𝑷𝒍𝒂𝒏𝒐𝒔 𝑰𝒎𝒑𝒆𝒓𝒇𝒆𝒊𝒕𝒐𝒔 - The Umbrella Academy

CAPÍTULO 13

CAPÍTULO 13:
Discussões, Bebidas e Unicórnios

Corri para pegar a minha bolsa e meus documentos. Por que eu sempre tenho que estar atrasada? Hoje gravarei as minhas próximas músicas e a ansiedade me fez dormir tarde ontem. Cinco entrou no meu quarto e se espantou com a minha pressa, ele sempre chega nas horas erradas.

— Por que a pressa? — ele disse ao fechar a porta.

— Era para eu estar na gravadora há uns vinte minutos atrás — eu disse, espirrando um perfume de leve.

— Quer que eu te leve? — ele se ofereceu, considerando que ele dirige bem mais rápido do que eu, aceitei.

— Obrigada — eu disse lhe dando um selinho rápido e saindo do quarto em passos largos.

Cinco dirigiu feito um louco, não tão diferente do normal. Se eu chegar viva no estúdio já é vantagem.

— Boa sorte — ele disse quando parou o carro.

— Vou precisar — lhe dei mais um beijo até notar que ele estava puto de raiva ao ver Peter. Ele ia começar a dizer algo mas eu o interrompi — Não começa!

Ele apenas travou o maxilar e, esperou eu sair do carro para arrancá-lo numa velocidade absurda. Ver Peter na recepção agora sem dúvidas é bem diferente — e constrangedor — do que da primeira vez. Ele me levou à sala de gravação, onde eu via meu sonho acontecer. Borboletas no estômago quase me fizeram voltar, por medo de fracassar. De vez em quando eu me beliscava para checar se isso era real, e era.

Gravei três músicas, as minhas composições favoritas, e uma delas é até dedicada aos meus irmãos. As músicas poderão ser lançadas em alguns meses se tudo der certo. Mesmo já na vida adulta, eu me sentia uma criança boba quando vi uma pequena prévia da música, ela estava perfeita. Os diretores elogiaram a minha voz e a minha composição, não contive o sorriso largo e os pulinhos de felicidade.

Na saída, meu sorriso contagiante fez os olhos de Peter brilharem. BRILHAREM COMO A PORRA DA ALIANÇA QUE ELE TINHA NO DEDO. Ele com certeza não estava com isso da última vez que o vi. Meu queixo caiu e minha cara deve estar vermelha agora, de tanta vergonha. Há quanto tempo ele trai a pessoa que confiou essa aliança a ele? Eu não vou ser a pessoa que vai destruir este relacionamento, apesar de achar que eu já fiz isso. Eu e essa minha sorte no amor. Minha frustração ao saber que ele tinha outra pessoa além de mim, não foi nem de longe a pior coisa desse dia.

Voltei para casa no final da tarde, já estava bem escuro para eu continuar na rua, então eu apressei o passo. Cinco estava na sala, aparentemente à minha espera. Ele não tem nada para fazer, não?

— Precisamos conversar — ele disse e subiu as escadas. Eu fui atrás.

— Vish. — nenhuma conversa boa começa assim.

Assim que eu entrei, Cinco fechou a porta e trancou. Ele trancou. Ele estava com uma cara nada boa e eu sentia que o momento de colocar as cartas na mesa se aproximava.

— Eu não quero que você saia com esse cara — ele foi direto, colocando as mãos nos bolsos.

— Ah, não? Me diz o que você quer então. Ultimamente não escolho nada por mim…

— Não seja dramática, eu só não quero que você continue com ele.

— Então com outro pode? — franzi as sobrancelhas. Ele ficou em silêncio, a verdade é que ele quer que eu saia com ninguém.

— Se você continuar saindo com ele, não se assuste se por acaso encontrar o corpo dele na rua. — ele ameaçou a vida de Peter, apontando seu dedo para mim. Ignorei a ameaça, são tantas que eu até acostumei.