Capítulo 27

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Draco ouviu aquilo que esperava ouvir. A recuperação de uma memória grande foi a causa de seu desequilíbrio. Sua mente precisava de poções para evitar toda a coisa do sangramento nasal e da dor dali em diante. Mesmo com a notícia, Draco só poderia se sentir meio presente no momento, incapaz de desviar os olhos do passado.

Ele não dormiu direito à noite. Seu sono pareceu mais um cochilo e não o fez se sentir descansado. Harry provavelmente viria visitá-lo pela manhã, e ele cobraria por seu comportamento estranho ontem. Draco não sabia como reagir a isso agora. Talvez ele devesse conversar com Blaise ou Theo antes. Ou talvez com Greg, ele não daria conselhos inúteis e não espalharia seus problemas aos sete ventos como Tory provavelmente faria.

- Draco? - A voz familiar soou cedo demais nos ouvidos de Draco.

- O sol mal nasceu, o que faz aqui? - Ele se sentiu no direito de perguntar.

- Como o que eu faço aqui? - Harry parecia ferido por sua pergunta e Draco sabia que estava sendo um idiota, então ele suspirou suas frustrações longamente e se sentou na cama, encostado na cabeceira.

- Eu estou bem. Foi apenas uma das memórias maiores... Já recebi poções para evitar que aconteça de novo. - Draco informou sem muito ânimo, encarando os lençóis em suas mãos.

- Eu sei. - Harry fez uma pausa desconfortável. - Madame Pomfrey me informou.

- Eu vou ficar aqui por hoje, se não se importa. - Draco encarou a janela grande diante de sua cama por onde a luz do dia começava a invadir.

- Não me incomoda. - Harry respondeu naturalmente. - Mas eu também vou ficar.

- Mn... - Draco precisou de um instante para entender a declaração. - O quê? Como assim? - Ele olhou pela primeira vez para o rosto de Harry, que assumira uma expressão inocente, com uma sugestão de sorriso em algum lugar. - Você não pode ficar, tem aulas.

- Sim. Eu pedi permissão para a diretora e ela entendeu. - Harry caminhou dois ou três passos na direção dos pés da cama e deu um sorriso frágil que dizia que não seria bonito se Draco o mandasse embora novamente. Não era de se estranhar que Draco o tivesse confundido com a figura de um anjo quando acordou confuso pela primeira vez. Era uma visão realmente avassaladora a de um Harry brilhando com a luz da manhã.

- Posso te convencer a ir embora? - Draco ofereceu num último esforço para sofrer em silêncio.

- Pode tentar. - Harry cruzou os braços e ergueu uma sobrancelha, uma expressão que fazia Draco se lembrar de Astória, mas provavelmente Harry aprendeu com Hermione.

Ele se arrastou para um lado da cama e deu uma batidinha do outro em convite. Harry pareceu surpreso com a resposta e se apressou para se sentar como se temesse que Draco mudasse de ideia. Draco não mudaria de ideia, ele estava cansado, mas não confuso. Na realidade, ele não sabia sentiu tanta lucidez antes em sua vida.

- V-você... quer me contar a memória? - Harry ofereceu quando eles estavam lado a lado, recostados na cabeceira. - Eu não quero pressionar.

- Hm... - Draco fez um som de insatisfação e se arrastou para baixo até estar novamente deitado na cama. Ele enviou um olhar com um gesto claro para Harry se deitar também  e a resposta era previsível. Harry corou imediatamente e encarou o que devia ser seu o espírito de seu bom senso enquanto também escorregava para baixo com os braços agarrando firmemente o torço.

- Então... Você...? - Harry não estava tendo sucesso com suas palavras hoje e Draco só podia achar isso um pouco engraçado, sua parte misericordiosa estava sendo tocada.

- Eu me lembrei... - Começou Draco, encarando o teto alto do castelo. - Daquele dia. - Ele sabia que precisava dar mais detalhes, mas era difícil escolher suas palavras. - Eu estava chorando, tinha uma missão para cumprir que destruiria tudo aquilo que já significou algo para mim. Você me confrontou no banheiro...

Minhas memórias de vocêWhere stories live. Discover now