Cap 1

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Caro leitor, seja bem vindo ao meu livro.
Aprecie sem nada de moderação, porém preciso avisar que Asmodeu será um romance considerado dark. Talvez algumas coisas pareçam pesadas ou grosseiras aos seus olhos.
Boa leitura.

🖤

Totalmente acordada agora, pude constatar que a minha prisão é um quarto.

Um quarto extremamente sofisticado e luxuoso.  A cama em que estou acorrentada é king, forrada com a mais delicada seda negra, e as correntes grossas que prendiam meus pulsos estão atadas ao dossel com cortinas transparentes.  Grandes espelhos ocupavam as paredes e o teto do quarto.

Uma mulher de chifres pequenos vinha dia após dia me soltar das correntes, para que eu pudesse fazer as minhas necessidades. O banheiro era todo de mármore negro, desde o chão até as paredes, e a cada dia eu encarava a grande banheira com torneiras douradas, ansiosa por um banho demorado.

Não me era permitido tomar banho. Apenas satisfazer as necessidades do meu corpo. A não ser quando ficava menstruada. Aí eu recebia um pano com uma grande bacia de água fria.

Eu tentei fugir três vezes da mulher demônio. E levei uma surra em todas as três. Na última consegui sair pela porta, passar por um corredor escuro e chegar ao topo de uma escadaria. Depois disso não vi mais nada. A vagabunda me bateu tanto que fiquei durante duas semanas desacordada.

Quando acordei, a xinguei dos mais variados palavrões que conhecia. Inclusive, inventei alguns. Depois, me rendi a humilhação. Implorei para que ela me deixasse sair, porque ali eu seria morta. Ela apenas riu e me ignorou.
Todas as vezes que ia ao banheiro, eu riscada com as unhas palitinhos que contabilizavam a quantos dias eu já estava presa. Da última vez que contei, foram noventa e dois dias. Em um ponto, desisti de contar.

Eu só tinha a porra de uma missão depois da batalha sangrenta, aquela que tinha acontecido na falsa boate do demônio Belial. Seguir os filhos caídos e perversos da minha rainha Lilith, e descobrir qual seria o próximo passo tomado por eles, para nos dar uma vantagem.

Era somente isso, porra!

Mas, fui burra o suficiente para cair nas garras daquelas merdas demoníacas!

E agora, estou aqui.

Olhei para meu corpo acorrentado. Minha pele preta estava opaca devido ao cárcere. Antes era tão sedosa...

Todas as minhas irmãs sempre elogiaram a minha beleza. Apesar de ser a tenente mais cruel e temida das forças de Lilith, eu era admirada por conseguir torturar um demônio menor em busca de informações sem perder a feminilidade. Tive um amante do Brasil quando era mais nova... ele costumava dizer que meus olhos negros pareciam ser duas jabuticabas reluzentes, uma fruta originária da terra dele.

Eu também tenho um cabelão encaracolado com certo volume que bate na cintura. O cacho é tão pequeno que lembra várias molas soltas. Agora, está todo emaranhado.

Minha boca volumosa estava ressecada. Minhas unhas, quebradiças. Cachos crespos tampavam a minha nudez. Não sabia o que era uma depilação fazia tempo.

As filhas de minha rainha Lilith eram extremamente vaidosas. Fomos ensinadas por nossa mãe que os homens eram um objeto descartável de desejo, e que com os nossos órgãos genitais, conseguíamos dobrar o mais duro homem. E ela estava certa.

AsmodeuWhere stories live. Discover now