A ilha dos sonhos é uma lenda que diz que se você conseguir agradar a guardiã da ilha, você pode pedir qualquer coisa e receberá, e poderá viver na ilha banhada de ouro e prata.
Quando uma mulher desconhecida é descoberta escondida em sua embarcação...
Duas semanas. Fazia catorze dias que eles navegavam naquele barco e tudo o que havia à sua volta era água. Jungkook não gostava do oceano, nem um pouco, pensava que não conheciam quase nada daquele vasto caminho azul e escuro, e isso o assustava demais. Tantas coisas que não conheciam, tantos animais, talvez monstros…
Mas, não tinha tanto tempo pra pensar em todas essas coisas, Taehyung estava sempre distraindo-o ou somente o irritando. Como agora, quando estava somente tentando ler um livro e o Kim não parava de cantar, diga-se berrar, em seus ouvidos.
— Aya aya! O marinheiro está partindo! Aya aya! O navio está partindo! — Fazia uma dança ridícula e desengonçada com as pernas.
— Por deuses… — sussurrou.
— ICEM AS VELAS, ABRAM OS BARRIS! AYA AYA! RESPIRAMOS ÁGUA COMO UM CHAFARIZ!
— Essa música sequer tem um sentido?
— Não. Seu compositor não sabia nada de músicas, ela se popularizou nos bares frequentados pelos marinheiros e acabou ganhando lugar nas embarcações.
— Percebe-se.
— Vamos lá, Jungoo, se anima! EI EI EI, QUE SE FODA O REI! EI EI EI, QUE SE EXPLODA O REI!
— Essa é das boas!
Até o anoitecer, eles cantaram músicas de marinheiros e também as de ataque ao rei, com Taehyung insistindo que seria um ótimo bailarino se quisesse seguir essa carreira e o Jeon não concordava muito, mas não magoaria seus sentimentos.
Jungkook realmente achava que não existia pessoa mais capacitada para irritá-lo do que o Kim e sua aventura juntos só provava seu ponto. Já se foram sete dias ao lado dele e o Jeon acreditava que a qualquer momento ele jogaria Taehyung daquele barco.
Principalmente, pelo fato dele achar que, já que pilotava o veículo, Jungkook deveria fazer todo o resto. O subordinado limpava o convés, seus aposentos, levava comida para o outro e ainda por cima dava água em sua boca!
— Olha aqui, alfa, não sou seu escravo!
— Bem que poderia.
— Ora, seu…
O timão travado em linha reta permitia que Taehyung ficasse livre, o que significava que Jungkook poderia facilmente atacá-lo com a maçã que tinha em mãos.
— Au!
— VIROU CACHORRO?
— Me ofendeu.
— Enfie em seu traseiro!
Nessa briga de gato e rato, Jungkook acabou esbarrando em um barril, derrubando-o e abrindo-o, fazendo Taehyung cair por cima dele.
— Machucou? — Esfregava suavemente o joelho do beta.
— Óbvio que machucou, seu esterco. Madeira dura dos infernos.
— Aish, não é minha culpa… — Manhou fazendo bico.
Jungkook teria retrucado, se o barril não tivesse se mexido suspeitamente, fazendo eles se calarem e observarem.
— Ai…
— O barril falou?
— Pelos deuses…
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