25 - Camila

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Camila Costa | Pocahontas ⭐️

Um mês, um mês sem meu menino, sem meu amor. Já não sei o que pensar mais, só tenho fé em Deus que ele vai acordar, era um dos sonhos dele ter um filho, e olha eu aqui, carregando um bebê dele.

Hoje o dia estava chuvoso, aqui estou eu voltando do hospital mais uma vez, faço isso todos os dias com a esperança de que ele vai acordar, de que ele vai ver e acompanhar minha gravidez de perto.

Chego em casa avistando minha mãe ali com tio Rogério. Sempre soube que eles estavam tendo algo.

— Boa tarde família. — Desejo. — Oi tio Rogério como está? — tio Rogério venceu o câncer, mais ainda tem algumas dores.

Rogério: Estou bem minha menina, e você e seu bebê? — pergunta.

— Estamos bem, na medida do possível. — Respondo.

Dona Ana: Minha filha, deixei sua sopa preferida no microondas, não deixe de comer viu, quero você é meu netinho bem!

Assinto com a cabeça logo pegando o pote com sopa, e subindo para meu quarto.

Ouço meu celular tocar e pego o mesmo sem ver no visor quem era.

Ligação On

— Alô, quem é? — digo enquanto levo uma colher da sopa a boca.

Agnes: Sou eu Cami, e..eu estou nervosa e preciso da sua ajuda.  — Diz com voz de choro.

— Está chorando? — pergunto. — O que houve?
— ouço um suspiro do outro lado.

Agnes: e..e..eu.  Estougravida — diz rápido.

— Diz devagar Agnes, não consegui entender. — Levo outra colherada a boca.

Agnes: Eu estou grávida, grávida do Talibã. Que
não da sinal de vida, não vem me ver e nem
sequer quer saber de mim. — chora.

— Ai meu Deus, vou ter um afilhado pra brincar
com meu bebê — digo animada, pelo menos uma notícia boa. — Cachinhos, ele está em um momento
difícil, o irmão dele está em coma no hospital, tenta conversar com ele, ele precisa saber, ele deve estar precisando de apoio, sabe o apoio que você, seu pai e minha mãe está me dando? — Ela assente dizendo sim. — Da esse apoio pra ele, ele não tem ninguém, está brigado com a mãe dele.

Agnes: vou ir na boca tentar falar com ele.
Hoje eu  durmo no hospital pra você descansar,
ok?  — respondo um sim. —  Cuida do nosso bebê ai.
— sorrio com o que ela diz. — vai ficar tudo bem e ele vai sair dessa.  Se cuida minha princesa, amanhã vamos sair ok, eu te amo.

— Ok, eu te amo minha vida. — faço barulho de beijo pra ela e desligo.

Ligação Off

Está difícil, acho que pra todos nós.

O morro está em luto, não tem mais bailes, resenhas, pagode, nada. Luto por todos aqueles que perderam a vida na invasão de 28 de agosto.

Nesse momento eu só queria meu menino aqui, ao meu lado....

Não pensei que seria tão difícil passar por isso, sempre soube que namorar um envolvido era incerto, era ter o coração apertadinho quando ele sai pra invasão, é chorar toda vez em que ele chega em casa baleado...

Mais dessa vez, dessa vez foi mais difícil do que todas as outras, e essa invasão com toda certeza ficou marcada em todos nós, todos nós aqui do Complexo do Lins.....

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