Dante
Enquanto todos estão a discutir na sala de jantar noto que Amon está olhando para porta que leva ao jardim, pelo que eu lembre Eliza foi para lá a poucos minutos, me pergunto se a discussão a sobrecarregou muito.
Queria levantar para ir atrás dela, mas com certeza Amon vai se incomodar com isso, pois só não foi ainda por todos estarem na mesa.
Amon —chega, o jantar acabou, podem ir embora se quiserem— diz se levantando, acho que não aguenta mais a gente.
Dante —claro, vai ser uma honra não precisar mais olhar para sua cara— falo com um sorriso e ele fecha a cara enquanto me olha por alguns minutos, seu olhar foi para um jarro de água no meu lado, protejo meu rosto quando vejo ele rachar, logo escuto ele explodir derramando água em cima da minha roupa, minhas mãos estão cortadas por causa dos cacos de vidro.
Amon —nenhum de vocês tem o direito de tirar minha paciência, inclusive você Dante— diz se levantando e saindo da mesa.
Cristian —pelo que parece é a única forma de você aprender a parar de irritar ele, pois não entendo como ainda aguenta você— diz normalmente enquanto se levanta, estou pasmo que estejam levando essa ação dele de boa como se não tivesse feito nada.
—isso é sério, não vão bem ficar preocupados comigo?— pergunto enquanto tiro os cacos de meu braço.
Henri —na verdade não, não é como se você fosse morrer não é mesmo?— pergunta com um tom de sarcasmo o que me faz ficar meio irritado, pois está me imitando de certo modo.
Alex —tio, são apenas cacos de vidro, sabe que o Amon poderia fazer pior, pelo menos aprendeu que a paciência dele não é infinita— sinto que ninguém mais se importa comigo nessa família.
Soleil —vocês poderiam ser menos rudes— ele parece estar sem entender a reação deles comigo.
Cristian —não temos nada contra o Dante, pai, só que ele só aprende se ferrando, é isso— fecho a cara ao escutar isso.
Henri —e as vezes se comporta como uma criança emburrada como deve ter notado— diz enquanto olha para mim.
—tem como pararem de falar de mim como se eu fosse uma criança?!— digo irritado, mas eles me ignoram.
Cristian —infelizmente não vai dar, você está todo animado com o fato de agora poder ficar com a Eliza, mas não notou que ela ainda tem algo com o Amon, eles não terminaram o relacionamento deles, não serem mais casados não significa que ela vai pular em seus braços— por quê eles não podem simplesmente me deixar quietos.
—vocês são piores que judas as vezes— digo me virando sair, pois não aguento mais eles.
Eliza
Acho que pelo tempo que estou no jardim a conversa na sala de jantar já deve ter terminado, acho melhor apenas entrar, quero conversar com todos ainda, melhor separadamente já que o clima parece pesado.
Entro novamente no castelo, passo pela sala de jantar já vazia, tem uma jarra de água quebrada em cima da mesa, provavelmente alguma coisa aconteceu, mas como não estou vendo sangue ninguém deve ter morrido.
Consigo escutar alguém no outro cômodo, parece ser o ranger de uma cadeira, vou até lá só para averiguar, abro a porta e entro na dispensa de materiais de limpeza, Dante está sentado em uma cadeira com uma pinça na mão esquerda, parece estar tentando tirar algo de braço, mas não consegue.
—está precisando de ajuda moreno?— pergunto normalmente e ele fica me olhando por um tempo.
Dante —na verdade vou sim, mas não vai perguntar como me machuquei?— parece querer que eu pergunte, mas já imagino que deva ter irritado meu marido...
—não, isso é problema seu para dizer a verdade, mas posso te ajudar com o ferimento, me dá essa pinça— digo e ele apenas me entrega, pego uma cadeira e coloco na frente dele, derramo álcool em minhas mãos e em seu braço, ele mordeu o lábio, provavelmente ardeu.
Me sento na frente dele, seguro seu braço com uma mão e com a outra começo a tirar os pedaços de vidro um por um com cuidado, ele não se mexeu, está bem quieto na verdade.
Olho para frente só para ver se realmente não está sentindo dor, acabo me deparando com seus olhos violetas fixos em mim o que me desestabiliza por um momento.
Dante —já disse o quanto você é linda e cuidadosa?— não consigo não estranhar sua frase, inclusive levantei uma sobrancelha.
—não, você nunca disse isso— falo séria voltando a tirar os estilhaços de vidro do seu braço, pois quando mais rápido acabar irei sair dessa situação estranha.
O silêncio se instalou por alguns minutos o que me fez ficar aliviada.
Dante —sabe pestinha, se você e o Amon não voltarem eu gostaria muito de ter uma oportunidade de sair contigo— travo no mesmo lugar quanto estou enfaixando seu braço, me levanto sem olhar para ele e saio do cômodo sem dizer uma única palavra.
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Rainha do Purgatório
RomanceElisa é uma demônia nascida no inferno, foi tirada de sua família quando tinha acabado de nascer para se tornar rainha de um dos lugares mais perigosos que já existiram. Ela vai ter que aprender muito até ser aceita como rainha, vai trilhar um long...