C A P Í T U L O 3

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A segunda-feira chegou e com ela o meu despertador das sete horas da manhã

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A segunda-feira chegou e com ela o meu despertador das sete horas da manhã.

A Milk&Milk abria às oito e meia, eu fico sempre com o primeiro turno, das oito e meia da manhã até às três da tarde. É um horário que eu considero bom, pois tenho uma boa parte da tarde e da noite, livres.

Arrumei meu uniforme, conferindo se estava tudo correto.

A Milk&Milk não é apenas uma sorveteira, também é uma lanchonete no estilo anos 80, então o uniforme é aquela famosa saia rodada e curta, com uma blusa mais colada e uma gola bonita, um avental na frente que não cobre metade da saia, e claro, os patins de quatro rodas.

Não é o tipo de vestimenta à qual me sinto confortável, mas é o uniforme e eu não tenho tanta escolha.

Os homens do lugar costumam paquerar as garçonetes, o que me incomodava bastante no início, mas assim que Dorothy foi contratada, ela roubou toda a atenção com seu corpo escultural e cabelos estupidamente loiros. Ela adora a atenção que recebe e eu fico feliz que agora eu passe despercebida pelos homens.

Visto-me com o uniforme e prendo meus cabelos em um rabo de cavalo. Calço um par de tênis qualquer e jogo um sobretudo por cima da roupa mais... vulgar.

Com meu celular em mãos, desci as escadas e me deparei com Brendan sentado no sofá, com um olhar fundo e roupas amassadas.

— Eu falei que não era boa ideia beber ontem.

— Já está pronta, Hope? — Ele perguntou, abrindo sua boca em um bocejo e esticando os braços para os lados.

— Estou.

— Ótimo, vamos. — Ele me joga o capacete e mordo o lábio inferior. Não gosto de motos.

Brendan costuma me levar e me buscar no trabalho todos os dias. Ele é um irmão bastante zeloso e morre de medo de algo me acontecer.

Eu já pedi para que ele me ensinasse a dirigir, mas ele segue recusando. Normalmente, qualquer garota que tenha dezessete anos já possui uma carteira de motorista, menos eu, a boneca de porcelana do Brendan, que não me deixa nem andar de bicicleta sem surtar.

Acredito que ele tenha se traumatizado com o acidente dos nossos pais.

Eu estava lá. Era para eu ter ido junto para o céu.

Creio que Brendan morra de medo de algo me acontecer e ele me perder também, assim como eu morro de medo de perdê-lo.

A diferença é que eu não fico controlando-o o tempo todo.

— Olha quem chegou atrasada. — Dorothy disse assim que entrei no pequeno vestiário onde guardávamos nossas coisas e calçávamos os patins.

— Apenas um minuto, Dorothy. — Não olhei para ela. Retirei meu sobretudo preto e o pendurei em um cabide com meu nome. Meus patins estão devidamente guardados abaixo dos cabides, pego-os, substituindo-os por meus tênis.

O pecado de JaxOnde histórias criam vida. Descubra agora