Capítulo 4 - Theodoro conhecendo Helen

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Após uma virada de ano diferente da minha vida, um ano cheio de esperanças e fé, chegou pra mim, com a sensação de que estou no rumo certo de minha vida agora, me sinto bem comigo mesmo, realizado profissionalmente, mais focado em minha família. Na igreja, estou bem na minha, não me envolvi com nada, disse ao Caio que quero me fortalecer bem primeiro, frequento as programações com assiduidade e sou muito querido ali, me sinto em casa. Alê finalmente parou de me procurar, incrivelmente quando comecei a frequentar a igreja, ela veio com tudo, nos convites para sair, me mandava fotos ousadas, se expunha tanto para me tentar, os meus amigos de antes até compravam os convites pra balada, e me avisavam que era só ir encontrar com eles, muitos até mesmo vinham a mim na Empresa ou em casa, tentando me carregar com eles para as festas. O cerco fechou pra mim, foi difícil fugir dessas que hoje reconheço terem sido armadilhas pra eu não continuar minhas idas pra casa do Senhor. Caio e seu pai foram meus ajudadores e conselheiros fieis, pessoas que Deus colocou na minha vida pra me ajudar, pra me guiar, sou muito grato a eles, senão, teria cedido a alguns convites em nome da tentação e das amizades que tinha.

Naquele Domingo, após a EBD, fui para a casa dos meus pais almoçar com eles, como já era de costume nos reunirmos lá nesses dias. Passamos uma tarde agradável em Família, a namorada de meu irmão estava por lá também e eu passei boa parte da tarde implicando com minha caçulinha, amava implicar com minha irmã, escondi seu celular, pois ela não tirava o olho da tela. Quando vi que ela já estava se enchendo disso e que eu logo levaria uns tapas dela, devolvi, antes que despertasse a fera que há naquela adolescente espinhenta, mas não sem antes dizer a ela que a amava... gostava de tirar ela do sério, disse que ela era a irmã que eu mais amava, no que ela só fez rir e me dar língua. Tirei um cochilo, a tarde lanchei com meus pais e em seguida fui para casa me preparar para o Culto de logo mais. Dos filhos sou o único que decidiu sair da casa dos pais. Quis minha independência e por ser o presidente de uma grande Empresa, achava vergonhoso saberem que ainda morava com os pais. Tomei essa atitude logo nos primeiros meses que assumi a presidência. Minha mãe não gostou tanto, mas acabou se acostumando, meu velho disse que confiava em mim e me apoiou.

Estava já sentado na minha cadeira cativa quando avistei Ari entrando na igreja acompanhada de uma linda jovem, tímida, delicada, de cabelos cor de mel, com um vestido florido que realçava suas curvas, nos pés uma sandália de salto bem alto e fino, nos braços estava uma pequena bolsa, tinha leveza no seu andar, se aproximaram mais e ela se ajoelhou junto com Ari, oraram brevemente e se sentaram. Eu não conseguia tirar os olhos dela, mas me contive ao máximo, disfarçando, focando também em outras direções, mas sempre me via naquela direção, sedento de olhar mais uma vez cada detalhe dela e na frustrada expectativa de repente ver algum homem chegar para se sentar ao lado dela, coisa que para a minha alegria não aconteceu. Ari permaneceu ali com ela, boa parte do culto, exceto nos momentos em que ia louvar. Percebia que a moça tinha suaves movimentos juntos com os louvores que cantava, isso chamava minha atenção. Como ela era linda, ali naquele lugar, alheia a tantos olhares curiosos como o meu. No decorrer do culto, ela foi apresentada como a amiga de Ari que estava vindo de Campos para congregar ali conosco, só aí me lembrei que Caio tinha me falado sobre ela. Helen é seu nome. Naquele dia, nem procurei Caio, ele estava bem atarefado no preparo dos ensaios que estavam para começar, então quando o Culto acabou fiquei ali de conversa com alguns homens que eu estava mantendo já uma boa amizade, mas de olho naquela beldade que permanecia sentada ali, creio que esperando Ari que estava numa pequena reunião com os músicos junto de Caio. Quando o grupo de meus amigos se desfez cada uma foi pra um lado, me vi obrigado a ir também. Quando desci pro térreo já não tinha quase ninguém pelo pátio, me dirigi para meu carro ali na rua, acenando a paz para os que ainda estavam por ali. Entrei, fechei o carro, coloquei um som baixo, não demorou muito e avistei Caio de mãos dadas com Ari e a moça ao lado deles, foram direto para o carro de Caio e partiram. Após esse desfecho me conformei em ir para casa, com aqueles traços de mulher na minha mente, ansioso em poder ter o prazer de ver ela mais vezes.

Surpresas da vida - Do namoro ao casamento.Where stories live. Discover now