Capítulo 1: Bem-vindo a Grand Water

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Gente! A escolha dos outros personagens (além das meninas do Fifth Harmony) foi totalmente aleatória e muitas pessoas do "elenco" serão inventadas, para evitar "tretas" e etc! 
E, ah, eu fiz mudanças tanto na família da Camila quanto na da Lauren, por isso nomes diferentes, mas vai fazer sentido ao desenrolar da história. 

― ♯ ―

Grand Water, Califórnia.
06:40.

Peguei a tigela de morangos, despejando as frutas dentro do liquidificador. Minha mãe odiava o quão barulhenta eu conseguia ser pela manhã, porém, tomar uma boa vitamina fazia parte do meu ritual sagrado antes de correr.

She got the Mercedes-Benz
She got a lot of pretty, pretty boys that she calls friends

Balancei a cabeça para baixo e para cima, seguindo o ritmo da música que tocava nos meus headphones. Sem pressa, derramei um copo de leite sobre os morangos e finalizei aquela mistura com um pouco de açúcar, aproveitando-me das meias azuis cobrindo os meus pés para deslizar pelo chão liso da cozinha enquanto dançava, imitando gestos que simulavam uma guitarra.

So I called up the captain: Please, bring me my wine
He said: We haven't had that spirit here since

Pressionei a mão contra a tampa do liquidificador e girei o botão, não sem antes aumentar o som da música adentrando os meus ouvidos, de maneira que o ruído irritante do eletrodoméstico fosse abafado por "Hotel California".

Welcome to the Hotel California
Such a lovely place

Todos os ingredientes jogados ali dentro começaram a se misturar, tornando-se um líquido rosa e homogêneo. Enquanto a vitamina não ficava pronta, me deixei levar pela melodia envolvente dos Eagles, sacudindo o corpo. Não era todo o dia que eu acordava de bom humor, afinal. Estranhamente, tinha um pressentimento interessante sobre aquela quinta-feira.

They're livin' it up at the Hotel California
What a nice surprise

— Lauren! — A canção para de repente assim que alguém arranca os fones da minha cabeça. — Estou falando com você, criatura.

— O que foi? — Desliguei o liquidificador, rodando os calcanhares e ficando frente a frente com Vovó Harriet.

— Isso são horas de tanto barulho? — Coçou os cabelos desgrenhados. Na verdade, a mulher estava desgrenhada da cabeça aos pés, com aquela aparência de quem tinha acabado de chegar em casa após uma bela noitada. — Cadê o meu abraço de bom dia?

— Me deixa, Harriet. — Me desvencilhei dos seus braços. Ninguém merece um abraço às seis horas da manhã. — Isso são horas de você chegar?

Aqui vai algo importante sobre Harriet Jauregui: ela é uma cinquentona que ainda pensa ter os seus vinte anos.

— E daí? A sua vózinha não pode se divertir? — Pareceu ofendida pela minha fala, levando a mão até o peito. — Se quer saber, passei a noite com o meu namorado.

— Qual deles? O muito rico e muito, muito, muito feio? Ou o muito feio e muito, muito, muito rico? — Ergui as sobrancelhas, interessada no assunto, e minha avó riu como se eu estivesse brincando. — Não, é sério, qual deles? Eu me perdi no décimo homem que você trouxe aqui esse ano.

— Foi com aquele que não é da sua conta, mocinha! — Viram? Harriet totalmente age como uma adolescente. — E esse bom humor aí? Te vi toda dançante! A primeira semana de aula está boa?

— Uhm... como é que se diz mesmo? — Retiro o jarro de vidro do suporte do liquidificador, coçando o meu queixo em uma falsa expressão de pensamento. — Ah! Lembrei. Não é da sua conta. — Ironizo, assistindo a mais velha revirar os olhos junto a mim. Nós temos essa relação estranha, que não combina em nada com os relacionamentos comuns entre uma neta e a sua avó. — Tchau, Harriet!

Golden State. (Camren)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora