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Pedaço;

Olhei pelo canto do olho a Carmem sentada no banco passageiro, decidi meter o pé com ela pra não fazer uma merda por causa dessa maluca.. Porra, ela começou a falar do cara logo pra mim, pô, trocando olhares com ele lá na puta que pariu! Tudo na minha frente, sem vergonha nenhuma na cara. Ela acho pô, que tá por cima nessa situação mas ela vai se foder, vai mermo.

Apertei o volante com a mão esquerda e passei a marcha com a direita, descansando ela na minha perna logo depois. Girei o volante com a mão e vi a Carmem se mexer, colocando os pés em cima do banco e olhando pros bancos de trás, conferindo algo com o nosso pivete. Ela logo se ajeitou de novo e me olhou por alguns segundos, dei uma leve encarada nela e vi ela rir negando com a cabeça.

Pedaço: Qual foi? - Perguntei acelerando um pouco mas mantendo uma velocidade segura. - Acha que eu não vi essa rua risada, pô? Ram, eu vejo tudo.

Carmem: Eu sei que viu. É que eu tava reparando em como tu tá agindo como a um ano atrás, quando eu só te dava toco porque tu era um idiota. - Lembrou e eu diminui a velocidade parando no sinaleiro mudando do amarelo pro vermelho. Virei minha cabeça encarando ela. - O raio não caí duas vezes no mesmo lugar.

Pedaço: Tu escuta Djonga e tá me dizendo que o raio não caí no mesmo lugar? - Ri debochando e ela revirou os olhos. - De vez em quando curto ver essa tua versão de novo.. posturadinha, se fazendo de difícil, é atraente pra caralho até quando tu me olha com essa cara de nojo aí. E o mais legal, pô, é que eu não preciso nem de cinco minutos pra acabar com tua marra.

Ela me olhou piscando uma vez e balançou a cabeça, soltou uma risada indignada e abriu a boca pra começar soltar o veneno dela, chatinha pô.. mas linda pra caralho.

Carmem: Cinco minutos, a madrugada é longa.. Tu já foi melhor que isso sabia? - Mexeu no cabelo jogando pra trás do ombro. - E fique sabendo que eu também prefiro essa sua versão antiga, menos escrota e menos.. como é que eu posso dizer, agressiva? Não tem muito como suavizar isso né.

Respirei fundo fechando os olhos, bolado.. Porra, ela ainda insisti em voltar nesse assunto do caralho e apontar meu erro. E o problema mermo é que ela bebe e fica corajosa, fala pra caralho e não para mais, isso que eu não deixei ela beber muito não mas agora já foi mermo e eu vou ter que aturar essa filha da puta. O problema mermo é que não tenho sangue de barata..

Pedaço: Coé, Carmem, de novo esse papo? Porra, eu mermo já te falei mil vezes que nunca quis fazer aquilo contigo e que foi uma parada de momento.. - Suspirei olhando pelo vidro o semáforo vermelho.

Carmem: Quer saber de uma coisa? - Olhei pra ela esperando um ataque. - De quando o Brown me agrediu a primeira vez.. e eu achei aquela porra normal. Hum?

Pedaço: Acho que tem coisa pra caralho que aconteceu entre vocês, pô, e que tu devia me contar. - Respondi sério, me referindo a história completa mermo e todos os traumas dela com esse merda.

Porra, que ele esteja queimando no colo do capeta.. aquele filho da puta de merda.

Carmem: Ele me segurou do mesmo jeitinho, só que com mais força e cuspiu na minha cara. - Lembrou com uma cara de bolada e ao mermo tempo de tristeza. - Então, o que tu fez aquele dia pra mim foi coisa pra caralho e depois de tudo o que já passei, nem aqui contigo eu devia estar. Vou voltar nesse assunto sempre, porque quem bate esquece.. quem apanha não.

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