𝐐𝐔𝐀𝐓𝐎𝐑𝐙𝐄

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— Não me informou que havia fugido das suas responsabilidades para fazer essa loucura! — Esma nos recepcionou com um grito

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— Não me informou que havia fugido das suas responsabilidades para fazer essa loucura! — Esma nos recepcionou com um grito.

— Claro que não, para não precisar aturar seus escândalos — retrucou Jude, ao descer da carruagem.

Desci sem qualquer ajuda, quase caindo ao tropeçar naquele bolo de tecidos.

— Sua Majestade está furiosa. Quando descobriu que você não estava cumprindo com sua obrigação, acordou o palácio inteiro. Está fazendo isso de propósito? Por que quer tanto irritá-lo?

— Por que não toma conta da sua própria vida em vez de me encher? — retrucou, igualmente irritado.

— O que aconteceu? — perguntei, me aproximando.

— O rei exige sua presença, agora.

— Tanto faz — respondeu, tentando parecer indiferente, mas soou como uma criança mimada.

— Mas ordenou que leve a garota com você! — Esma agarrou seu manto. Foi a primeira vez que a vi tão impulsiva. — Pode fazer o que quiser, mago, mas não a envolva nisso. Você sabe mais do que ninguém que a corda sempre arrebenta para o lado mais fraco.

— O rei? — Franzi a testa. — Por quê?

Jude tocou o próprio rosto, o esfregando, antes de suspirar com frustração.

— Tenho uma vaga ideia do motivo.

— Vão, agora.


Era horrível, angustiante e vergonhoso. Se alguém, além de Kûrush, me dissesse que aquela noite terminaria daquela forma, não acreditaria. Mas lá estava eu, naquela enorme sala.

Sentado no trono à nossa frente, estava o rei do Leste, aquele que por muito tempo pensei que não existia, pois nunca vira sequer um vislumbre de seu rosto.

Mantive minha cabeça baixa desde que entrei na sala. O lugar era tão grande que caminhar desde as suntuosas portas até as escadarias do trono me fez perder o ar, ou talvez tenha sido somente o nervosismo que causou a dor maçante em meu peito.

Grandiosas janelas iam do topo da parede até o chão, convidando o sol a iluminar todo o ambiente e dando ao rei uma visão privilegiada de seu reino.

— Mago. — A voz profunda e rouca denunciava sua idade avançada. — Meu braço direito, servo fiel, aquele que está sempre disponível para atender minhas necessidades.

— Sim, Vossa Majestade Real.

— E a jovem ao seu lado...

Meus ombros se encolheram instintivamente. Jude me encarou, mas não disse nada, apenas fez um gesto quase imperceptível com a cabeça, indicando que eu deveria dizer algo.

A Contadora de Histórias | LIVRO 1 E 2 [𝗘𝗠 𝗥𝗘𝗩𝗜𝗦𝗔̃𝗢]Where stories live. Discover now