Golden State. (Camren)

Capítulo 14: Corrida pelo ouro

Tem duas músicas nesse capítulo!

Elton John, Your Song
Taylor Swift, Gold Rush

Twitter: milabedumb

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Lauren Jauregui POV

— Laur-Laur, vem cá! — Minha avó, Harriet, abraçou-me pelos ombros. — Tenho uma surpresa 'pra você!

Sempre que eu participava de alguma corrida importante, a minha família preparava um almoço especial em comemoração. Começou em Winston City, quando ganhei a minha primeira medalha de ouro e Clara exibiu-a para cada cliente do salão de beleza onde trabalhava — e ainda chamou todo mundo para um churrasco. A nossa sorte foi que a vovó namorava o dono de um açougue naquela época...

— Surpresa? — Espremi os olhos. — Não gosto das suas surpresas.

— Por que não? Ano passado, você adorou ir pescar comigo. — Ela se fez de ofendida.

— Ano passado, tipo, quando o nosso barco afundou? — Lembrei-a daquele pequeno incidente. — Porque você literalmente nos arranjou um barco furado e não me contou?!

— Mas a gente se divertiu bastante até ele afundar, sua garotinha ingrata!

Harriet e suas surpresas sempre acabam em confusão. Quando eu era criança, ela contratou um cara que conheceu num bar para se fantasiar de Papai Noel e me surpreender no Natal, e ele chegou tão bêbado lá em casa que caiu antes do terceiro "ho". Se analisarmos o seu histórico, meu receio é válido!

— Espera aí, Lauren! — Pablo apontou a sua espátula em direção a mim. — Seja lá o que a sua avó vai aprontar, não enfrente de barriga vazia.

Pablo Green, o ex-namorado da minha mãe, barra, o pai do meu meio-irmão, barra, o único padrasto decente que tive na vida, era quem comandava a grelha, sendo ajudado pelo novo affair de Harriet, o taxista Zig, Zip, sei lá, não entendi direito, mas não importa. Os namoros de vovó têm prazos de validade de uma semana.

— Obrigada, Pablito. — Aceitei de bom grado o prato de hambúrguer que ele me ofereceu. A melhor mistura de todas: pão, carne e ketchup. — O cheiro 'tá divino.

— Depois você come! — Minha avó retirou o prato de minhas mãos, colocando-o sobre a mesa. — Pega o seu presente!

— Vovó, não acredito nisso! — Certo, Harriet calou as minhas críticas. — Deve ter sido caro! Não precisava.

A tal "surpresa" calhou a ser um skate novinho em folha, muito mais bonito do que o meu atual — já inteiramente surrado e com as rodinhas gastas.

— Você merece, Laur! — Minha avó deu de ombros, puxando-me para um abraço. — Comprei com um dinheiro que o Zip me deu, mas, shh, ele pensa que esse é o preço de uma pílula do dia seguinte! — Sussurrou no meu ouvido enquanto nós nos abraçávamos.

— Por que você tomaria uma pil...

— Shh!

O almoço seguiu animado e regado de hambúrgueres. Gostei tanto do skate novo que andei um pouco pelo jardim, tentei ensinar algumas manobras ao meu irmãozinho e assisti Pablo caindo no chão umas vinte vezes — depois de jurar de pé junto que se lembrava de "manobras iradas" que aprendeu na adolescência.

— OLHA, LAUR! — Levi passou correndo pela mesa, parecendo um jato. Pude ver a medalha de prata concedida a mim em Molina Port pendurada no seu peito, voando junto ao garoto. — SOU RÁPIDO IGUAL A VOCÊ!