• capítulo trinta e um •

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O grande dia havia finalmente chegado. Eu não sabia nem o que fazer primeiro.

Eu havia ignorado Elisa ontem o dia inteiro por não saber o que dizer, provavelmente ela deve estar chateada ou brava comigo.

Acordei cedo pois estava animado para o dia e não conseguiria dormir mais. Tomei banho e depois fiz meu café da manhã junto a Paulo. Meu amigo notou meu nervosismo e tentou diversas vezes me acalmar e até que deu certo.

Sexta-feira eu havia falado com Elisa dizendo que eu poderia buscar seu pai na clínica e levá-lo até sua casa enquanto ela arrumava a mesma para sua chegada, e ela concordou.

Vou buscar Gabriel apenas à tarde, às 17:00, para ser mais exato. Paulo e Taís irão se encontrar comigo na casa de Elisa, para juntos fazermos uma surpresa a ela. Minha amiga ficou encarregada de levar os comes e bebes até lá e Paulo, os balões e confetes. Eu havia comprado um presente muito especial.

Como eu ainda tinha bastante tempo até o horário marcado, decidi ligar para meus pais.

- Oi, filho! - minha mãe apareceu na tela do meu celular.

- Oi, Davi. - meu pai se infiltrou ao lado de dona Laura.

- Oi, pai e mãe! - sorri e acenei para eles.

- Está ansioso para hoje?

- Muito. - respondi.

- Já preparou tudo? - o senhor Almeida questionou.

- Está tudo pronto. Paulo vai comigo, buscar Gabriel e nos encontramos lá com Taís.

- Entendi. Vamos orar para dar tudo certo. Tenho certeza que Elisa vai ficar muito feliz.

- Eu espero muito que ela fique. Vocês vão participar da festa também, né?

- Claro que sim.

- Tá bom, eu ligo quando for a hora.

- Vamos estar esperando aqui. - minha mãe sorriu.

- Mãe e pai, vocês nos concedem a benção se ela aceitar meu pedido?

- Ela vai aceitar sim, filho.

- Se Deus já abençoou vocês, nós abençoamos também. - meu pai pronunciou.

- Amém. Muito obrigado.

- Continua confiando no Senhor que vai dar tudo certo. - seu José me incentivou.

- Vai lá terminar de fazer suas coisas. Nos falamos depois. Amamos você, filho. - minha mãe como sempre carinhosa.

- Tá bom. Amo vocês também, até depois. - nos despedimos e eu desliguei a ligação.

Deixei o celular em cima da cama e fui até meu guarda-roupas para escolher o que usar no dia de hoje.

~~✿~~


Eram 16:00. Decidi tomar mais um banho rápido e depois coloquei a roupa que havia escolhido mais cedo. Vesti uma calça jeans e uma camisa social azul. Nos pés, um sapatênis preto. Arrumei meus cachos de um jeito simples. Passei perfume e verifiquei se estava tudo certo.

- Olha, quanto não ganha um homem desse. - Paulo brincou ao me ver arrumado.

- Hoje é um dia especial, né. - eu ri - Vamos?

- Vamos. - assentiu e saímos do apartamento.

Paulo havia emprestado por hoje o carro do pai dele, para podermos buscar Gabriel na clínica.

- Eu dirijo. - Paulo falou ao nos aproximarmos do carro.

- Qual é, deixa eu dirigir.

- É o carro do meu pai. - ele enfatizou a palavra "meu".

- Mas vamos buscar o pai da Elisa.

- E o que isso tem a ver? - meu amigo riu.

- Você já trouxe ele aqui e depois vai levá-lo de volta. E além disso, faz tempo que não dirijo um carro.

- Isso são apenas desculpas. Mas ok, você venceu. - falou me entregando as chaves.

Dei um sorriso de vitória e entrei pela porta do motorista. Paulo entrou ao meu lado.

Logo já estávamos a caminho da clínica.

~~✿~~

Pegamos Gabriel no centro de tratamento e nos dirigimos até a casa de Elisa. Quando chegamos lá, Taís já nos esperava em seu carro, que estava a poucos metros dali para que Elisa não a visse.

- Então, tudo certo? - desci do carro e fui falar com Taís.

- Tudo sim. Estou com o bolo, os docinhos, salgadinhos e refrigerantes.

- Ok, Paulo e eu buscamos o pai dela e estamos com os enfeites. Você acha que dois balões de coração são de mais? - falei brincando.

- Talvez um pouco exagerado, mas tudo bem. - ela riu - Você está com o anel, né?

- Anel? Que anel? - me fiz de desentendido, fingindo uma expressão confusa.

- Você tá de brincadeira, né, Davi? - o semblante de Taís era de indignação.

- Tô brincando, calma. - eu ri de sua expressão - É claro que eu estou com o anel, afinal essa é a principal coisa que eu vim fazer aqui.

- Bom mesmo. - nós rimos.

- Então, vamos entrar? - vi Gabriel e Paulo saindo do carro de trás.

- Vamos. - Taís falou.

O pai de Elisa foi na frente com os docinhos e salgadinhos, Taís estava logo atrás segurando o bolo. Paulo e eu fomos os últimos, eu segurava um balão de gás hélio vermelho em formato de coração e Paulo segurava outro.

Interrompi Gabriel que estava prestes a chamar Elisa para ela abrir o portão, e liguei rapidamente para meus pais. Quando eles atenderam, avisei-os que já íamos fazer a surpresa. O pai de Elisa chamou-a e um minuto depois ela já estava abrindo o portão.

- Surpresa! - nós gritamos em uníssono quando ela nos viu.

- Ai, meu Deus! - Elisa sorriu e levou as mãos à boca, surpresa.

- Oi, filha. Voltei! - Gabriel a abraçou. Vi uma lágrima de alegria rolar pelo rosto de Elisa. - Feliz aniversário!

_ Oi, pai. Obrigada! - ela olhou para todos nós - Oi para todo mundo. - sorriu.

- Oi, amiga! Parabéns, finalmente o 20 chegou. - Taís brincou e Elisa riu, ao mesmo tempo que abraçava a amiga.

- Feliz aniversário, Elisa. - Paulo a abraçou - Só queria dizer que isso tudo foi ideia do Davi, tá? - falou irônico.

- Muito obrigada, gente. Não precisavam ter feito isso, mas eu amei! - Elisa disse e todos entramos na casa - Podem colocar as coisas em cima da mesa. - ela pegou o bolo de Taís e colocou-o em cima da mesma.

- Feliz aniversário, Elisa! Que Deus te abençoe muito! - meus pais falaram na ligação. Eles ainda estavam conectados.

- Não acredito! Dona Laura e seu José também participaram disso? - Elisa estava surpresa.

- É claro que sim. - eles responderam, aparecendo na tela do meu celular.

- Muito obrigada mesmo. Estou muito feliz por ter todos aqui. - olhou para cada um de nós presentes. Eu sorri por vê-la feliz.

- Davi, você não tinha algo a mais para fazer? - minha mãe me apressou.

- Ah, é verdade.

Estava tão entretido com a surpresa que até havia esquecido do que tinha que fazer. Engoli em seco e limpei a garganta, um pouco nervoso. As batidas do meu coração aceleraram.
Respirei fundo, me aproximei de Elisa e olhei bem em seus olhos. Ela apenas sorria para mim, sem entender muita coisa.

- Elisa, nós já estamos há um bom tempo orando a Deus para que Ele faça a Sua vontade em relação a nós dois. Nós entramos nesse propósito, pois queremos que tudo aconteça com a benção de Deus. Você sabe que eu te acho uma pessoa incrível e gosto muito de você. Elisa, você é muito importante para mim. - soltei um suspiro, escolhendo as palavras em minha mente - Há uma semana, o Senhor colocou uma vontade muito forte em meu coração, eu orei muito sobre isso e Ele me deu uma direção. Jesus me deu uma confirmação de que eu deveria dar esse passo e por isso estou aqui neste momento para te fazer uma pergunta: você aceita namorar comigo?

Peguei a caixinha peluciada que estava em meu bolso e abri-a revelando um par de anéis prata. Elisa olhava-me surpresa e com um grande sorriso no rosto. Ela parecia estar pensando em algo, o que eu não conseguia decifrar. Todos olhavam para nós com muita atenção, esperando sua resposta.

-Davi, eu... - ela estava sem palavras - Sim! Mil vezes sim!

Eu não conseguia tirar aquele sorriso bobo do rosto. Nunca pensei que ficaria tão feliz em ouvir uma simples resposta positiva. Coloquei um anel com detalhes em glitter prateado em seu dedo anelar da mão direita e eu fiz o mesmo em mim. Ficamos nos entreolhando por alguns segundos enquanto todos comemoravam alegres ao nosso redor.

Eu realmente não tinha palavras para descrever o que estava sentindo no momento. Era uma felicidade que não cabia em mim, eu só tinha a agradecer ao meu Deus por tudo.

Em um impulso, Elisa me abraçou e eu a abracei de volta. Era como se mais nada ao nosso redor existisse, apenas eu e ela. Ficamos sentindo o calor um do outro até nos darmos conta de que tínhamos que continuar comemorando o aniversário dela.

- Finalmente estão namorando, né? - Paulo brincou, vindo até nós - Agora vamos comer que eu estou com fome.

Paulo foi correndo até a mesa onde se encontrava a comida e roubou uns docinhos.

- Ei, espera aí. Tem que cantar parabéns! - minha mãe falou do celular.

- Pois é, vamos lá então. - Gabriel falou.

- Parabéns pra você... - Taís começou e todos a acompanharam.

Cantamos parabéns para Elisa e depois todos foram até a mesa de comes e bebes para se servir. Peguei um pedaço do bolo e experimentei.

- Nossa, isso está muito bom, Taís. - comentei com ela - Foi você que fez?

- Foi sim. Que bom que gostou, notou os morangos no meio?

- Notei sim. Eu amo bolo de morango, ainda mais com chocolate junto.

- Eu perguntei para Elisa um tempo atrás, qual era o sabor de bolo preferido dela, e ela me disse que era esse.

- Foi por isso que você chegou em mim do nada e perguntou isso? - Elisa entrou na conversa.

- Sim, né. Se eu perguntasse mais perto da data, você iria desconfiar.

- Nossa, mas vocês esconderam bem de mim, né? - Elisa riu - Eu até fiquei estranhando ontem e hoje que ninguém estava falando comigo. Davi nem se fala.

- Desculpa, era a surpresa, né.

- Ah, como nós queríamos estar aí. - minha mãe falou na ligação, meu celular estava no balcão ao nosso lado.

- Pois é. Quem sabe a gente manda um pedaço do bolo por sedex pra vocês. - brinquei.

- Seria bom. - todos rimos - Bom, nós temos que desligar, filho.

- Tá bom. - peguei meu celular. Elisa estava ao meu lado.

- Que Deus abençoe muito vocês dois, viu?

- Amém. - falamos juntos - Tchau! - acenamos para eles, que se despediram e acenaram em resposta.

~~✿~~

Continua...

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