Minhas memórias de você

Capítulo 23

Harry só percebeu o quão exausto estava quando finalmente pisou no salão comunal da Grifinória. Foi como ser atingido em um instante com todas as horas de atividade que ele teve esta noite. Draco, por sua vez, não parecia muito melhor. Eles não trocaram muitas palavras enquanto seguiam suas rotinas noturnas. Houveram alguns "feliz Natal" e conversa fiada trocada com os poucos que ficaram no castelo para a celebração, mas Harry caiu no sono muito cedo após se deitar na cama.

Ele teve um sono miraculosamente sem sonhos. Talvez porque acordou cedo demais para ser considerado um sono completo. A movimentação o acordou. Era manhã de Natal, então haviam as trocas animadas entre os alunos e, é claro, os presentes sob a árvore.

Harry não resistiu tanto em levantar. Ele balançou a cabeça e deu um impulso forte para se sentar que fez sua cabeça sonolenta girar. Draco não estava em sua cama, então ele já devia estar na sala comunal com os outros. Ele acertou. Draco estava sentado sob um degrau na árvore brigando com um par de primeiro-anistas pelos bombons numa caixa de aparência cara que ele segurava.

As crianças acabaram recebendo um chocolate cada e Draco pegou dois antes de entregar o resto para elas e mandou-as dividir, enxotando-as com um gesto de mão. Harry ganhou um dos bombons na mão de Draco, o desembrulhou e enfiou na boca sem questionar. Seu "bom dia" estava implícito, ele sentia.

Haviam muitos presentes para ele sob a árvore. Algo comum depois de seu aniversário de 11 anos. Mas esse ano haviam ainda mais presentes de admiradores e fãs, o que o deixou um pouco tímido. Harry simplesmente não conseguia se ver como essas pessoas o viam e ele sempre tentava enviar certas de agradecimento ao máximo possível de pessoas, o que tomaria ainda mais tempo agora.

Draco também recebeu muitos presentes. De seus amigos Sonserinos, de sua mãe, de seu pai e mais alguns que Harry não reconheceu pelo nome. Tanto Harry quanto Draco distribuíram os presentes que eram, na realidade, doces entre os outros alunos. Harry tinha uma quantidade quase assustadora deles. Se ele comesse todos, acabaria desenvolvendo uma doença ou algo assim. Ele ainda provou um pouco de cada por consideração, e guardou para seus amigos ausentes.

Faltando cerca de uma hora para o fim do café da manhã comunal, Draco conseguiu, milagrosamente, convencer Harry a se vestir para ir comer algo diferente de chocolate. Acabou que valeu à pena, pois haviam opções leves como caldos suaves de arroz ou de legumes. A cozinha provavelmente estava sendo piedosa com os que comeram um pouco demais na noite anterior. Harry optou por um caldo leve, mas muito bem temperado, de arroz, enquanto Draco escolhia apenas algumas frutas e as descascava e cortava habilmente antes de comer cada pedaço. Era meio hipnótico de observar.

Harry usou sua tarde para escrever suas cartas de agradecimento. Exercício que Draco considerou "moralmente louvável, mas não moralmente obrigatório", que era apenas uma reclamação vazia, uma vez que ele pareceu aproveitar seu tempo lendo o romance de mistério de um escritor bruxo relativamente conhecido. Eles passaram tempo demais na biblioteca e quase perderam o almoço, mas chegaram à tempo para algo rápido. A surpresa foi que eles chegaram quase ao mesmo tempo que Ron e Hermione, que estavam de volta.

Draco montou um sanduíche com um stake de frango crocante e deixou Harry ter seu momento com seus amigos enquanto ele ia conversar com Theo e Astória. Os únicos dois que já haviam retornando à Hogwarts.

- Se divertiu no feriado? - Draco mexeu as sobrancelhas para Theo.

- Não tanto quanto eu poderia, mas mais do que eu teria na sua casa. - Theodore despreocupadamente bebeu de sua caneca.

- Duvido. - Astória riu. - Mas acho que você não poderia ver o quão divertido Potter estava com seu rosto, se você estivesse presente. - Ela se sacudiu com uma risada silenciosa enquanto mergulhava uma batata crocante no molho.

- Eu troco o clone Potter por uma cerveja e boa companhia num clube à qualquer hora. - Theo não se impressionou. - Vocês não estragaram minhas roupas, não é? Foram feitas sob medida, seria uma dor de cabeça conseguir novas.

- Não. - Draco revirou os olhos. - Pelo contrário. Harry insistiu em lavar, secar e encerar seus sapatos. Com magia, é claro. Seu casaco ficou parecendo um dedal em algum momento, mas você deve vê-lo inteiro novamente.

- Céus... - Theo fez um gesto de desistência e voltou para sua comida.

A maioria dos alunos já havia retornado à Hogwarts no fim do dia. Haveria aula no dia seguinte, afinal. Draco foi procurado pelo goleiro da Sonserina para conversar sobre sua posição como apanhador. Como Madame Pomfrey o havia proibido de exagerar no quadribol após o incidente, Draco teve que ceder em abandonar sua posição, ao menos por enquanto. Ele se sentia desapontado, mas teria seu próprio jogo para jogar, embora os pirralhos não fosse sua definição de atletas desafiadores.

Suas memórias estavam custando a retornar, muito mais do que ele havia antecipado. Nos últimos dias, ele só pôde se lembrar de pedaços pequenos sobre encontrar Harry num corredor ou seguí-lo até a casa de Hagrid no primeiro ano. Memórias recentes estavam bloqueadas Além do normal e ele estava combatendo, como podia, a frustração.

Da última vez, o jogo foi divertido, mas não particularmente útil. Ainda assim, ele se lembrou de alguns detalhes nos dias que seguiram, então, na pior das hipóteses, não faria mal, e, na melhor das hipóteses, ajudaria a despertar suas memórias adormecidas. Quando antes da noite chegar, a menina de cabelos longos, que se tornara a menos repelente dentre as crianças ao seu ver, recebeu a missão de anotar os nomes dos interessados no jogo em um pergaminho organizado, missão que ela aceitou avidamente.

Acabou que a lista era longa. Longa demais para duas partidas. Eles teriam de jogar quatro ou cinco ou dividir os times em dias diferentes. Harry concordou. Com a segunda ideia, no caso. Mesmo contra crianças, cinco partidas de quadribol em um dia era insanidade. Dois times jogariam na quarta-feira, e dois na sexta feira. Todos com um membro à mais na equipe para que ninguém fosse excluído. Draco teria apenas cortado os nomes excedentes da lista, mas Harry insistiu, então ele cedeu, tentando fingir que foi difícil convencê-lo.

O dia seguinte seria normal, esperançosamente. Sem todas as atividades do feriadão. Apenas aulas sem graça de transfiguração e herbologia. Ele olhou para Harry esticado em sua cama, como se acostumou a fazer. Era reconfortante saber que poderia ter companhia em todas as suas aulas entediantes.

Notas: Oi, amadas e amados. Vocês devem ter percebido a diminuição na frequência de uploads. Eu estou tendo una dias bem atarefados e tentando fazer o que posso. Como eu prometi, não vou abandonar a história. Só tenham paciência. Os próximos capítulos vão chegar. Estamos entrando no arco final, então segurem-se nas cadeiras😉. Obrigada pela compreensão e pelo carinho😘.