CINQUENTA E NOVE

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Gabigol

Se um dia me falassem que eu estaria jogando baralho com um vascaíno, que no caso é meu sogro, eu iria rir na cara da pessoa.

Mas não é que isso tá acontecendo?

Eu não entendi como isso aconteceu, só sei que agora a gente tá aqui na mesa e jogando truco.

E o pior: se eu perder vou ter que dar uma camisa do Vasco pra ele.

E se eu ganhar ele não vai me dar nada porque segundo ele a filha já é o maior presente.

Não tá errado.

Mas eu queria que pelo menos ele gravasse um vídeo falando que o Vasco é filho do Flamengo, coisa básica.

- Já tô pronta- a Milena aparece na sala toda bonitona e eu quase babo.

Muito gata!

Hoje ela tirou a trança e tá com o cabelo normal. Incrível que ela fica linda de todo jeito.

O que rolou comigo? Tô muito bobo, credo.

- Concentra aqui- o Marcos balança a mão na minha frente e eu tiro atenção da filha dele que tá olhando pra gente de boca aberta.

- Como assim eu saio por um tempo e vocês já estão desse jeito?- se aproxima- vocês realmente estão jogando baralho?

- Sim, e valendo camisa do Vasco- ele diz e ela ri.

- Meu Deus! Essa eu quero ver- afasta a cadeira e se senta.

Continuamos o jogo e segue tudo normal porque eu ganhei.

- Aqui o filho chora porque o pai bate!- tiro uma com a cara dele que tá muito puto.

- Sempre roubando, lógico que tem que ganhar mesmo.

- Não é mais fácil aceitar que perdeu?

- Vamos, amor?- a Milena me chama.

Me desconcentrei todo.

"Amor"

Vai se ferrar, Gabriel bobo.

- Vão logo antes que eu cometa um homicídio- ele diz e eu me levanto, isso porque a Milena me puxou.

- Tchau sogra, até mais- jogo um beijo pra Soraya que tá sentada no sofá.

- Vão com Deus, juízo.

- Pode deixar- a Milena fala e abre a porta.

- Tchau filhão- jogo um beijo pro pai dela que carinhosamente me mostra o dedo do meio- fofo.

- Você é terrível, credo- ela diz e me empurra pra fora.

- Você não acha que essa saia tá muito curta?- digo após ela fechar a porta e passar por mim.

- Não, você acha?

- Eu acho.

-Eu não- sorri irônica e me joga a chave do carro que a mãe dela emprestou.

O velho nem queria deixar eu chegar perto do carro, mas é a mulher que manda nele, então não teve como negar.

- Não quer dirigir? Não conheço quase nada aqui.

- E quem disse que eu sei dirigir?

- Caralho hein Milena- reviro os olhos e ela ri abrindo a porta do banco do passageiro e entrando.

Dou a volta no carro e sento no banco do motorista, ligando o carro em seguida.

Ela coloca o endereço e eu começo a dirigir, o movimento da rua é tranquilo e sem trânsito, diferente do que estou acostumado.

𝗖𝗹𝗼𝘀𝗲 𝗳𝗿𝗶𝗲𝗻𝗱𝘀•• 𝗚𝗮𝗯𝗶𝗴𝗼𝗹Where stories live. Discover now