Capítulo 12

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Acabou que o lugar que Malfoy conhecia era um pequeno bistrô escondido em um beco, que Harry ficou surpreso por nunca ter visto. O lugar se parecia com uma pequena toca, montada e preenchida principalmente com madeira de cor clara, quase dourada. A luz no interior era quente e o ambiente em si devia ter um encantamento de calor, pois era como ir do solstício de inverno para o auge da primavera em um único passo.

Draco foi diretamente para o balcão e eles logo se sentaram comendo um par de crepes crocantes recheados com frango desfiado, cremoso e bem temperado e uma quantidade criminosa de queijo. Harry se perguntava se Draco ficaria incomodado se ele apresentasse este lugar a todas as pessoas que ele conhecia. Talvez ele fosse legal sobre isso, assim como ele estava sendo legal em não comentar que o cabelo de Harry mais parecia um ninho de pássaros à esta altura, mesmo que seus olhos constantemente fossem para o topo da cabeça de Harry.

Eles conversaram com mais detalhe sobre as aventuras que Harry teve nos anos passados e Draco parecia surpreendentemente impressionado e insultantemente surpreso com o fato de que Harry derrotou um basilisco praticamente sozinho. Ainda era estranho ter um Draco que não se lembrava o suficiente para ser cauteloso com suas emoções, sua versão sincera havia se tornado um objeto de fascínio para Harry agora.

Em um mundo diferente, onde as coisas que os separaram desde a infância não existissem, eles poderiam ter sido assim? Amigos conversando durante um bom almoço, sem o peso do passado atrapalhando a cada passo. Uma decepção azeda preencheu o peito de Harry quando ele pensou que isso era temporário, e que ele só poderia aproveitar enquanto tinha tempo.

Eles conversaram por mais tempo do que sentiram passar. Harry agora sabia coisas como que a avó de Draco, Druella Black, era na realidade francesa, o que influenciou um pouco a criação de Draco e era como ele conheceu aquele lugar em Hogsmeade para início de conversa. Harry estava hipnotizado pelo quanto se podia aprender sobre alguém que se conhecia há anos.

Quando terninaram de comer, antes de saírem, Harry gastou mais alguns galeões de seu património para adquirir uma lata de metal cheia de macarons coloridos, e para pagar por um par de madeleines com ganache de chocolate. Seus casacos não precisavam tanto de atenção desta vez, e eles puderam apenas sair, comendo suas madeleines enquanto usavam o pouco tempo restante até a reunião com seus amigos para caminhar entre as diferentes lojas na cidadela.

Harry parou numa vitrine, encarando um tanque enorme cheio de pequenas criaturas peludas e de olhos grandes. Elas pareciam algo entre fofas e medonhas e ele não tinha certeza do que eram. A loja de animais mágicos funcionava sob muitas restrições de venda, mas eventualmente se podia descobrir algumas coisas interessantes na vitrine.

- Não está pensando em comprar um, está? - Draco não parecia otimista com a perspectiva. - São monstrinhos. Se não tomar cuidado, eles fogem do tanque à noite e comem tudo o que você ama. - Ele alertou.

- Não estava pensando. - Harry sorriu. - Mas você já criou um desses? Como você sabe?

- Mn. Minha mãe ganhou um casal dessas coisas em um de seus aniversários... - Draco sacudiu a cabeça. - Não conhecíamos as regras e na manhã seguinte toda a mobilia e os estofados da sala de estar se transformaram em farpas e pó.

- Então você nunca teve um animal de que gostasse? - Harry indagou. - Um pet? Cão ou gato ou...

- Não. Não realmente. - Draco respondeu. - Eu tenho uma coruja, como todo mundo, mas não é um pet. - Draco disse a palavra que soava quase estrangeira em sua boca.

- Entendo. - Harry pronunciou, ficando com um humor nostálgico.

- Você tem um? - Draco questionou ao ouvir o tom.

Minhas memórias de vocêWhere stories live. Discover now