Capítulo 55~ Fim digno de aplausos.

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Pov'Meredith.



"Mer, por favor volta pra casa"

Olhei a mensagem de Andrew, estava com tanta raiva, mas não era dele, era de mim, estava me tornando uma pessoa fraca, perder Andrew me tornou essa pessoa patética, nem precisava perguntar quando foi que acontece, foi no segundo que deixei minha emoção prevalecer sobre minha razão, eu tinha o maldito controle de tudo e larguei ele, acreditei quando falaram que eu deveria "sentir", não deveria ter sentido, deveria ter feito do meu jeito, toda essa dor me quebrou em mim partes e agora eu não sei montar tudo de novo, minha vida era só um rascunho mau feito, como quando um autor escreve o livro perfeito, e ao invés de aceitar aquele fim digno de aplausos, decidi fazer a estúpida continuação e tudo começa a dar errado, só que a pior parte é que nem precisava daquela continuação, por quê nela a tantos furos que o leitor fica "que?" Mas de onde surgiu esse personagem idiota?

Tô lendo o livro da minha vida  me perguntando como isso vai acabar? Não estou sendo ingrata, tive o que 90% das pessoas que perdem seu amor desejam, que por algum milagre a pessoa volte dos mortos, estou tendo a continuação da minha história de amor, só que tá tudo mal escrito, feito de qualquer jeito só pra empurrar nós leitores esperançosos uma merda qualquer que nem valeu apena o dinheiro gasto; eu tinha Andrew vivo, forte e comigo, mas parecia que estava sendo um fardo para ele, parecia que estávamos indo bem até não estar mais, o "plot" perfeito acabou e agora temos que inventar uma continuação.

"Meredith, desculpa pelo beijo, eu realmente agi sem pensar"

- droga - bati no volante do carro - droga.

Por favor, alguém me devolve o direito de escrever minha história?

  Eu preciso disso, retomar as rédeas de tudo, chega de andar em círculos, esperar um milagre acontecer, esperar que eventualmente Andrew se apaixone por mim ou não, eu nunca fui fraca, e agora tenho crises de pânico? Mas isso não começou depois da morte de Andrew foi depois que ele voltou e eu comecei a ver que talvez ele nunca voltasse a ser o homem que me apaixonei, foi por saber que nem todo meu amor pode ser suficiente para ele querer ficar, mas eu ainda não estava pronta para desistir, ainda não era o fim desse livro, nessa história aqui a mocinha e mocinho ficam juntos no final.

"Coelhinha, estou ficando preocupado, me diz se está tudo bem"

- não tá nada bem!

"Estou bem, estou no nosso lugar favorito, ou o meu pelo menos, só preciso respirar mais um pouco"

Abri a porta do carro e desci, o sentir o frio me fez tremer e foi uma sensação boa, andei até a área onde os ciclista passavam, tinha a faixa para os pedestres, fazia um certo tempo que não parava realmente ali, não sei porque aquele lugar se tornou tão importante, mas aconteceu.

- boa noite, pode me dizer as horas?

- boa noite, hum - olhei meu celular - 20:16hrs.

- agora quietinha - ele levantou a arma.

Passei a mão por minha cintura, mas estava desarmada, droga.

- vira e não tenta correr - virei devagarinho, calculei minha chance de fulga mas vi um outro homem vindo em minha direção.

- ok - deixei minhas mãos onde eles poderiam ver.

O que estava vindo na minha direção pegou meu celular e jogou no chão, passou a mão em busca de uma arma, mas não existia, péssimo dia pra sair desarmada.

- baixa as mãos, e segura a minha, tem um carro ali, vamos andar até lá... Se tentar qualquer coisa você morrer aqui.

Só concordei, andei ao lado dele e outro mais atrás, passamos por algumas pessoas, ninguém imaginaria que isso era um sequestro.

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