𝗖𝗹𝗼𝘀𝗲 𝗳𝗿𝗶𝗲𝗻𝗱𝘀•• 𝗚𝗮𝗯𝗶𝗴𝗼𝗹

CINQUENTA E CINCO

Meu Deus, meu senhor, me ajuda, por favor.

Eu tô com essa música na cabeça desde quando saímos do Rio.

Tava tudo sendo normal até o Gabriel simplesmente decidir que queria vir aqui pra Angra conhecer meus pais.

O cara alugou um helicóptero pra gente vir, e agora estamos chegando na minha casa.

Meus pais estão trabalhando, mas eu já mandei mensagem preparando a minha mãe.

Digamos que não falei nada pro meu pai e falei pra ela e meu irmão também não falarem nada.

Acho que não tem surpresa melhor pra um vascaíno do que ver o gabigol em sua casa.

Só que no meio do caminho eu lembrei do meu quarto e como ele é decorado.

Eu tenho fotos dele e do resto do time espalhado por todo o meu quarto, se ele já me achava maluca antes agora vai achar muito mais.

- Certeza que não quer ir pra um hotel?

- Não quer que eu conheça seu quarto de princesa?

Seria melhor se fosse mesmo um quarto de princesa.

- Me poupe- reviro os olhos e a gente entra na rua da minha casa.

Meu coração acelera.

Puta merda.

Um tempinho depois o motorista estaciona o carro e a gente descer, ajeito a mochila nas minhas costas e ele pega na minha mão.

O Gustavo tá encostado no portão com mais um menino que é o amigo dele.

Nos aproximamos de lá e o menino fica todo assustado olhando pro Gabriel.

- Não disse que ele ia vir pra cá?- ele fala pro amigo.

Olho pro Gabriel que tá com uma expressão divertida no rosto e mordo a parte interna da bochecha pra não rir.

- Caralho gabigol, sou muito seu fã, tá maluco, assina o contrato vitalício com o flamengo e não sai nunca mais- diz rapidamente e abraça o Gabriel que pede socorro com o olhar- tira uma foto comigo?

- Tiro pô- sorri e o menino se afasta só pra entregar o celular pro meu irmão, logo agarra o Gabriel de novo e só falta levantar o camisa 9 do chão.

Depois de provavelmente umas 10 fotos serem tiradas, ele vai embora e nós três entramos.

Coloco minha mochila em cima do sofá e o Gabriel faz o mesmo, me sento e ele se senta ao meu lado.

Acho que falta a coragem de levar ele lá pro meu quarto, então é melhor ficar aqui por um tempinho.

Meu irmão se senta na poltrona e fica com o rosto apoiado nas mãos enquanto olha pro Gabriel.

- Para com isso, Gustavo- digo e ele nem se move- disfarça pelo menos.

- Para com isso, aposto que você fica vendo ele dormir.

Meuuu Deus.

Alguém cola a boca dele com aquelas colas que não soltam fácil..

Eu não fico vendo ele dormir.

Só as vezes que acordo no meio da noite pra ir ao banheiro e fico encarando por um tempinho.

Mas nada demais.

- Você fica me vendo dormir?- o Gabi pergunta e mais uma vez aquele maldito sorriso está em seus lábios.

- Lógico que não, deixa de viagem.