there is a light that never goes out

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Alicent se não fosse uma Rainha, com certeza seria uma ótima parteira ou enfermeira de guerra. Suas mãos eram firmes, mas delicadas. Seu olhar era atento e tomado por preocupação.

Alyria era a filha que ela sempre quis ter.

Olhando o machucado na cabeça da menina e os hematomas pelo corpo, compreendeu o quanto aquela menina era devota a ela e aos filhos dela. Alyria comprou uma briga em que seu nome era completamente esquecido.

– Aemond, você tomou leite de papoula? – A Princesa perguntou. Aemond que estava sentado ao lado dela, negou com a cabeça. Alyria olhou para Alicent, pedindo permissão para a Rainha para dividir aquele antídoto para a dor.

Alicent consentiu. A menina entregou a caneca para o menino mais gravemente ferido.

A Rainha, prestando atenção nos dois, agora lamentava de não tê-la prometido para Aemond. Ela não via tanto respeito e cumplicidade há anos. Viserys se arrependeria tanto.

– O que precisamos conversar, querida Tia?

Alicent suspirou, vendo Aemond colocar a caneca na mesa de cabeceira. Alicent então pediu para que ele se retirasse e pedisse a Sor Criston levá-lo para seus aposentos.

– Depois da briga, como um selo de apaziguação, Viserys prometeu a sua mão para o Jacaerys.

Alyria balançou sua cabeça incessantemente

– Não, não... – A última coisa que queria ver, era Alyria chorar –...Eu não quero, eu não posso me casar, Tia Alicent. Não com Jacaerys ou com Lucerys. Nenhum dos dois me quer bem.

A menina levantou seu corpo, pegando os ombros de sua Rainha de maneira assustada. Seus olhos roxos estavam arregalados e o medo era escancarado. Alicent nunca havia visto uma criança com tanto medo assim.

– Rhaenyra tem grande afeição por Daemon, eu não posso conviver com essa parte da família. Pelos Sete, por favor, anule essa promessa de casamento, peça para o Tio Viserys, eu não quero e eu não posso. Eu caso com um bastardo mas não caso com Jacaerys...

Alicent olhou para seus olhos e sentiu o mesmo medo que a menina.

– Eu vou tentar, minha menina – Ela segurou o rosto dela.

– Jacaerys já tentou me matar agora com dez anos, imagine quando eu estiver adulta – Agora tinha seus olhos chorosos – Eu não quero morrer como a minha mãe.

Alicent olhava para a sua sobrinha

– Eu só estava defendendo Aemond – Ela disse por fim.

– O que levou a você defender meu filho?

Alyria suspirou e olhou para a porta, orando aos sete para que Aemond não estivesse lá para ouvir.

– Eu ainda tinha esperança que Tio Viserys me achasse boa o suficiente para ser parte da família de outro jeito... – Ela disse envergonhada –...um jeito que eu me sentisse protegida e não ameaçada.

Alicent respirou fundo e acariciou o rosto dela.

Não tinha mais o que ser feito.

Jacaerys e Alyria era a realidade.

•••
2 ANOS DEPOIS

Alyria quando voltou para o Vale, sentiu a Rhaenyra dar mais um indício de loucura: o casamento com Daemon. Não tinha mais nenhuma opção que Alyria conseguisse considerar além de ir para a Red Keep implorar pelo fim daquela promessa. Já havia se passado dois anos da promessa, o suficiente para Viserys se compadecer. Mas nada.

traitor queen - house of the dragonWhere stories live. Discover now