Capítulo 1: Incesto

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Nossa humilde morada, no Estado do Maranhão, se localizava a pelo menos um quilômetro do centro da cidade e bem às margens de uma importante rodovia, onde o tráfego era feito por todo tipo de veículos, na grande maioria de grande porte, como aquelas imensas carretas que faziam um tremendo barulho ao passar a qualquer hora do dia ou da noite.

Meu pai era do tipo reservado, fechado a diálogos e dava pouca atenção a família. Aliás, nem família nós éramos, pois os pais não se comunicavam com seus filhos, e estes, muito menos com eles. A casa onde nasci foi construída sobre um pequeno monte, para ter acesso era preciso escalar uma certa altura feita de pedras e cascalhos. 

As paredes eram feitas de barro, o teto coberto por um tipo comum de telhas que logo criou uma cor esverdeada por cima e preta por debaixo. O piso era de cimento cru. Bebíamos água tirada de um velho poço escavado no quintal e guardada num pote de barro que mamãe possuía na ampla cozinha, vazia de bons móveis e cheia de burundangas.

O buraco de onde bebíamos era antigo, possuía uns seis metros de fundura e vivia o tempo todo de boca aberta na direção do céu, cheinho de baratas e sapinhos que a natureza jogava lá dentro, mas papai dizia que aquilo era bom porque eles comiam os outros insetos mais nocivos.

Meu nome é Marcos, o caçula dos quatro filhos. Sempre fui o mais peralta de todas as outras crianças da casa, vivia fazendo traquinagens e infernizava meus irmãos mais velhos. O terreno era bem extenso, um enorme sítio com diversas arvores frutíferas, lá tínhamos fartura de frutas. Muitas mangas, bananas, goiabas, melancias, canas de açúcar, melões e um número imenso de mamoeiros todos bem carregados.

Nunca compramos nada na feira do bairro, a não ser carne no açougue de Seu Eloy, onde meu pai encomendava um porco inteiro para alimentar a mulher e os quatros filhos. Como não possuíamos energia elétrica, porque o velho era do tipo antigo e gostava de acender lamparinas ao invés de lâmpadas, apesar da cidade inteira já viver na modernidade, também não tínhamos em casa nada que funcionasse à base de eletricidade.

Dessa maneira o jeito era fazer carne de sol e pendurar numa corda para não estragar. Minha coroa cozia aquela carne escura durante o mês inteiro misturada com feijão da colônia e óleo extraído das vargens do babaçu. Roupas novas não possuíamos, cada um dos moleques tinha uma calça comprida, uma camisa de mangas longas e um sapato de couro para usar somente nos finais de ano, quando éramos levados para assistir à missa na catedral. Depois era tudo lavado e recolhido. Ficava pendurado num cabide durante meses, quando novamente se repetia o passeio. Nos outros meses usávamos umas bermudas velhas feitas de qualquer tecido, costuradas a mão pela nossa mãe

Aos finais de semanas eu e meu irmão mais velho nos juntávamos com outros moleques e íamos subir nas altas arvores existentes às margens de um riacho que existia por detrás do cabaré das putas, localizado do outro lado da rodovia. Dali podíamos ver as vagabundas tomando banho, totalmente peladas, fazendo sexo com os machos que visitavam diariamente o puteiro. 

Certa vez Jairzinho, um moleque viciado em se masturbar olhando a safadeza das raparigas, enfraqueceu no exato momento em que atingiu o gozo e despencou do galho da mangueira direto no centro do riacho, delatando a todos nós para os putos que praticavam suas orgias no local. Os caras, juntamente com as vadias, atiraram pedras nas arvores e nos expulsaram dali com várias ameaças. Jairzinho foi quem mais se deu mal, pois apanhou feio e passou dias sumido, aparecendo somente semanas mais tarde todo roxo devido as porradas.

A diversão da rapaziada chegou ao fim, não pudemos mais ir ver o rabo daquelas gostosas no igarapé por culpa daquele infeliz. A rapaziada ficou tiririca com ele, mas não deram uma sova nele devido o péssimo estado em que se encontrava o maldito dedo duro, que por não aguentar o orgasmo durante a punheta despencou dentro do riacho. Naquela época não existiam o que há nos dias atuais, a tecnologia era coisa dos países mais desenvolvidos e nem sonhávamos que algum dia viéssemos a evoluir tanto.

Memórias de um sádicoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora