4 | RUÍNAS

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━━━  Cᴀᴘɪᴛᴜʟᴏ 4  ━━━━━━━━━━━━━

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━━━ Cᴀᴘɪᴛᴜʟᴏ 4 ━━━━━━━━━━━━━

A tensão subia pelas pernas de Steve a cada vez que o seu pé direito chocava silenciosamente contra o chão. Era um movimento involuntário, fruto do seu nervosismo, seu corpo consciente de que havia algo estranho com toda aquela espera que perdurava mais do que o normal.

Na sala de espera estéril, ele já tinha perdido a paciência em contar o passar dos minutos em seu relógio de pulso quando as horas perderam-se de vista; o ar-condicionado central daquele hospital simulando propositalmente um inverno que não condizia com a estação calorosa do lado de fora, causava ainda mais incômodo em Steve.

Além disso, os burburinhos trocados pelas mulheres uniformizadas com um conjunto padrão azulado, assim como olhares curiosos por atrás do balcão da recepção em sua direção, estavam fazendo o seu estômago revirar em calafrios.

Os documentos de Sarah e o famigerado formulário com os dados do paciente já tinham sido entregues, afim de oficializar o comparecimento para uma importante consulta com o oncologista que a acompanhava, mas pela demora e com toda a movimentação duvidosa, Steve duvidava que as coisas terminariam como planejado.

Exausto daquela poltrona extremamente desconfortável para alguém do seu tamanho, ele não aguentava mais ouvir o revirar das páginas da revista que Sarah tinha mãos, ciente de que ela já tinha decorado aquela mesma edição em uma consulta anterior, usando o método apenas como uma tentativa de ignorar o tempo.

Senhora Sarah Rogers?!

A voz de uma das recepcionistas quase o fez resmungar de alívio, a tensão em seus ombros se atenuando ao observar a sua mãe se erguer do assento ao seu lado para caminhar em direção ao balcão de mármore branco.

Em casos normais, Sarah sorriria para a recepcionista ao ser brevemente informada sobre o consultório ao qual seria atendida e, ainda de longe, ela chamaria Steve para acompanhá-la. No entanto, a feição de fatigada no rosto da sua mãe o deixou intrigado.

Algo não estava certo.

— Filho... — ao perceber que o filho tinha se movido em sua direção, Sarah sibilou com certo pesar.

— O que está acontecendo? — Steve indagou, os olhos revezando entre a recepcionista e sua mãe.

— Senhor Rogers — a mulher do outro lado do balcão o chamou — Eu estava explicando a senhora Rogers que infelizmente ela não poderá ser atendida hoje.

— Por quê? O médico não poderá atendê-la?

Os olhos cabisbaixos de Sarah trouxeram uma nova interrogação a ele.

𝐋𝐈𝐄𝐒 𝐚𝐧𝐝 𝐒𝐄𝐂𝐑𝐄𝐓𝐒 | romanogersWhere stories live. Discover now