Cap 2

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- Pra onde ela está me levando?! O que está acontecendo?! - Perguntei para a mulher demônio que " tomava" conta de mim.

Acordei com uma completa estranha me encarando com um olhar engraçado , parecido com... inveja.
Sem mais nem menos, ela soltou as correntes que me seguravam, e me preparou meticulosamente bem. Tomei o melhor banho de toda a minha vida, me entregou uma gilete para depilar o meu sexo, desembaraçou os meus cachos, pintou minha boca de vermelho e tirou com a ajuda de uma pinça os pelos que cresceram da sobrancelha. Ela finalizou espirrando um perfume muito doce em mim, e prendeu meus pulsos com uma nova algema.

A mulher demônio que me via todos os dias veio fiscalizar o que quer que estivesse acontecendo.

- Fique quieta! - Sua voz era a de uma coruja velha.

- NÃO! QUERO SABER PARA ONDE ESTOU SENDO LEVADA! - Minha voz tremeu de puro medo, e eu odiava isso.

Senti a ardência do tapa em meu rosto dois segundos depois.

- Já falei para ficar quieta! Parece um papagaio, nossa! Lerin, pode levar. Asmodeu não gosta de esperar.

- O que ele viu nela, Pazú? - A tal de Lerin não parava de me encarar com a boca torta. Vadia!

- Nem me pergunte. Eu também não sei. - A mulher demônio, que se chamava Pazú, revirou os olhos. - Vá, Lerin. Coloque isso aqui nos olhos dela.

Pazú entregou um pedaço de pano preto para Lerin.

- Eu não vou colocar isso! - Pavor deixava minha boca com gosto de bílis. Ela iria me levar para o demônio principado.

- Tome mais um. Coloque na boca também. Que mulher chata!

- Não! Por favor, Pazú, não faça isso. Eu ficarei quieta, prometo. - Choraminguei para a mulher demônio.

- Então seja boazinha e pare de falar.

A venda cobriu minha visão, e meu coração parecia querer pular do meu peito.

Alguém passou um colar grosso e áspero em meu pescoço.

Senti meu corpo ser puxado para frente.

Eu estava de coleira? Eu fui submetida a uma cadela? Travei o corpo.

- Você escolhe. Pode chegar até o rei andando, ou vou arrastar você, porém não será agradável. Escolha rápido.

Não duvidei dela por nenhum minuto. Resolvi obedecer.

A coleira de couro machucava o meu pescoço, e eu não tinha dúvidas que ficaria por um bom tempo marcada.

Me esforçava o máximo para alcançá-la. Eu estava fraca por falta de atividades e também por estar muito tempo amarrada em uma cama, então tinha que correr praticamente. A mulher chamada Lerin andava com muita pressa.
Era horrível a sensação de estar "cega".

Andamos pelo o que parecia uma eternidade, até que senti ela parar.

- Você vai subir alguns degraus. Vê se não arranca o tampão do dedo.

- É só você andar mais devagar! - Respondi, puta de raiva.

Senti pela falta de brisa em minha pele que estávamos do lado de dentro da onde quer que fosse. O novo piso gelado beliscava os meus pés nus, e meus mamilos se arrepiaram de frio. Finalmente, escutei um barulho de portas sendo escancaradas.

A mulher parou de puxar a corrente presa em meu pescoço. Não enxergar nada fazia com que o meu estômago ficasse enjoado.

- Eu queria muito entender o que o rei viu em você. - Ela disse com amargura na voz, em tom de reflexão.

AsmodeuWhere stories live. Discover now