Capítulo 117

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Eliza

Pelo que me contaram, Amon e Dante abriram o caixão do pai deles e encontraram duas cartas, decidiram abrir daqui a cinco dias, eu estranhei porquê meu marido vai abrir na mesma data, mas quando Amon falou que  seria o dia do aniversário dele caiu a ficha.

Eles fazem aniversário no mesmo dia e não sabem disso, eu sabia da data de aniversário que o Dante comemora, mas as informações sobre o Amon foram perdidas a muito tempo, então ninguém sabe muito sobre a infância dele.

—viu, eu sempre disse que vocês são irmãos— falo abraçando as costas dele enquanto se olha no espelho.

Amon —cada vez parece mais convincente essa sua teoria, mas meu pai deve ter falado para ele comemorar nesse dia para lembrar de mim, nada mais que isso, agora me diz, por que está me abraçando?— eu tenho que ter motivos para fazer isso agora?

—não posso apenas querer ficar agarrada em você?— falo enquanto passo a mão em seu abdômen o que faz ele tremer e segurar minha mão para mim parar.

Amon —não sou acostumado com esse tipo de carinho, Eliza, seja direta, por favor?— parece incomodado com demonstrações de carinho, mas o que mais me impressionou foi ele dizer  por favor.

—quero que façamos... aquilo sabe. Estamos a meses sem...— por que eu pareço uma virgem ao falar dessas coisas?!

Vejo Amon se virar e agarrar minha cintura me fazendo ficar um pouco assustada, pois me empurrou até me prender na parede. Só engulo seco, pois ele está um pouco mais intenso e dominador que antes.

Amon —você disse que estava aberta a coisas novas certo? Podemos sair então, foder no castelo é uma chatice— sua expressão maliciosa e sorriso estão me deixando sem ar.

—ce....certo— digo travando um pouco.

Dante

Estou sentado em uma poltrona olhando para a porta de entrada do castelo, pois já faz mais de 40 minutos que Eliza e Amon simplesmente saíram sem avisar, o que é extremamente estranho, pois sempre falam onde vão.

Henri —para de ser paranóico, Amon não vai fazer nada com a Eliza, provavelmente saíram para jantar ou fazer outras coisas, estranho seria se eles ficassem sumidos por dias— diz parando na minha frente enquanto me olha com um sorriso calmo.

—eu acho suspeito ele ter designado a gente a cuidar de outros reinos enquanto ele fica aqui com a Eliza— isso é estranho, parece querer nos afastar dela.

Escuto um riso no canto direito da sala, Cristian está com a mão na boca, parece ter achado graça do que eu disse.

Cristian —agora você está sendo realmente muito paranóico, os outros reinos precisam de proteção adequada e nós somos os melhores para isso, inclusive foi a Eliza que escolheu onde ficaremos. Amon, pode querer afastar você, mas não tem motivos para fazer isso conosco, não ficamos provocando e causando problemas em seu casamento— por que eu sou sempre o vilão aqui! Estou apenas preocupado com a Eliza, não confio nele, e se tiver levado ela para algum lugar distante para mata-la e roubar a metade da jóia que está com ela?

Henri —na verdade o Amon disse que um de nós ficará aqui para cuidar das coisas na ausência dos dois, mas obviamente não será o Dante e sim o Alex— só reviro os olhos ao ouvir isso.

Cristian —não queria ficar separado do meu filho, mas não tenho muita escolha sobre isso— ele parece realmente triste com isso, pois não conseguiu se aproximar muito dele, Alex o perdoou, mas parece ter dificuldade em se aproximar, claro que entendo que cada um tem seu tempo.

Henri —fica tranquilo sobre isso, Amon não decidiu quem ficará aqui, mas com toda certeza do mundo afirmo que não vai ser o fura olho do Dante— quem esse idiota chamou de fura olho?

—eu não sou fura olho!— digo irritado o que faz os dois abrirem um sorriso.

Cristian —na verdade é sim, lembra daquela bela ruiva pelo qual me apaixonei a décadas atrás? Você começou a dar em cima dela depois que eu mostrei sentir algo por ela— diz sério e eu fico um pouco em silêncio ao lembrar dela.

—não é bem assim,  só não tinha reparado na beleza dela de início, ninguém dava nada pela recém chegada, não gostava das sardas dela de início, pois nunca tinha visto algo assim antes, além disso, ela me deu um fora na primeira cantada que dei— digo de forma séria e Cristian fica me encarando por um tempo, parece não acreditar em minhas palavras.

Henri —pera aí, era essa mulher que era a mãe do Alex? Por que tipo, os dois são ruivos, claro que Alex não tem sardas, mas...

Cristian —sim, eu fui cuidar de outro reino no Sul e levei ela comigo, Alex nasceu lá— então ele se afastou da gente de propósito naquela época.

Henri —precisava mentir para gente que estava com alguém?— parece meio indignado com isso.

Cristian —na verdade precisava sim, não de você Henri, mas do Dante, ele não para até conseguir dormir com todas as mulheres que nunca ficou— isso é uma calúnia!

—eu não sou assim!— noto que dessa vez o Henri ri.

Henri —você já dormiu com 99% das empregadas do castelo, todas as nobres, casadas ou não, plebeias e noivas— eles estão contando com quem eu dormi? Olho Alex ir até a mesa de centro pegar alguns papéis, está fazendo os trabalhos de economia já que nem Amon, nem Eliza conseguem fazer, eu também não sei e não gosto, não posso julgar.

—eu não sou esse monstro sedendo por sexo que vocês me fazem parecer ser— digo me levantando me preparando para sair indignado com meus irmãos que mais parecem meus inimigos as vezes.

Alex —olha tio, não é querendo ficar contra você nesse assunto que eu nem sei do que se trata, mas você dormiu com a Maori, acompanhante da rainha, começou a insistir na Eliza depois que casou, pode ser impressão minha, mas está mostrando mais interesse agora que está compromissada que antes, não deixa de correr atrás de mulheres atraentes e de ir em borteis, você dizer que não é viciado em sexo é mais como uma piada, com todo respeito— esse garoto  consegue ser pior que o Cristian as vezes— agora se me terem licença.

Vejo Alex se retirar da sala segurando uma pilha de papéis.

Henri —acho que nosso sobrinho respondeu sua pergunta— parece estar achando graça.

Cristian —já pode ficar mais tranquilo, Dante, nossas majestades  voltaram— diz normalmente o que me faz olhar para frente, Amon entrou e Eliza logo atrás dele, mas seu rosto está tão vermelho que parece um tomate, seu cabelo está cheio de folhas secas e galhos, sua blusa está amassada e desabotoada em certas partes, está com pequenos arranhões na pele e marcas vermelhas em todo seu corpo, não parece hematomas comuns... acho que são chupões...

Ela estava andando normalmente até ver a gente, ficou paralisada e depois  correu para escada que leva ao quarto dela, acho que não esperava ver a gente na recepção.

Se eles falarem que a Eliza voltar assim não é estranho vou bater muito neles.

Amon —vocês não tem trabalhos para fazer não?— pergunta nos olhando enquanto espera resposta, parece bravo conosco por estarmos aqui.

Cristian —você não bateu na Eliza, bateu?— dessa vez ele ficou sério, pois a Eliza sempre fica fica arrumadinha, não ver ela assim é estranho.

Amon —não, eu não sou tão baixo em bater em uma mulher, estávamos na floresta, deveriam parar de se preocupar tanto, se a Eliza se sentir ameaçada um dia vai ter mais chances de me matar do que vocês— agora vão trabalhar, vão.

Rainha do PurgatórioWhere stories live. Discover now