos em seu apartamento, eu já podia sentir um cheiro imensamente agradável. Coloquei minha bolsa na mesinha perto do sofá e segui Vincenzo até a cozinha.
ㅡ Você cozinhou? -Perguntei impressionada, ele sorriu para mim e abriu a panela no fogão, o cheiro delicioso ficou ainda mais forte.
Macarrão à Fiorentina. -Ergui as sobrancelhas e bati palmas lentamente.
ㅡ Uau. Eu não fazia a mínima ideia de que você soubesse cozinhar. Foi uma surpresa. -Vincenzo começou a servir dois pratos e eu o ajudei a levar para a mesa na sala de jantar.
ㅡ Que bom. Eu gosto de impressionar. -Ele sorriu convencido e foi buscar o vinho. Não é como se ele precisasse de esforços para impressionar. Só de existir ele já o faz.
Sentamos um de frente para o outro e ele nos serviu o vinho. Dei um pequeno gole no meu, tentando aliviar o nervosismo. Eu me sinto agitada por estar aqui com ele. Uma agitação muito boa.
ㅡ Eu quero que experimente primeiro e me diga o que achou. -Vincenzo pediu, apoiando os cotovelos na mesa e entrelaçando os dedos. Que visão, meu Deus do céu.
ㅡ Ok. Mas isso está com uma cara maravilhosa, duvido muito que esteja ruim. -Peguei um pouco do macarrão no meu garfo e o levei até minha boca, quando a comida entrou em contato com minha língua eu fechei os olhos com o sabor extraordinário. ㅡ Meu Deus. Isso está incrível. -Elogiei sincera, Vincenzo agradeceu e então começou a comer também.

    ㅡ Você e Jisoo são muito próximas? -Ele perguntou quando sentamos no sofá da sala. Vincenzo continua bebendo, mas eu decidi parar. Não quero ficar bêbada hoje.
    ㅡ Muito. Eu a conheço há muito tempo e ela sempre foi minha única amiga. -Respondi, mordendo meu lábio inferior ao me lembrar de algo. Voltei a olhar para ele, que me encarava com as sobrancelhas erguidas.
    ㅡ Pode perguntar. -Ele falou de repente.
    ㅡ Quem disse que eu quero perguntar algo? -Provoquei, sentindo-me atacada. Como ele pode ter tanta certeza que eu quero perguntar algo?
    ㅡ Eu estou vendo no seu rosto, Cha-young. Pergunta logo. -Respirei fundo e desviei meu olhar.
    ㅡ O seu pai me disse que você e a Francesca já foram noivos. -Ainda sem olhar para ele, percebi que o mesmo pareceu incomodado. Merda, talvez eu esteja sendo invasiva demais. ㅡ Mas não precisa falar sobre isso se não quiser, não quero estragar o clima. -Me apressei a dizer.
    ㅡ Não, tudo bem. Você precisa saber. -Voltei a olhar para ela. ㅡ É verdade, eu pedi Francesca em casamento, mas foi apenas porque eu pensei que ela estava grávida. -Puxei uma respiração fraca e engoli em seco, sentindo uma dor estranha no peito. Imaginar Vincenzo sendo feliz com outra mulher me abalou de alguma forma. ㅡ Eu nunca gostei realmente dela, não como ela queria que eu gostasse. -Franzi o cenho. ㅡ Uma vez, bêbado, eu me deixei levar e ficamos juntos. Por coincidência, ela engravidou. Ou pelo menos era nisso que ela queria que eu acreditasse.
    ㅡ Como assim? -Questionei, já imaginando o rumo da história.
    ㅡ Ela mentiu, ela inventou uma gravidez falsa para se casar comigo. Francesca sabia que meu senso não me deixaria ficar em paz se não me casasse com ela. Eu era mais novo, estúpido. E sempre acreditei que um homem deve manter a família por perto e unida, como meu pai me ensinou. -Percebi o brilho de dor no olhar dele, e desejei conseguir varrer essas memórias ruins para muito longe do seu coração.
    ㅡ Que absurdo. Isso foi extremamente cruel. -Sussurrei desacreditada. Realmente a relação deles pareceu um filme, mas não como eu imaginei. Na verdade, foi um filme de cheio mentiras e mais mentiras.
    ㅡ Eu nunca havia me imaginado como pai, mas quando ela disse que estava supostamente grávida, eu quis ter aquele bebê. Deus sabe como eu quis. Mesmo não sendo com alguém que eu amava, eu o quis. -Ele soltou um suspiro trêmulo e eu quis chorar. Soltei uma respiração dolorosa e joguei meus braços ao redor dos seus ombros, o abraçando forte.
Eu juro por Deus que vou fazê-lo esquecer essa megera e todo esse trauma que ela deixou na mente dele.
    ㅡ Eu sinto muito. -Sussurrei chorosa. Senti as mãos de Vincenzo subindo pelas minhas costas e parando na minha nuca, onde ele me puxou delicadamente para olhar em meus olhos.
Ele me analisou bem, os olhos castanhos passearam pelo meu pescoço, cabelo, bochechas, olhos e boca. Eu me senti a coisa mais linda desse mundo, pela primeira vez eu senti que alguém estava me admirando de verdade.

Amore, Guerra e Gigli - Chaenzo (EM REVISÃO)Where stories live. Discover now