Amicia Faye sempre temeu a magia, e embora possua habilidades incomuns, as escondeu e ignorou durante toda a vida. No entanto, quando sua irmã mais nova adoece gravemente e a cura parece impossível, Amicia é forçada a mergulhar em um mundo que sempr...
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O desembarque parecia pior do que o embarque. Sentei-me sobre a mala, aguardando naquela fila interminável de nobres. Talvez os dias a bordo, com bebidas, músicas e jogos, tenham sido demais para a tripulação. Todos pareciam cansados o suficiente para fazer tudo aquilo em silêncio.
Jude estava feliz, radiante, poderia se dizer. Segurava minha mão o tempo todo, acariciando o dorso com seu polegar, às vezes distraído com a visão do porto.
— Acha que algo mudou? — perguntei.
— Foram quase cem anos, com certeza sim. Além disso, eu era muito pobre, e vivi a maior parte da minha vida no campo. Não sou íntimo da cidade.
Quando chegou nossa vez de entregar nossas passagens, o homem deu uma breve olhada nos documentos.
— Bem-vindos ao Oeste.
Não sabia se era algo bom ou ruim. Agarrei a mão de Jude com toda a força que pude e me preparei para descer pela ponte de madeira até o cais. Todo o porto era uma grande bagunça, com muitos humanos, mas meus olhos se focaram principalmente nas criaturas. Talvez, se eu não tivesse visto o povo da floresta, teria ficado mais assustada.
Havia um homem de pele pálida, quase azulada, os cabelos completamente brancos estavam presos em um coque despenteado. Ele ajudava outro homem a carregar uma grande caixa, provavelmente a carga de algum navio.
Seu parceiro possuía olhos ardentes, vermelhos como o fogo, e chifres retorcidos. Seus braços fortes eram maiores que minha cabeça.
— Tá olhando o quê, nanica? — rosnou enquanto passava por nós, e eu tentei desviar o olhar rapidamente.
— Senhora Permelia! Nos vemos por aí! Quem sabe quando voltar da viagem? — Ouvi um grito, era Gilvan, descendo a ponte. — Que o destino cruze nossas vidas novamente! E, rapaz, cuidado com o nariz!
— Vai se foder! — Jude gritou de volta.
O loiro escorregou, caindo de cara sobre o cais e derrubando seu material de trabalho. Vários homens correram ao seu resgate.
— Qual é o seu problema? — Empurrei Jude quase que automaticamente.
— Não fui eu dessa vez, juro!
O que me impediu de me afastar foi a grande multidão de nobres próximos. Caminhei até lá, curiosa com o que viam, percebendo uma jovem uniformizada no meio de todos. Pele arroxeada, olhos dourados como âmbar e o cabelo liso, escorrido como uma cachoeira de piche.
— Nosso reino é repleto de diversidades geográficas. Durante nosso passeio vocês serão surpreendido por florestas luminosas, vales pitorescos e montanhas imponentes. Cada área do nosso incrível Oeste oferece uma beleza natural e única. — Ela sorriu, radiante, com seus dentes pontiagudos. — Peço para que permitam que suas malas sejam inspecionadas antes de irmos, isso evitará problemas futuros para o nosso passeio.