06. Não tivesse escolhido os leeds

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Talvez se eu...
Não tivesse escolhido os leeds.

Noah Hoffman

Os sussurros na sala de aula começaram, todos estavam comentando sobre o mesmo assunto, nesse instante eu senti a falta de Sarah para saber o que ela achava da garota nova, já que ela tinha uma incrível capacidade de julgar caráter. Eu também era novo no colégio, mas já tinha duas semanas a mais que a menina loira.

Ela caminhou e se sentou ao meu lado, logo, deu um sorriso.

- Eu sou Alissa, Alissa Harding! - estendeu a mão em minha direção, e eu a peguei.

- Sou Noah Hoffman.

Alissa me analisava com seus olhos castanhos mel, inchados, mas eu entendia o quão confuso aquilo soava depois de tudo o que havia acontecido.

- O que você quer? - ela indagou, sorri irônico.

- Eu não quero nada de você.

- E porque então...?

- Empatia, Alissa! Empatia, é uma palavra que você provavelmente não conhece, mas eu tenho de sobra. - ela se irritou, ainda com os olhos marejados.

- Eu não conheço? Eu não conheço!?

- Você tava muito acostumada com o Cole, que era um babaca e nunca fazia nada, e quando alguém vem e te faz o mínimo você já acha muito. - respondi, e imediatamente notei que ela havia ficado meio chateada - Mas... isso não é sua culpa... enfim, vamos, eu te levo em casa.

- Não precisa, Noah. Eu não quero nada que venha de você! ‐ ela respondeu seca, com seu ar superior, e então, virou as costas e subiu até o quarto da minha irmã, que alguns segundos após ela subir apareceu na sala toda molhada, formando poças de água por toda a casa.

- Noah, você viu a Alissa? - ela indagou, tentando conter a água com suas duas pequenas mãos, fazendo uma concha embaixo do seu cabelo que estava pra frente. Não adiantava muita coisa, mas acho que ela acreditava fielmente que adiantava.

- Ela subiu! - respondi desinteressado, e então, ela fez uma expressão engraçada, assentiu, e foi caminhando nas pontinhas dos pés para a escada, dando pequenos pulinhos. Levantei rapidamente do sofá e entrei na sua frente, na escada, provavelmente Alissa estaria chorando lá em cima, e possivelmente não queria ser incomodada.

- Eu acho melhor você não subir! - falei com um sorriso amarelo.

- Porque?

- Bom... porque, porque a sua amiga estava com dor de cabeça, e ela subiu para descansar e ficar melhor. Se você subir e ficar falando perto dela, você vai piorar a dor de cabeça dela e ela vai querer ir pra casa. - falei, eu sabia que aquilo iria fazê-la mudar de ideia.

- Ah! Igual com a mamãe, não é?

- Sim, Sarinha, igual com a mamãe.

- Você tem razão ‐ Sarah disse, e então, me abraçou, molhando toda a minha camisa - Obrigada, Noah, você é um amor - ela disse, ainda seria e pensativa, secou as mãos na minha camisa, e então voltou para os seus amigos.

Eu não voltei a ver a Alissa aquele dia, e nem nos dois dias seguintes a ele, no colégio. Entrei na sala de aula procurando pelos cabelos loiros e olhar autoritário dela, que não estavam lá pelo terceiro dia seguido, eu havia ouvido Sarah comentando que a Alissa estava doente, o que era estranho porque não era a primeira vez que eu ouvia dizer que ela estava doente, o que me fazia lembrar da crise de pânico que ela teve três dias atrás na cozinha da minha casa.

Talvez se eu...Onde histórias criam vida. Descubra agora