CAPÍTULO 57

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CAPÍTULO 57:
Uma noite marcante.






Vi Cinco arrancar o carro e o acompanhei com os olhos até não conseguir ver mais. Não sei se o que eu estou fazendo está certo, deixar minha filha e meu marido praticamente sozinhos — porque Cinco mal sabe dar a mamadeira — parece errado.

Ou então eu só estou me sabotando para não ter uma vida social e feliz, nem que seja uma simples noite com os amigos. Mas, francamente, eu preciso disso. Cinco vai ter que aceitar que nem sempre terá minha ajuda por perto, especialmente se a filha também é dele.

Ouvi passos em minha direção. Não me dei trabalho de saber de quem os pertencia pois ainda estava vigiando o carro ir embora.

— Vamos entrar, Candy. Está frio. — A voz, pelo menos, era de Ben.

Ele segurou meus ombros e me guiou até os portões da Academia. Foi só quando eu estava no meio da sala que eu voltei a realidade.

— Você tá bem?

— Foi só uma discussão e ele ficou nervoso. Mas tá tudo bem — sorri fraco.

— O Viktor vai fazer as pipocas — disse Ben, empolgado — E o Klaus vai trazer as almofadas.

— Que filme vamos ver?

— De Volta Para O Futuro — Viktor me respondeu.

Soltei meu corpo e me esparramei no sofá.

— Ah, não. Chega de viagens no tempo — minha voz estava abafada pelas minhas mãos cobrindo o rosto.

— Como assim "chega"? — questionou Ben.

— É a Lily. Ela se teletransporta.

— Ai, meu Deus. Uma mini Cinco. Que lindo! Deve ser uma fofura ver um bebê se teletransportando — disse Klaus com brilho nos olhos.

Fofo?! Eu quase arranquei meus cabelos, desesperada, procurando ela. Pra piorar, ela também controla a água.

— Que super bebê — Klaus fez um trocadilho.

— É caótico, não brinca com isso — adverti — E o Stanley? Já demonstrou algo do tipo?

— Bom, ele sempre acerta os brinquedos na minha cara, então acho que puxou o Diego — respondeu Ben rindo de si próprio.

Ele se sentou ao meu lado e, imediatamente e sem pedir, deitei minha cabeça em seu colo. Ben me fez um cafuné enquanto eu sentia o breve alívio de não ter cem por cento da responsabilidade de ser mãe agora.

— Eu estaria sendo muito horrível e cruel se eu dissesse que estou aliviada de não estar com Lily agora? — perguntei a eles, não são meus terapeutas, mas eles tentam.

— Claro que não. Você precisa de um descanso. O vagabundo do Cinco, tenho certeza que ele não faz nada — respondeu Klaus.

— Ele até faz. Mas não tem tanto jeito. Algumas coisas só eu resolvo.

— Então pronto, mulher. Você admitiu que cuida mais do que ele. Precisa de descanso, sim — Klaus disse e de repente meus olhos se pousaram na sua mão.

— Acho que isso me faria descansar — apontei.

— É maconha, tem certeza?

— Tenho. Só não contem pro Cinco, ele vai me matar — peguei da mão dele e coloquei na minha boca. Consegui usar apenas uma vez até Ben se sentir desconfortável e perguntar:

— Você ainda está amamentando, não está?

— Depende.

— Tá bom, eu sei que são ervas naturais e tals, mas não quero ser responsável se sua bebê ficar grogue — Klaus tirou da minha mão.

𝑷𝒍𝒂𝒏𝒐𝒔 𝑰𝒎𝒑𝒆𝒓𝒇𝒆𝒊𝒕𝒐𝒔 - The Umbrella Academy Onde histórias criam vida. Descubra agora