Capítulo 11

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Draco havia conseguido um lembrol para Greg, um onióculo para Blaise, tinta invisível para Theo e uma caixa de música que tocava sempre a música que a pessoa mais desejava ouvir para Astória, mas não conseguia se decidir sobre o que dar a Harry.

Harry estava se ocupando com alguns globos de neve encantados numa das ilhas da loja, mas Draco não achava que aqueles seriam o presente ideal. Ele andou por uma prateleira com livros, arrastou sua mão ao longo de um dos balcões e girou suavemente um pequeno carrossel de madeira sobre ele. Quando ele baixou a mão, seus dedos roçaram uma peça fria de metal e ele o alcançou com cautela.

Tratava-se de um cone do tamanho de um cannoli, com detalhes delicados e intrincados desenhados no metal. O tipo de peça que só um artesão talentoso poderia esculpir. Era quase pesado, mas ainda leve em sua mão, Draco olhou com atenção para entender do que se tratava. Era como uma luneta, mas não parecia ampliar a visão, na verdade, Draco só podia ver escuridão pela pequena entrada. Ele levou o objeto ao balcão para questionar o senhor magro e enrugado atrás dele.

- Desculpe-me. - Ele interrompeu o que quer que o velho estivesse fazendo com uma caixa de brinquedo. - Pode me dizer o que é isto? - Ele estendeu o objeto em sua mão.

- Oh! Isso. - O velho clicou os lábios. - É um caleidoscópio. - Ele tomou a peça das mãos de Draco e removeu a tampa da lente na parte mais larga, que ficava presa por uma pequena dobradiça. - Você deve apontar para a luz para ver. - Ele entregou de volta.

Draco virou-se para as janelas na entrada da loja e levou o objeto novamente ao olho. Uma imagem logo se formou, de uma enfeitada mandala, colorida em verdes brilhantes e azuis profundos. Verdadeiramente bonita.

- Gire o eixo da ponta para ver funcionando. - O velho instruiu e Draco afastou o caleidoscópio do olho para encontrar a peça giratória. Quando ele reposicionou o objeto, ele tinha a peça na ponta dos dedos, e ao girá-la a imagem mudou. A linda mandala azul e verde se tornou dourada, e então rosa e escarlate, brilhando nas mais variadas e belas formas.

- Que tipo de magia é essa? - Ele se animou ao baixar a peça.

- Hm. Não é magia, é apenas um artefato trouxa que encontrei em minhas viagens. - O velho fungou desinteressado.

- Os trouxas fizeram isso? - Draco sabia que devia soar mais surpreso do que deveria estar. Este objeto dificilmente era mais complicado que um celular moderno, mas ainda parecia infinitamente mais encantador. - Para que serve? - Ele girou o objeto nos dedos.

- Para o que isso poderia servir? - O velho resmungou, já sem humor para as perguntas de Draco. - É apenas bonito. Já está na prateleira há muito tempo, uma pena, mas ninguém quer levá-lo quando ouve que é arte trouxa.

Draco não conseguiu entender em seu coração. Mas talvez um objeto sem função, criado por algum trouxa fosse um pouco demais para que um bruxo decidisse que valia parte de seus galeões. Draco o colocou no balcão junto com os outros presentes que pegou para seus amigos.

- Vou levar estes, senhor. - Ele anunciou com confiança. O velho bufou e deu uma risadinha silenciosa, como se Draco tivesse sido derrotado em um jogo que sequer sabia que estava jogando. Não importava, Draco estava feliz com sua escolha. Ele pagou o valor obsceno dos ítens sem reclamar, pois jamais veriam o dia em que Draco Malfoy pechincharia por um desconto e também para não chamar a atenção de Harry no fundo da loja. Ele guardou os ítens junto com seu dinheiro, a bolsa com extensão podia lidar com estes objetos pequenos.

- Já terminou? - Harry perguntou atrás dele e Draco quase saiu de sua pele de susto, mas ficou feliz por não demonstrar.

- Eu... Sim. - Ele pronunciou se acalmando.

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