Capítulo 9

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Esta é uma obra de ficção, feita por fã e sem qualquer relação com a realidade.

Sentada no sofá, Soraya se aproximou ainda mais da outra. Com um medo que não conseguia camuflar, levou as mãos ao rosto de Simone, tocando-o pela primeira vez com os dedos. Contornou aquela pele delicada e macia, sentindo o calor que dela emanava. Quando chegou aos lábios, lá manteve os dedos, mas voltou seu olhar para os olhos de Simone.

— Você é linda.

— Você sempre me dizia isso, Yaya. — As bochechas de Soraya ficaram imediatamente rubras. Simone então tocou as mãos de Soraya, as tirou de seu rosto e as apertou muito forte sobre o próprio colo. — E embora eu nunca tenha dito, afinal não achava prudente, também sempre te achei linda. E seu sorriso, que você já não esboça como antes, também é lindo e sempre me acalentou.

— Acho que ninguém gosta muito do meu sorriso.

— Eu gosto, Yaya — garantiu. — Não sei por que ele anda tão ausente, mas eu gosto dele.

— Eu não sou como você, que entrou nesse mundo político sem perder nada do brilho, da simpatia. Eu virei uma pessoa rígida, dura.

— E, no entanto, eu gosto de você. Em todas as suas versões.

Aquela última fala de Simone foi o que deu coragem para Soraya fazer um gesto afirmativo com a cabeça, ao que a outra sorriu, aproximando-se ainda mais.

Toques tenros e suaves, porém desejos, surgiram tão naturalmente como se sempre tivessem estado presentes e não fossem, para ambas, uma novidade.

A vontade mascarada e nunca saciada se mostrou naquele momento, não deixando dúvidas da sua existência ou da sua reciprocidade.

O beijo que recebia fazia Soraya julgar que, a partir daquele instante, não voltaria a beijar outra pessoa senão Simone, que a buscava como se somente ela existisse no mundo inteiro.

Ao afastarem as bocas, tensas, ofegantes e com o doce sabor da descoberta do novo, as mulheres ficaram um longo tempo de olhos fechados e testas encostadas, aproveitando aquele momento.

— Não parece real — disse Soraya baixinho ao seu afastar, como se falasse consigo mesma.

— Isso é bom ou ruim? — Quando abriu os olhos e buscou por Simone, lá estava novamente aquele sorriso carinhoso e acalentador.

— Faz de novo? — Soraya pediu com receio.

— Todas as vezes que você quiser.

Pela Nossa Nação - Simone e SorayaOnde histórias criam vida. Descubra agora