Quando Te Encontrei: Redenção Inesperada

CAPÍTULO 03

Falar que as minhas pernas estão bambas é um eufemismo. Tenho certeza que a qualquer momento eu posso desmaiar na frente do Sr. Hathaway. E não, não é nervosismo pela entrevista, mas sim pela sua presença intimidante e por ser esse homem lindo.

Eu já conheci muitos homens na minha vida, porém nenhum chegou aos pés de Noah Hathaway e as fotos não fazem jus a beleza desse homem. Eu pensei que já havia visto homem lindo, mas Noah Hathaway está em outro patamar.

Como diabos eu poderei trabalhar ao lado desse homem? Ele exala testosterona e masculinidade. Eu achei que nada me abalaria hoje, porém confesso que esse homem abalou e muito.

— Prazer, Srta. Brown. - O Sr. Noah Hathaway fala, limpando a garganta. — Esses são os meus filhos, a Emma e o Cole.

— Oi, queridos. - Os cumprimento, indo até eles. — Podem me chamar de Louise ou Lou como todos me chamam.

— Meu Deus! Você é muito linda! - A Emma fala e eu dou risada.

— Muito obrigada, Emma. Você também é muito linda.

— Os dois sentadinhos no sofá ou mandarei o Stuart levarem vocês para a faculdade. - O Sr. Hathaway fala e imediatamente os dois se sentam. — Desculpe, Srta. Brown.

— Louise.

— Como? - Ele pergunta, perdido.

— Pode me chamar de Louise. Eu acho estranho me chamarem de Srta. Brown. - Falo, rindo, mas logo percebo que ele pode ser meu futuro chefe e que eu não devia estar falando assim. — Quer dizer...

— Só irei lhe chamar assim, se você também me chamar pelo nome. - Ele fala, me olhando fixamente, fazendo com que o meu corpo se arrepie. — Me chame de Noah.

— Estou gostando disso. - O Cole fala e vejo seu pai o fuzilando.

O Sr. Hathaway começa a entrevista e consigo responder absolutamente tudo com a mais calma possível, pois eu sei da minha capacidade e sei que na sociedade em que vivemos, somos testadas a todo momento.

Infelizmente o machismo está enraizado em nossa sociedade e nós mulheres, temos que estar provando sempre que somos capazes, pois na primeira oportunidade que tiverem, vão fazer com que duvidemos de nossas capacidade. Claro que nem todos são assim, porém acontece, principalmente dentro do mundo corporativo.

— Estou realmente impressionado com você, Louise. - O Noah diz. — O Anthony já havia falado que você é muito inteligente, porém você foi extraordinariamente bem.

— Muito obrigada.

— Não tenho dúvidas de que você entende sobre o assunto e que é muito competente, porém você entende as responsabilidades que vem junto com o cargo, não é?

— Confesso que o cargo em questão vem com diversas responsabilidades, como por exemplo, desenvolver planos corporativos para uma variedade de questões de RH tais como remuneração, benefícios, saúde e segurança, etc, agir para apoiar o fator humano da empresa, elaborando estratégias para avaliação de desempenho, recrutamento, treinamento e desenvolvimento etc, supervisionar todas as iniciativas, sistemas e táticas, supervisionar o trabalho do pessoal de RH e dar orientação, servir como o ponto de contato das relações dos empregados e comunicar-se com sindicatos, monitorar a adesão às políticas internas e aos padrões legais, lidar com reclamações e violações invocando ação disciplinar, quando necessário, antecipar e resolver riscos de litígios, relatar a análise de dados e o uso das métricas de RH para a gestão sênior, mas nada que eu não possa lidar ou assumir. - Falo, sorrindo.

— Era exatamente isso que eu queria ouvir. - O Noah diz, levantando-se. — Louise Brown, você está contratada.

— O que? - Pergunto, em choque.

— Exatamente o que você ouviu. Você está contratada. Basta você me dizer se aceita o cargo ou se continuará com o Anthony.

A frase de que eu estou contratada está dando voltas em minha cabeça. Não que eu achava que não passaria na entrevista, porém ter a certeza de que realmente eu consegui o cargo e que irei trabalhar na Hathaway Automotive é surreal.

— Quando eu começo? - Pergunto, sorrindo e vejo o sorriso surgir no rosto do Noah.

— Segunda-feira. Assim tem tempo de se organizar. - O Noah fala, mas minha atenção está nos filhos dele, que estão sorrindo. — Você ficará na sala ao lado da minha.

— Senhor...Noah, eu tendo uma mesa com um computador, faço meu trabalho. - Falo, sorrindo.

— Pai, por que você não divide a sua sala com a Louise? - A Emma pergunta, segurando o riso e eu não entendo o motivo.

— Filha, muitas vezes eu estarei em ligações, assim como a Louise e isso pode atrapalhar o trabalho um do outro. Então, a Louise pode ficar com a sala ao lado da minha.

— Não está mais aqui quem falou. - A Emma fala, levantando as mãos.

— Eu preciso ir, pois o trabalho me espera. Puta merda, minha última semana trabalhando com o Anthony! - Falo alto e eles começam a rir.

— Meu pai é mais legal que o tio Anthony. - O Cole fala.

— Lou, por que não fica e almoça conosco? - A Emma pergunta e imediatamente olha para o pai.

— Eu acho melhor...

— Por favor, Lou. Já está aqui mesmo e o tio Anthony a liberou do trabalho hoje. - O Cole fala.

— Cole, como você sabe sobre isso? - O Noah pergunta.

— Eu pedi para o tio Anthony e ele disse que acha uma boa ideia, principalmente porque a Lou só pensa em trabalho e está precisando de uma animada na vida. - O Cole responde, sorrindo.

— Precisarei ter uma conversinha com o Anthony. - Falo, rindo.

— Sendo assim, Louise, você aceita almoçar conosco?

— Aceito sim.

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Chegamos no restaurante e eu estou me perguntando se foi uma boa ideia eu ter aceitado vir junto, pois a presença do Noah tão perto de mim está fazendo com que o meu corpo fique completamente arrepiado.

Assim que nos acomodamos em uma mesa, fazemos nossos pedidos e o silêncio recai sobre nós. Não sei o que falar e nem o que fazer, pois eu estou almoçando com o meu chefe e seus filhos.

Meu Deus, Louise! Isso que nem começou o trabalho e já estou assim como uma abestada.

— Lou, você é casada? - A Emma pergunta e eu quase engasgo com o meu suco.

— Não, querida. Eu tinha um noivo, porém não deu certo e seguiu cada um para o seu lado.

— Meu pai também é solteiro. - O Cole diz e não sei o motivo, mas fico feliz com a informação que tive agora.

— Como pararam em mim? - O Noah pergunta, bagunçando o cabelo do Cole e eu sorrio com o carinho que ele tem pelos filhos.

— Por que vocês terminaram? Digo, você e seu noivo? - A Emma pergunta, curiosa.

— Emma Hathaway! - O Noah chama a atenção da filha.

— Sem problemas, Noah. Não me importo mais, quer dizer, não me machuca mais. - Digo, dando de ombros. —  Stuart, meu ex-noivo, sempre foi muito machista e não entendia como eu trabalhava e queria casar. Para ele, ou você trabalha ou é dona de casa. - Digo, rindo.

— Se meu namorado soltar uma dessa, juro que eu dou um soco na cara dele. - A Emma fala e de repente tem a atenção de seu pai e irmão.

— Que porra é essa, Emma? - O Cole pergunta, praticamente gritando. — Você é minha irmãzinha e não quero namorando enquanto não fizer 30 anos.

— Eu acho que estou morrendo. - O Noah fala, dramático.

Eu e a Emma nos entreolhamos e começamos a rir. Dois marmanjos sendo completamente dramáticos, apenas porque a Emma falou de um suposto namorado.

— Pai, Cole, eu não tenho namorado. Fiquem tranquilos.

— Voltando à você, Louise, saiba que seu ex é um idiota. - O Noah diz. — Você merece ser valorizada e se ele não te valorizou, fez bem em dar um pé ́na bunda dele.

— Gostei de ver, pai. - A Emma diz. — Você valoriza, né?

Meu senhor!