Capítulo 4

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P.O.V. Ucker

O calor do Marrocos fazia meu cabelo grudar ligeiramente na nuca e na testa, mesmo com o ar condicionado do carro alugado por meu amigo ligado. Observo aquele universo tão diferente com o qual estou acostumado na França até chegarmos ao centro desportivo onde haverá o torneio. Ajudo Quinn com o material, vamos ao balcão na entrada para confirmar nossas inscrições e então nos sentamos para aguardar nossa vez, assistindo distraidamente a outros competidores se aquecendo e fazendo comentários pontuais de vez em quando. Dois homens com crachás da organização do evento se aproximam de nós:

Homem: Com licença, senhores Uckermann e Montéquio?

Quinn: Somos nós.

Homem: Estamos fazendo verificações aleatórias de doping em alguns dos competidores, suas inscrições foram sorteadas. Podem nos acompanhar, por favor?

Ucker: Claro.

Pegamos nossas bolsas e nos dirigimos a uma saleta lateral, deixamos as coisas em um banco e partimos para o teste, que era rápido e logo os organizadores tiveram seu resultado. Há um falatório do lado de fora, algumas pessoas chegaram ali, ouço cães começando a latir:

Quinn: Que barulho é esse?

Homem: São policiais, vão desfilar na abertura do torneio com os cães farejadores.

Nós saímos da sala assim que somos liberados, e um dos cachorros começa a latir ferozmente em nossa direção. O policial, com um rosto nada amigável, joga uma das bolsas em nossa direção:

Policial: Quem é o dono dessa mochila?

Ucker: Eu, mas por que...

Policial: Você está preso.

Ucker: O que?

Quinn: Preso? Como assim? Que brincadeira é essa?

Policial: Não há nenhuma brincadeira, senhor. - o policial dá sinal e seu parceiro abre minha mochila, revelando grandes pacotes de drogas ali - este homem está preso por tráfico de drogas.

Ucker: ISSO NÃO É MEU!

Policial: É o que todos dizem. Explique isso na delegacia.

Quinn: Que absurdo! Christopher não é dono disso!

Policial: E como a droga estava na mochila dele, senhor?

Ucker: Isso...deve ter sido um engano, senhor! Alguém deve ter colocado aí e...

Policial: Já chega - ele diz, pegando as algemas na cintura e vindo até mim. Sinto quando elas apertam em volta de meus pulsos.

Quinn: Vou processar vocês!

Policial: Cuidado, senhor. Está ameaçando um agente da lei.

Quinn: Para onde o estão levando?

Policial: Para o Distrito.

Quinn: Eu vou junto!

Policial: Siga a viatura, senhor.

Algemado como um criminoso, sou jogado com violência pelo policial no banco de trás da viatura, ele e o parceiro entram na frente e partem para a delegacia, conversando sobre outra coisa, como se eu não estivesse ali. Pelo vidro, posso ver Quinn me seguindo com seu carro. Ainda bem que ele estava aqui, logo esse mal entendido se resolveria e nós dois voltaríamos para casa.

Enquanto sou interrogado, meu amigo prontamente se dispõe a entrar em contato com os melhores advogados que conhece para representar a nós dois, e somos colocados em salas separadas, ele também será submetido a um interrogatório. O Policial me dá voz de prisão, não acredito que vou ter que passar a noite na cadeia! Quinn também está inconformado, começa a gritar e esmurrar a mesa, brigando com o delegado do Distrito e também acabando na cela comigo:

Que Hay Detrás?Where stories live. Discover now