Capítulo 34~ Todos morrem uma hora ou outra.

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Pov'Meredith.

Quando voltei para a delegacia junto com Edgar e os outro polícias, Alex já estava lá com Catherine e Nico, os três me olharam com aquela expressão de pena, aquela seria a pior parte o olhar de piedade, eu a conhecia, foi assim quando meu pai morreu, também lembro o tanto que eu chorei a cada segundo depois que recebemos a notícia, será que eu não amava Andrew? Porque não sentia nada?

- tem certeza que é ele? - Alex perguntou.

- sim, acharam o chaveiro, distintivo e o colete no carro... Mas o corpo está desfigurado.

Minha voz parecia meio robótica, não tinha emoção alguma, não parecia que falava do meu marido, mas era ele, o corpo carbonizado era o dele, eu vi, e ainda sim não conseguia assimilar, meu corpo não tinha as reações corretas.

- Mer?

- acontece Alex, todos morrem uma hora ou outra - murmurei.

- não foi qualquer pessoa, foi o Andrew - meu irmão insistiu.

- eu sei! Eu vi... O que quer eu faça? - pedi.

- você parece bem... Como se fosse só um caso.

- se chorar trouxer ele de volta, eu faço... Mas não vai acontecer... Vou pegar minhas coisas, precisamos contar para Verônica e Judith... Onde ele foi? - perguntei para Catherine.

- recebemos a denuncia sobre uma carga que sairia de um galpão... Eles estavam mais perto, então os mandamos logo, havia uma segunda equipe a caminho, mas quando chegaram lá encontraram apenas Heitor e Paulo desacordados e Andrew havia sumido, achamos que ele deveria estar em perseguição já que o carro também não estava... Não tivemos mais notícias depois disso.

- eles estão bem?

- só machucados - ela murmurou - vão ficar bem.

- que bom... Já sabemos o que aconteceu, ele deve ter perdido o controle ou alguém o jogou para fora da estrada...

Andei para minha sala na intenção de pegar minha bolsa e sair dali, queria ir para minha casa, não queria ter que ver a dor das mães dele, ter que responder perguntas difíceis, e ver mais dor, não era que eu não queria, só não estava pronta para isso.

- Meredith? - Edgar entrou na sala - o corpo está sendo levado para instituto médico... Assim que liberar te aviso.

- obrigado, pede por favor para só prepararem... O mais rápido possível... Meu irmão vai cuidar do restante.

- tudo bem, precisa de algo?

- só que esse dia termine - sai da sala, Catherine e Nico já haviam ido embora, só Alex estava no corredor da delegacia, ele abraçou meu ombro e me levou para o seu carro.

- liguei para Jo, ela já sabe... Está contando para a mamãe...

Só concordei com a cabeça.

- Mer não é possível que não está sentido nada - ele parecia implorar por uma reação saudável.

- Alex - eu não conseguia falar.

- você pode chorar, deve na verdade - ele segurou minha mão.

- não sinto vontade - confessei - eu não sinto nada Alex... Como se tivessem arrancado meu coração.

Um psicólogo diria que estou em estado de choque, onde não consigo demostrar nenhuma reação, mas eu não sentia, talvez quando contasse para Verônica e Judith e as visse chorar tivesse uma reação mais adequada, mas até o momento nada.

Quando chegarmos a casa das mães de Andrew, Alex desceu primeiro e me esperou estar pronta, andamos lado a lado e ele tocou a campainha, quem abriu foi Andrea, ela me encarou e saiu do caminho.

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