Me abrace.

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A tarde em familia foi uma maravilha, agora que já havia anoitecido eu estava na cozinha ajudando Sohee, a mãe de jungkook, a fazer o jantar já que ninguém me deixou ir embora. Eu não fui muito contra já que também não estava com a menor vontade de ir para casa mas achei que seria adequado ir, por causa dos familiares de Jungkook, talvez ele quisesse ter mais privacidade.

— Nunca vi meu menino tão feliz assim! - ela comentou enquanto ouvíamos as gargalhadas de Jungkook que estava na sala com os outros.- você tem feito muito bem a ele! - ela encarou curvando os lábios docemente, o que aqueceu-me por dentro.

[Nt: Sohee, está sorrindo para quem não entendeu] 

— Assim como ele tem me feito muito bem...- falei mexendo o chocolate derretido na panela.- sabe, quando vim para Seul eu estava fugindo...- o cheiro daquele doce me trazia tantas lembranças. Sohee me fazia sentir como se fosse minha mãe ali do meu lado, eu sentia saudades dela e dos nossos momentos juntos.

— Fugindo? - questionou a Jeon e eu assenti.

— Sim... Fugindo de ter que encontrar a pessoa que tanto me dediquei a amar e fazer bem para no final ele me trair e me dizer que sempre fui insuficiente, insignificante para si e em sua vida...- desliguei o fogo, levantando o rosto para vê-la me observar de um jeito que eu não sabia definir dizer o que se passava em sua cabeça agora.- Eu nunca me sente tão acabado em minha vida, ele foi a pessoa onde encontrei apoio porquê ele sempre me animou emocionalmente mas vi naquele dia que era tudo falso, uma mentira! - eu estava dizendo a ela aquilo que resumi para jungkook, porque não queria lhe dizer como me sentia.- e naquele mesmo dia eu fui mais uma vez desprezado pela Irmã de minha mãe, causando uma briga entre meus familiares! E por um momento eu acreditei que era feio, horroroso por dentro e por fora, um desprezível e mero transeunte na vida das pessoas, foi por isso que fui embora porque sabia que se ficasse eu me acabaria naquelas palavras e em meus sentimentos! - a essa altura meus olhos já marejavam tendo as lembranças daquele dia doloroso rondando minha mente.

— Mesmo em tão pouquíssimo tempo, eu pude ver que você não é nada disso, meu querido! - ela acariciou minhas bochechas aconchegando-me em seus braços carinhosamente.

— Mais ai no dia seguinte eu conheci duas pessoas maravilhosas, tsc eles me fazem tão bem que desde que nos conhecemos essas lembranças são quase inexistentes! Seu filho e neto são minhas duas pérolas! - sorri lembrando da primeira vez em que vi os pequenos olhos curiosos de Eunwoo me encarando e do cheiro delicioso de Jeon.

— Assim como você é a nossa, Mochi! - pulei no lugar ao ouvir a voz grossa de jungkook, quando me virei, ele estava debruçado de costas no marmore do balcão.

— Jeon, não nos assuste assim! - reclamou Sohee lhe dando um leve tapa no braço quando ele se aproximou de nós.

— Desculpe, eu vim buscar suco de maracujá para Eun e acabei ouvindo vocês conversando! - explicou-se, Sohee se afastou para colocar o suco na pequena mamadeira de Eun e Jungkook me puxou para ficar de pé, me abraçando em seguida.- não gosto quando você fica triste...- murmurou abafado por seu rosto está apoiado em minha cabeça.

— Não estou, só estavamos conversando e tocamos nesse assunto por acaso, como você escutou... Estar com vocês tem me feito muito bem, melhor do que se não tivéssemos nos conhecido! -apertei o abraço antes de me afastar e lhe dar um selo na bochecha.- Agora volta para a sala, Eunwoo deve está esperando o suco! - ele fez bico e antes de ir me roubou um selinho.

— Jungkook! - manhei constrangido, ele apenas riu travesso saindo da cozinha.

— Venha vamos terminar essa torta de chocolate e levar para esses esfomeados! - gargalhei pelo seu comentário e agradecendo aos céus por ela ter apenas ignorado as ações travessas de seu filho, ela e mamãe se dariam muito bem.

[ ... ] 

Depois de comermos a torta, muito gostosa por sinal, nós nos sentamos e escolhemos um filme para assistir, quer dizer para eles assistiram já que Eun grudou em mim e só queria meu colo então eu fui para seu quartinho e nós ficamos brincando lá sem perceber o tempo passar. Era engraçado, eu me sentia tão próximo dele como se ele tivesse saído e sido gerado por mim, meu lobo o admirava como uma mãe admirava seu filhote, acho que eu fazia isso também. Isso era surreal demais, mas era incrivelmente maravilhoso.

Deixo meus devaneios quando vejo Eun largar seus brinquedinhos e vir até mim engatinhando, murmurando algo que eu, em minha língua adulta era incapaz de entender sua língua bebê.

— Mimi...- resmungou meu apelido manhoso então o peguei no colo deitando sua cabecinha em meu ombro e deixando seu corpo apoiado em meu peitoral, me levantando com cuidado. Funguei seu cheirinho de bebê me sentindo emocionado por algum motivo.

— Você tá com sono, né? - perguntei retoricamente, balançando-me numa leve dança e cantando uma música que compús quando adolescente.

[NT: a musica é Promise do Jimin.] 

Aumentei um pouco meu cheiro apenas para deixa-lo mais calmo, com a mão esquerda eu acariciava sua cabeça deitada em meu ombro e com a direita eu sustentava o seu corpo amolecido ao decorrer que pegava no sono. Esse pequenino era um pequeno universo que me prendia de uma forma tão impressionante que... Não sei explicar, era um amor onde as palavras eram insuficientes para descrever.

— Mochi...- me virei para a porta onde estava Jungkook, silenciosamente ele entrou e se aproximou de mim que apenas continuei me balançando.- continua cantando...- então ele ficou atrás de mim passando seus braços por minha cintura apoiando sua cabeça em cima da minha admirando Eun adormecer em meu colo, movendo seu corpo no mesmo ritmo que o meu.

Eu me sentia em casa, aconchegado e relaxantemente eu me sentia em casa e talvez realmente estivesse.

Acaso. Jikook ABO.Where stories live. Discover now