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Dois meses depois.

― Você vai viver como, Pete? ― Kiet perguntou e o mais novo respirou fundo ― Você não trabalha, você ainda está estudando!

― Eu posso muito bem conseguir um trabalho de meio período e eu tenho dinheiro guardado, eu irei conseguir sobreviver sozinho ― Pete disse e Kiet suspirou ― Pai, eu já tenho idade suficiente para morar sozinho e o senhor sabe disso.

― Mas eu não quero você longe, eu não quero imaginar as coisas que você pode conhecer e aprender longe de mim!

― Eu já conheci e aprendi as coisas pai, eu não sou uma criança ― Pete disse com calma ― Pai, eu não vou para tão longe assim, é só algumas ruas, eu venho lhe ver sempre na semana.

― Isso tudo foi por causa dele, não é? Você estava tão bem como sempre ― Kiet suspirou se sentando no sofá ― Sabia que te deixar perto dessas pessoas aconteceria esse tipo de coisa.

― Pai, por favor ― Pete suspirou ― Não é culpa de ninguém, não é influência de ninguém, eu apenas quero ir embora, quero viver a minha vida. O senhor sempre achou que eu iria viver aqui?

― Às vezes sim, mas lembrava que você é como sua mãe, cheio de sonhos e vontades.

― Por isso mesmo, eu não estou pedindo sua permissão, apenas estou avisando que vou embora e que eu espero que o senhor me perdoe por algo que fiz, mesmo eu não vendo no que mereço perdão por algo, mas nunca se sabe ― Pete sentou perto do pai― O senhor sabe o que eu quero para a vida.

― Eu sei, mesmo que eu ainda ache que ser curioso demais vá te trazer problemas para o futuro.

― Pai, todo mundo é curioso.

― Eu perdi sua mãe por uma curiosidade dela, o meu medo é perder você também. Que você queira se meter nas coisas e acabe se machucando.

― Não vai acontecer nada ― Pete sorriu.

― Ele vai morar com você? ― Kiet perguntou e Pete fugiu do olhar do pai abaixando a cabeça ― Eu sei sobre ele, vi vocês durante esses dias almoçando juntos, andando juntos.

― Eu não vou pedir desculpas por isso, eu gosto do Vegas.

― Isso não me importa, ele ainda vai te magoar do mesmo jeito ― Kiet riu ― Mas ele irá morar com você?

― Não pai, ele não vai.

― Eu torço para que ele não te magoe mais do que eu espero.

― Por que o senhor é assim? ― Pete passou as mãos pelo rosto ― Poderia simplesmente ficar calado sobre isso pai, não dizer o que acha que vai acontecer.

― Eu não acho que vai, eu sei que vai. ― Kiet disse sério ― Ele vai te magoar, eu sei disso.

― E eu sei que o senhor está errado pai, como muitas coisas que o senhor me ensinou ou me privou ― Pete disse por fim.

-x-

― Como foi? ― Arm perguntou ajudando Pete a colocar as caixas dentro do pequeno apartamento que havia alugado.

― Estranho, mas libertador ― Pete respondeu ― Eu não esperava muito do meu pai, o meu medo é ele morando sozinho...

― Pete, não invente de trazer seu pai para morar com você, será a mesma coisa, cara ― Pol disse de dentro do apartamento. ― Ele sabe se cuidar e outra, você irá visitá-lo todos os dias ou de dois em dois dias, não acho que um problema de saúde vá acontecer assim tão rápido.

― Pol tá certo ― Arm murmurou colocando a caixa perto do namorado.

― Eu só... Ele é meu pai e minha preocupação ainda é grande com a saúde dele.

― Você sempre vai se preocupar, Pete ― Pol abraçou Arm ― Mas não vai parar essa sua nova vida por isso, seu pai se cuida sozinho e não precisa de uma babá. Sei que eu e Arm podemos estar sendo um casal sem coração, mas para gente isso é o certo.

― Obrigado pela ajuda ― Pete disse e os dois sorriram.

― Nós precisamos ir, tenho um almoço na casa da minha sogra ― Pol disse e Arm corou fazendo Pete rir ― É para deixar a porta aberta?

― Sim, Vegas já deve estar chegando.

Assim que os dois saíram, Pete começou a tirar as coisas das caixas, eram algumas coisas de seu quarto para decorar, algumas roupas e objetos de sua mãe. O apartamento era pequeno e um dia atrás Pete havia conseguido retirar o dinheiro que sua mãe deixou na poupança e comprou alguns móveis. Enquanto arrumava a pequena estante ele não percebeu quando Vegas entrou no apartamento devagar segurando uma rosa branca, se aproximou e pegou Pete pela cintura o abraçando.

― Vegas! ― Pete quase gritou e Vegas riu ― Não faz assim, sabe que eu me assusto fácil.

― Já está arrumando?

― Sim, quero logo deixar com a minha cara ― Pete se virou assim que Vegas o soltou ― Por que você tem uma rosa branca?

― Então... ― Vegas passou a mão pelo cabelo e Pete riu ― Eu sinto coisas maravilhosas com você, eu me sinto bem e completamente apaixonado quando você está por perto, pode não ser o melhor pedido, mas já que você agora está começando uma nova vida em um novo lugar sendo você mesmo acima de tudo; Me deixa fazer parte disso com você? Me deixa estar com você ainda mais nessa etapa?

Vegas...

― Você quer namorar comigo, Pete? ― Vegas perguntou e Pete sorriu pulando e abraçando Vegas pelo pescoço ― Isso é um sim? Eu ainda não sei se isso é um sim ou não.

― Por que seria um não?

― Sei lá, você poderia me abraçar para parecer um amor como sempre aí me dizer um não ― Vegas disse e Pete riu deixando beijinhos pelo rosto do outro.

― É um sim, seu idiota!

― Amém! Eu não iria aguentar um não. ― Vegas segurou o rosto do agora namorado e o beijou suavemente aproveitando a sensação daqueles lábios e daquele momento.

mine • vegaspete •Onde histórias criam vida. Descubra agora