Capítulo 9: Noite dos Vinhos

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Bom, nesse capítulo vai ter algumas coisas sobre a vida da Camila e eu acho que é o mais longo até agora!!!

😬

POV: Camila Cabello

There goes the last great American dynasty
(E lá se vai a última grande dinastia americana)

Who knows, if she never showed up, what could've been?
(Quem sabe, se ela nunca tivesse aparecido, o que poderia ter sido?)

— Karla! — A palma de uma mão se movimentou em frente ao meu rosto, expulsando-me dos meus próprios pensamentos. Após um suspiro, retirei os fones de ouvido e cedi a atenção exigida por Felicity. — Me dê a sua opinião. O que você acha de coroas de flores?

A mulher andava em círculos pelo salão de festas, indo de um lado para o outro rapidamente. Isso fazia com que as jóias penduradas no seu pescoço e nos seus pulsos sacudissem e ela soasse como um brinquedo de cachorro rolando pelo chão.

— Coroas de flores? — Franzi o cenho, cruzando as pernas. — Só seria uma boa ideia se o evento fosse um funeral ou alguma merda do tipo.

— Karla. — Ela me repreendeu. — Por favor, você não está em casa.

— Desculpe, Felicity, não foi o que eu quis dizer. — Segurei a tentadora vontade de revirar os olhos. — Quis dizer que vasos seriam a melhor opção.

— Concordo com a Camila. — Milika Hansen, a mãe de Dinah Jane, repousou a mão sobre o meu ombro. Ela estava atrás de mim, então, eu não pude vê-la, mas a sua voz era inconfundível. Todos os dias, a cidade inteira lhe ouvia no canal três, falando sobre fahrenheit e Califórnia em frente ao mapa dos Estados Unidos. — O tempo está fechado por aqui? As duas parecem de mau-humor.

O tempo está fechado, muito conveniente escutar isso saindo da boca de uma das "mulheres do tempo" mais queridas do estado.

— Ainda bem que você chegou, Milika. A organização do evento está um pouco estressante, houve problemas com ao menos dois fornecedores, o das flores cancelou o pedido... Estou correndo contra o relógio para encontrar uma empresa que forneça as flores dentro do prazo. — Felicity massageou as próprias têmporas. Ela passou a semana inteira organizando a Noite dos Vinhos ao lado de Blanche. — E eu acho que o mau-humor de Karla é apenas saudades de Dinah, não é, querida?

Querida.

Lembro da primeira vez em que Felicity me chamou desse jeito. Era uma mulher de vinte e dois anos abrindo uma necessaire brilhante e derramando produtos de maquiagem sobre o tapete rosa e felpudo do meu quarto.

"Você gosta de se maquiar, querida?"

Também lembro de Alejandro contando que me apresentaria a uma velha amiga, e de como a minha mente de seis anos não entendeu o que ele quis dizer com aquilo.

Velha. Hoje vejo a ironia disso.

— A Dinah ainda está no cabeleireiro retocando as luzes. Você sabe como a sua amiga é, quer aparecer impecável. — Bom, era verdade. Jane não colocava o pé para fora de casa sem estar perfeitamente bem arrumada. É algo que nós tínhamos em comum, então, nunca reclamamos das demoras uma da outra. — Achei que estariam juntas lá.

— Eu vou, mas preciso falar com a Blanche primeiro.

— Não perca o seu horário no salão esperando por ela. Com essa confusão dos fornecedores, acredito que a sua avó vai demorar para voltar. Deixe o recado comigo e eu irei repassá-lo. — Minha madrasta se ofereceu de bom grado, erguendo, em sua mão esquerda, uma taça de vinho com formato de diamante no bojo e boca côncava, e, na direita, uma taça de aspecto mais quadrado e largo.

Golden State. (Camren)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora