Capítulo 61

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Eliza

Desço as escadas pois pelo que parece teremos uma comemoração depois do ataque de ontem, saímos vitoriosos e com poucas baixas, por isso comemorar.

Quando chego no salão vejo todos bebendo com Dante e Amon, eu nunca pensei que veria os dois juntos, mas quando o assunto é bebida as coisas mudam.

Parecem estar num bar enquanto bebem e se divertem com os outros soldados, o clima da música e a bebida é um pouco estranha, está trazendo uma animação que eu ainda não conhecia.

Fico paralisada quando Amon coloca  os braços em volta do meu pescoço e me leva até uma mesa perto dos guardas.

Amon —comemore a vitória junto conosco, é nossa rainha e precisa mostrar para seus guardas que luta junto com eles, chora com eles, se alegra junto deles— sei que ele tem razão, mas não faz muito sentido beber e festejar dessa maneira, não fui criada assim...

—eu estou arrumada demais para esse tipo de ocasião— digo com vergonha, pois estou com um vestido extremamente formal.

Amon —eles não se importam com isso, mas precisa mostrar mais que uma rainha presa em cima da torre que não faz nada, eles arriscam sua vida por você, por acreditar que é a rainha deles, se não consegue comemorar uma vitória perto do seu povo eles vão imaginar que não vão poder contar com você— ele tem razão.

—é impressão minha ou está mais próxima do Dante, pode ser a bebida é claro, mas tenho a impressão que não— digo e ele abre um sorriso bobo.

Amon —ele deixou Safira no meio do jardim sozinha, salvei ela e ele parece estar menos agressivo comigo— agora acho suspeito, se aproximar de mim tudo bem, mas agora começar a ficar próximo de todos é um pouco estranho.

—agora deu para pegar a confiança de outras pessoas?— pergunto e ele apenas abre um pequeno sorriso.

Amon —quem diria que eu veria você com ciúmes da minha atenção, Liza— está convencido demais, só não gosto do que está fazendo.

—cade o vinho?— pergunto mudando de assunto, pois não quero brincar com ele.
(...)

Acho que estou bêbada, pois não paro de soluçar, preciso voltar aos meus aposentos,  mas acho que estou muito tonta para fazer isso sozinha.

Só faço um sinal para Alex que está de guarda, vejo que ele vem na hora, me ajuda a levantar e me acompanha pelo corredor, paro de andar ao escutar a voz do Amon em seu quarto, parece estar conversando com alguém, logo depois escuto o som de algo caindo em sua cama. Tento entrar no quarto, mas a porta está trancada.

—abre a porta maldito!— falo brava, vejo que Alex está com a mão na boca contendo um riso provavelmente, deve estar achando graça por eu estar bêbada.

Quando a porta é aberta só invado, não encontro ninguém lá, não tem janelas sem grades e as paredes são revertidas com cristais que inibim o uso de poder.

Começo a vascular os armários, mas não encontra nada, acho que estou enlouquecendo.

—cade a filha da puta que estava conversando com você?— digo brava enquanto vejo ele rir.

Amon —não tem ninguém comigo no quarto, ciumenta, se acalme— não é possível, até agora não vi ele com nenhuma mulher, é impossível que ele não transe.

—você deve ter alguém, não é possível que em todos esses meses não tenha ficado com alguma mulher— eu não consigo me controlar ou parar de falar, quero saber.

Amon —não tenho ficado com ninguém além de você— mas ele não tem ficado comigo, isso me irrita, parece brincar comigo.

—não é possível, ou você é castrado ou você é gay, não tem outra explicação.

Amon —eu até gostaria de mostrar para você que não sou gay, mas como está bêbada prefiro que vá dormir, pois provavelmente não vai lembrar ou querer conversar sobre isso— diz com um sorriso no rosto, ele está sem camisa e não vejo muitos motivos para isso, não acho que vá dormir agora. Reparo mais nele até ver uma mordida em seu pescoço, não lembro de ter mordido ele.

—é uma vampira?— pergunto seria, vejo que ele vem em minha direção e fica nem diante a mim.

Amon —acha mesmo que tenho outra mulher além de você, Liza?— eu com certeza não duvido disso.

—eu não duvido de nada vindo de vo...

Amon —pelo que eu saiba você é a única vampira que eu conheço no purgatório, pare de surtar a toa.

Ele simplesmente me pega pela cintura e me puxa para o corredor, me beija e logo depois fecha a porta na minha cara.

Amon —leva ela logo para o quarto, Alex— diz alto de dentro do quarto.

Noto que o ruivo estava em frente ao quarto o tempo todo me esperando, ele viu todo o surto que dei, inclusive escutou. Estou morrendo de vergonhas.

Rainha do PurgatórioOnde histórias criam vida. Descubra agora