Prenda-me Se For Capaz, Jungkook! | Jikook

Sobreviva...

Então... Este capítulo não fazia parte dos meus planos kkkkk mas me senti inspirada a escrever e aqui estou eu.

Bem, não sofram tanto.

Amo vocês ❤️

Deixo o hotel em Busan com cada palavra daquela mensagem tatuada na mente. Era como se eu conseguisse ouvi-lo dizendo todas elas. Palavra por palavra sem qualquer pena.

Não sei bem o que fazer agora, mas estou certo de que não há mais nada para mim em Seul. Não há mais nada que eu possa fazer para me redimir e regressar ao que era antes. Porque para mim, não há um antes, não há um passado ou uma vida antes disso, só um presente repleto das consequências dos meus atos que não são louváveis.

Observo a estrada molhada pela chuva que caía sem dar trégua e paro no sinal vermelho juntamente com outros carros. Apoio minha testa no volante e fecho os olhos, odiando cada segundo da vida que ainda existia em mim. Levanto o rosto e encaro meu reflexo no espelho retrovisor, sem ao menos conseguir reconhecer o que eu via. Park Jimin é louco se acha que vou conseguir ser o mesmo depois de tudo, porque eu sabia dos riscos. Desde o primeiro sorriso que me deu, eu sabia de tudo o que perderia caso não conseguisse retornar à consciência. E eu não pude.

Agora, é tarde demais.

Não posso ser o policial honrado que sempre fui, quando passei as últimas horas desejando inocentar quem a justiça já tinha como culpado. Quem eu sabia que era culpado. E quem eu deveria levar a condenação, mas não pude, porque meu coração tomou as rédeas e decidiu por mim.

E agora, o que me resta?

Olhar nos olhos daqueles que sempre estiveram ao meu lado, me apoiando e confiando em minha idoneidade, será mais difícil e amargo do que ter me dado conta de que estava sozinho naquele quarto de hotel. Não posso ser mais uma referência para eles. Não tenho do que me orgulhar ou talvez sim; para aqueles que mesmo conhecendo a verdade, se lançam ao mar da perdição por não resistir a algo inevitável, porque isso é o amor.

Ele é inevitável.

Me apaixonar por ele foi inevitável e a dor de sua ida também.

Me recomponho quando o sinal abre e refaço o longo caminho de volta ao lugar que me encontrou, destruído, abatido, e me fez sentir que lá no fundo, ainda havia vida. Ainda havia um motivo para continuar. Estaciono o carro e sigo calmamente até a minha moto, vendo-a parada no mesmo lugar. O conhecido bar já estava aberto e eu podia ouvir vozes, cantorias e sorrisos, porque a vida, apesar de não ser boa para todos, tinha que continuar. Monto nela, mas não consigo sair, não consigo dar partida antes de soltar um longo suspiro; talvez o último como um homem livre e decente. E depois, quando a consciência pesa e a realidade vem à tona, a dor parece maior.

Apesar do que o Jimin disse em sua mensagem, eu não posso continuar.

Dou partida na moto, ciente de onde meus passos deveriam me levar e onde minha jornada como um policial terminaria.