winter is not coming anymore

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Cregan mandou um único corvo para Lady Jeyne Arryn agradecendo pelos presentes e elogiando Lady Alyria. Para Aly — que agora ele havia chamado de Anya por conta de uma história engraçada que ela havia contado — foram dezenas de corvos e uma visita para Pedrarruna para conhecer as menininhas dela. Em menos de quinze dias.

Aos poucos, Cregan foi se afeiçoando pela família de três, sem ao menos ver Jacaerys por perto. Alyria vivia como uma jovem viúva, em um luto que ela guardava em seu coração. Os olhos sempre chorosos, mas voz forte, tentava transparecer uma felicidade que somente sentia perto do Jovem Lobo e de suas filhas. Aos poucos, o Norte começou a perceber as visitas mensais que o Lorde dava para a Targaryen e isto começou a chegar nos ouvidos da futura Rainha Rhaenyra, que reclamou para seu pai. Aquilo feria a honra de um futuro rei.

Porém, o que Rhaenyra não contava era o constante controle que Alicent tinha das cartas para Viserys.

E então, a tia avisou Alyria.

E a amizade com Cregan Stark havia sido totalmente interceptada.

Daquele primeiro encontro havia se passado um ano e meio: vinte encontros, vinte dias de caçadas, uma volta de dragão e incontáveis vezes que Alyria quis devolver tudo o que sofreu por Jace por meio do sexo com Cregan. Não era somente um sexo. Eles faziam amor. Ele mostrava para ela o que um homem que realmente amava podia fazer com seu corpo, com sua mente e com sua alma.

Ela queria ele para a sua vida. Queria como marido, não como amante. Queria ele como o pai de suas filhas e de futuros filhos.

Aellaevie e Jaehnna o viam como um pai. E ele como suas filhinhas. Por que tudo que era bom era arruinado pelos Targaryens?

Alyria queria voltar no tempo para o conhecer e ter uma única chance de tê-lo como marido, sem julgamentos da brutalidade nortenha ou medo de que ele odiasse quem ela era.

“[...] Lhe peço amada sobrinha que retornes ao seu véu de psicológica castidade, que a fúria do Rei não serás vista, tampouco da futura Rainha, sua sogra. Sei que é injusto, que ele abusou de sua bondade e que têm pouquíssimo apreço pela família e ao seu amor, mas aguente firme. Dias melhores virão. Arra e Cregan estarão seguros, disso garanto.
Com extremo amor, afeição e carinho,
De sua Tia Alicent”.

Quando recebeu o corvo, Cregan estava ensinando Jaehnna e Aellaevie a correr sem cair.

Alyria segurou o bilhete e olhou para baixo, tentando bloquear as risadas e os gritinhos de felicidade das meninas. Cregan não havia percebido, mas Alyria chorava baixinho em um canto. Seus braços se autoabraçavam e ela sentia que definitivamente, os Deuses estavam ao lado de Jacaerys e Baela. Afinal, suas preces nunca eram ouvidas.

Que eles a odiavam com toda a força das ondas do mar e dos ventos.

Aquela foi a primeira vez que quis matar Jace.
Também foi a primeira vez que entendeu Daemon.

Quando Cregan percebeu, já era tarde para sentir algum tipo de curiosidade. Ela alcançou o papel e ele leu rapidamente. Ela se sentou no banco de madeira, sendo observada por quatro olhinhos lilases. Cregan se sentou, pegando o rosto dela.

– Por favor, Anya – Ele grudou sua testa na dela e sentiu sua garganta embolar. Ele havia se apegado tanto nela e em suas quase filhas adotivas – Eu faço qualquer coisa, eu posso falar pro Rei que estou aqui lhe protegendo e...

Alyria negou com a cabeça.

– Quem controla ele é a Rhaenyra e ela está furiosa – Ela pegou o rosto dele para ele olhar em seus olhos. Ele via desespero e medo. Não por ela, mas por ele. – Tia Alicent me avisou para que eu lhe mandasse embora justamente para você não ter nenhum risco.

traitor queen - house of the dragonWhere stories live. Discover now