𝐓𝐑𝐈𝐍𝐓𝐀 𝐄 𝐓𝐑𝐄̂𝐒

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Com a boca amordaçada e os pulsos presos, fomos arrastados pela floresta pelos dois homens

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Com a boca amordaçada e os pulsos presos, fomos arrastados pela floresta pelos dois homens.

O mais magro possuía a pele esverdeada, e vez ou outra sorria para mim de forma medonha. Havia folhas verdes por toda parte do seu corpo, mas não sabia dizer se estavam ali por acidente ou se faziam parte dele ao ponto de não me deixar diferenciar seu cabelo das folhagens.

Ele me empurrava com força pelo caminho, suas mãos segurando meus braços presos atrás do corpo. Em certa parte do percurso gritei, tentei fugir e até mesmo mordê-lo, então minha boca foi amordaçada.

O mais forte levava Jude em seus ombros, como se ele não passasse de um saco de batatas. O mago não cooperou, gritando, se debatendo, sendo empurrado e arrastado. Por tanta rebeldia, precisou ser carregado, enquanto emitia sons abafados por sua boca coberta.

— A mochila. — Entendi seu resmungo abafado. — Não toque!

O homem que o carregava não era tão alto como seu parceiro, mas tinha um corpo forte, tanto, que parecia literalmente feito de carvalho. Sua pele parecia ter a textura de um tronco de árvore.

Não sabia dizer quanto tempo andamos, mas uma coisa era clara: se tivéssemos seguido o caminho indicado, nunca chegaríamos a lugar algum. Entendi isso quando se desviaram, entrando em mata fechada, parando em frente a uma parede de folhagem que se ergueu em nossa frente.

O mais forte a tocou com suas mãos, estava denso. Era impossível passar por ela.

O homem verde se aproximou, me puxando consigo pela corda amarrada em meu pulso, me empurrando em direção à ela.

Fechei os olhos, um gemido assustado escapou dos meus lábios pensando que me chocaria sobre uma densa cortina de galhos e rasgaria meu rosto, mas não, meu corpo passou com facilidade, adentrando suavemente por elas.

Atravessamos o interior de algo que parecia ser uma caverna, ou um portal, até o outro lado da floresta.

— Foram rápidos — A voz que ouvimos pareceu mais alta ali dentro.

Do outro lado havia um homem nos esperando.

— E trouxemos dois presentes para a nossa senhora — Fui empurrada aos tropeços sobre ele.

O monstro me analisou com suas grandes orbes negras. Apenas em olhá-lo tive certeza de que não era humano, mas também não estava trajado como o animal selvagem que imaginei que seria.

Usavam uma roupa semelhante a um uniforme de couro, com facas e uma espada pendurada em sua cintura.

— Devem ir, sabem que o senhor Rezeel não tem tanta paciência. Levem os cavalos.

Me debati quando o monstro verde me agarrou pelo braço e tentou me obrigar a montar no cavalo, me joguei sobre o chão e gritei, mesmo que amordaçada. Cheguei a me soltar, e tentar correr, mas foi fácil para ele me alcançar sem que eu chegasse a dar dez passos para longe.

A Contadora de Histórias | LIVRO 1 E 2 [𝗘𝗠 𝗥𝗘𝗩𝗜𝗦𝗔̃𝗢]Where stories live. Discover now