Capítulo 20

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Esta é uma obra de ficção, feita por fã e sem qualquer relação com a realidade.

Era aniversário de Simone.

Foi organizada uma reunião ao ar livre num sítio pertencente à família.

Como sempre, a filha Ana e a mãe prepararam tudo.

Até duas semanas antes, Ana e Fairte ainda não tinham se decidido se chamariam ou não Soraya: esta porque não sabia se a filha se sentiria confortável com Soraya entre os amigos e familiares; aquela porque não sabia se a mãe ainda estava saindo com Soraya – tinha certeza de que, pelo menos em algum momento, elas estiveram juntas.

— Eu vou perguntar para ela — tinha dito Ana à avó.

— Não vá incomodar sua mãe com isso — advertiu Fairte. — Não sabemos se ela e Soraya realmente estão juntas — mentiu, sem parecer que o fazia. — Sua mãe sabe da festa, ela mesma chama, ou não, a Soraya.

— Mas eu sou curiosa! — explicou enquanto fechava o notebook, com o qual fazia a lista de convidados. E foi dizendo ao se direcionar à saída da sala: — Vou perguntar. Sutilmente.

Encontrou a mãe em seu escritório, organizando a enorme estante de livros, que ninguém podia mexer senão ela.

— Sobre a festa — disse Ana ao entrar, e Simone se virou para dar atenção a ela.

— O que tem?

— Estou com uma dúvida com relação à lista de convidados.

— Você faz isso desde os dezesseis anos, Ana. Você sabe quem chamar.

— Sim... Eu sempre sei, mas é que agora... Por exemplo, a Soraya, antes eu não chamava, não tinha nada a ver... mas é agora? Chamo?

— Claro — disse sem hesitar.

— É que antes vocês não eram tão próximas, né?

— Mas somos agora — E para desconversar, voltou-se aos livros fora do lugar. — Você pode pedir para que me tragam um café, filha?

Ana sabia que, ao se compenetrar naquela arrumação, a mãe queria, na verdade, evitar falar mais do que o necessário a respeito Soraya, porém não havia em seus gestos algo que indicasse qualquer repulsa ou mágoa para com o assunto; ao contrário, buscava apenas transparecer neutralidade.

— Sem problema — disse, com a tranquilidade dissimulada herdada da mãe. — Café para você e convite para sua namorada?

— Exato.

Aquela palavrinha pequena, que saiu de modo tão natural para Simone, causou em Ana um sorriso que ia de orelha a orelha.

— Exato, né? — repetiu Ana, e Simone a encarou sem entender. — Café para você vem acompanhado de torrada?

— É... — concordou meio incerta, visto o sorriso radiante e sem motivo da filha. — E fecha a porta quando sair.

Ao concluir a lista de convidados, o nome de Soraya era o primeiro.

E se tivesse sido impressa ou escrita, seu nome teria sido grifado com caneta em gel cor-de-rosa.

Diferente do nome da nova namorada do pai, que foi lembrado somente de última hora. As irmãs disfarçavam bem, mas a verdade é que não gostavam dela. No fim das contas, Luiza estava certa: o pai ainda amava a mãe, não à toa estava namorando alguém extremamente parecido com ela.

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No dia da festa, com muito churrasco e música sertaneja, Simone se divertia com os amigos de longa data e os familiares queridos, mas foi a chegada de Soraya que fez seus olhos brilharem, o que não passou despercebido pela atenta Ana.

Pela Nossa Nação - Simone e SorayaOnde histórias criam vida. Descubra agora