Capítulo 2 - Helen conhecendo Theodoro

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Os ensaios da Conferência seguiam a todo vapor e com o passar dos dias, percebi a frequente presença de um homem, amigo de Caio, que frequentava os ensaios junto com outras pessoas para acompanhar somente. Ele frequentava o culto também, mas sempre sentado nos bancos, como eu estava antes. A quanto tempo ele frequenta eu não sei, só vim reparar ele nesses dias de ensaio e só então descobri ele também durante os cultos. Muitas pessoas iam para os ensaios só para assistir, era um evento muito esperado lá, então frequentavam para dar apoio e incentivar.

Numa pausa do ensaio sempre lanchávamos, cada um levava alguma coisinha e fazíamos uma mesa de lanches. Hoje durante esses lanches, estava com minhas amigas conversando e Caio chegou com ele para falar com a Ari e ele cumprimentou a todas nós com a paz do Senhor. Descobri que ele é o chefe do Caio, e que já a um ano tinha aceitado a Jesus ali naquela Igreja, depois de convites insistentes de Caio para ele visitar lá. Já em casa, Ari me contou, que Caio trabalha já a um bom tempo com ele, e que ele andava muito triste por ter terminado já vários relacionamentos com mulheres que não conseguiam preencher certo vazio que havia nele. Aceitando ao convite de Caio, foi para o Culto certa vez e gostou muito, continuou frequentando o local sem compromisso, mas Deus foi trabalhando no coração dele, até que ele entendeu que ali era o lugar onde ele se sentia bem e mais completo. Seus dias seguintes começaram a ser diferentes, tinha mais ânimo, prazer de trabalhar, de cuidar de seus negócios e ia cada vez mais com frequência para Igreja, até que com um tempo ele finalmente levantou sua mão no Culto atendendo ao pedido do Pastor que levantasse sua mão aquele que quisesse entregar sua vida a Jesus. E hoje Theodoro está lá, participando do Curso de Discipulados na Escola Dominical e frequentando com assiduidade a Igreja.

Achei Theodoro lindo, educado, porém meio sério, o que dava a ele um certo charme. Procurei não demonstrar nenhum tipo de interesse no assunto sobre ele que Ari fez questão de começar, pois conhecendo Ari, iria dar uma de cupido para me juntar ao homem, rsrsrs.

No ensaio seguinte Caio e Ari me chamaram em particular e me avisaram que tinham duas músicas que o solo seria meu e não aceitavam não como resposta. Eu disse a ele que faria sim, pois já tinha dito a Deus que não recusaria trabalho na sua casa que me fosse dado a partir daquele momento, nunca fiquei parada na casa do Senhor e já tinha tido meu tempo de se acostumar com a rotina nova ali. Sendo assim naquele mesmo dia, ensaiaríamos essas músicas com banda e vocal. Foi bem difícil pra mim, devido a timidez, lá é bem maior que minha antiga Igreja de cidade pequena, a banda tem infinitos instrumentos e músicos bem talentosos. Que Deus me ajude!

No final do ensaio as meninas vieram me repreender dizendo que eu estava escondendo talento e me deixaram muito feliz, vi que realmente eu tinha alcançado satisfação ali naquele local e iria dar como sempre o meu melhor para o louvor alcançar o coração dos sedentos de Deus naquele lugar nesses dias de conferência. Caio e Ari me abraçaram e disseram que foi lindo, e se arrepiaram com a música finalizada, banda, solo e coral em perfeita harmonia.

Já no pátio da igreja, esperando Ari, Theodoro veio falar comigo me deixando surpresa e ao mesmo tempo nervosa. Eu já vinha observando ele nos Cultos e ensaios e tinha a impressão de que ele me olhava muito, mas sempre pensava que era coisa de minha cabeça carente. Ele chegou perto de mim, falando o quanto tinha ficado impressionando com minha voz, que tocou muito o coração dele, e que eu devia participar da Equipe de louvor do Caio. Confessei a ele que o convite já tinha sido feito, mas por ser nova ali, preferi dar um tempo. Ele me confessou que não entende nada de música e que ela quase não fazia parte de sua vida, até que ele começou a frequentar a Igreja, neste momento ele passou a ouvir mais músicas e cantar, mas que não tinha talentos pra isso (riu). O talento dele era administração de Empresas e nada mais, disse ele. Confessei ao Theodoro que sempre fui musical, e além de cantar, também tocava violão e teclado. Ele me disse que sua irmã tem um piano em casa, ela havia ganhado de seu Pai, mas que andava um pouco largado, que ela tinha enjoado um pouco das aulas que vinha tendo e desanimado do desejo que antes tinha de aprender a tocar o instrumento que um dia se interessou. Ainda conversamos mais um pouco sobre o assunto, até que chegaram até nós, Caio e Ari. Caio todo sorridente vindo até nós, logo jogou a bomba: E aí pessoal, topam uma pizza??

Se ele soubesse o quanto estava envergonhada na presença daquele homem lindo e charmoso, tão intelectual e que não via a hora deles chegarem pra eu ir embora dali. Mas não foi o que aconteceu e fomos parar numa pizzaria. Segui no carro com Caio e Ari e Theodoro foi no dele.

Tenho que admitir que foi uma noite incrível, de conversas agradáveis, relembrando todas as nossas artes da infância, o que nos rendeu muitas risadas, cada um tinha uma história pior que a outra pra contar, mas as artes de Caio superaram todas. Caio e Ari volta e meia ficavam de namoricos na nossa frente, o que me deixava bem tímida enquanto Theodoro me olhava e dava umas risadas da cena de nossos amigos. No final de tudo, os cavalheiros racharam a conta e Caio jogou a última bomba da noite. Perguntou se Theodoro podia me deixar em casa pra ele ir um pouco a praia com a Ari. ( Ai Senhor!! ) Por mais que eu negasse e que dissesse que iria pegar um Uber, nada adiantou, Theodoro dizendo que me levaria sim com maior prazer e Caio do outro lado dizendo pra eu ficar tranquila que ele não pediria isso a Theodoro se ele não fosse confiável. Eu com meus ombros caídos, cheia de vergonha e muito tensa, fui conduzida por Theodoro até seu carro que estava ali bem pertinho de nós. Ele ligou o som do carro e colocou exatamente uma das músicas do meu solo, virou pra mim e deu um sorrisinho. Eu me liguei com Deus ali e pedi a ele força e sabedoria, estava muito travada, muito envergonhada, vendo claramente a armação de Caio e Ari pra cima de mim e tinha uma ligeira impressão que o convite a pizza havia sido premeditado por Caio e Theodoro. Mas deixei meus julgamentos guardados em uma caixa imaginária em minha mente para ser aberta em casa durante esta noite de sono que eu com certeza perderia lembrando dos momentos na companhia de Theodoro.

Quando fiz menção de dizer meu endereço, ele disse que já sabia, pois já tinha deixado Caio lá algumas vezes. Ali naquele pequeno percurso ele me disse que me admirava já desde que eu cheguei naquela Igreja com a Ari, e que me observava sempre e que ao me ver louvando se admirava como eu louvava com a boca, alma e corpo, pois me balançava sempre no ritmo da música ao cantar. Eu devo ter ficado vermelha igual tomate (risos). Theodoro confessou que quando começou a ouvir meus solos, fechava os olhos e só se concentrava na minha voz e que então começou a brotar forte nele o desejo de me conhecer de verdade, ter uma amizade comigo, e se eu permitisse, que ele gostaria de me convidar para jantar com ele assim que eu quisesse. Não precisa dizer o quanto a minha caixinha do pensamento estava sendo cheia durante aquele curto trajeto até em casa. Eu sorri pra ele, mas por dentro estava com os nervos agitados de nervoso. Agradeci a ele mais uma vez o elogio ao meu talento, afirmei que era de coração o que fazia pra Deus. Disse que aceitava sim sair um dia com ele, mas estava muito limitada no que dizer a ele, estava envergonhada. Ao chegar em casa, ele estacionou e logo saiu do carro para abrir a porta pra mim que já estava saindo. Achei lindo este ato, tirando meu Pai e Henrique, ninguém mais tinha feito tal delicadeza comigo. Ele trancou o carro e disse que me deixaria na porta do apartamento, sendo assim, subimos para o nosso 3º andar. No elevador, só nos olhávamos quietos, quando abriu a porta e saímos ele disse pra mim que eu estava entregue. Agradeci a ele, e pedi desculpas pelo transtorno e foi aí que ele me surpreendeu. ( Hummm)

Pegou minha mão com delicadeza e levou até sua boca deixando um beijo demorado, pelo menos para mim que observada a cena quase que em câmera lenta. Não bastando isso, ele me puxou com delicadeza envolvendo seus braços em minha cintura e me deu um beijo que me pegou tão de surpresa que minha reação foi logo me afastar, senti minhas bochechas ficarem quentes. Theodoro me pediu desculpas, mas disse que não conseguiria ir bem para casa senão sentisse o sabor de minha boca. Minha reação foi colocar a mão nos meus lábios e ficar muda, certamente com uma cara de surpresa.

Ele simplesmente sechegou mais perto de novo, deu um beijo na minha testa, me disse pra dormi beme que tinha meu contato, iria me mandar uma mensagem pra eu salvar o númerodele e pra que pudéssemos conversar mais e combinar nosso jantar. Ditoisso, ele sorriu e foi para o lado do elevador. Ali fiquei, parada até que ouvio barulho do elevador abrindo e logo em seguida fechando. Corri para o corredorpara me certificar de que ele realmente tinha ido e entrei correndo, toda metremendo. Corri pra janela e avistei o carro dele e logo em seguida elechegando, antes de entrar no carro ele olhou pro meu prédio, mas creio que nãodeva ter me visto já que a luz estava apagada e a janela fechada. Ele então sefoi e eu me joguei no sofá, abismada com a velocidade dos acontecimentos e oque de tudo isso eu falaria para a Ari, mesmo sabendo que ela com certezaestava envolvida nesse nosso momento junto. Que sensações esse homem tem mecausado gente.

Surpresas da vida - Do namoro ao casamento.Where stories live. Discover now