Cap 4

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Três dias se passaram desde a humilhação que o demônio principado me fizera passar. Eu ainda estava com tanto ódio...
As "sopas" de mingal ralo fizeram mais do que sentido. Ele queria me deixar faminta para que eu não pudesse resistir ao cheiro das comidas; que eu comesse aos seus pés, no chão, igual a um cachorro sarnento.
Logo depois, fui açoitada em minha bunda igual a uma escrava.
Fiquei sem sentar durante dois dias. Não foi o bastante para esfolar minha pele, contudo o local ficou dolorido e ardido.
Mas...

Eu havia gostado.

O ódio ameaçava me sufocar. Fiquei melada só de sentir o chicote entrando em contato com a minha pele.
Fiquei em brasas só de saber que era ele quem estava me punindo. Aquele anjo caído lindo e perverso.
Ódio me alimentava dia e noite, mas outro sentimento também...

Tesão, cru e inexplicável.

Era compreensível. Eu não fazia nada durante cinco meses, então meu corpo estava mais desejoso que o normal. Era isso, não era?

Meu corpo não reagia de forma nenhuma a ele; de jeito nenhum era por causa da sua voz sedosa e o jeito de bad boy. De forma alguma era por ser extremamente carnal e viril.

Belisquei meu braço. Minha mente estava perdida novamente.

Eu deveria me controlar, caralho!

E durante esses dias, eu me melava com frequência. Eu lembrava a todo momento do jeito que ele me inclinou na mesa de jantar, segurou em minhas algemas, roçava a ereção em mim todas as vezes que o couro do chicote me castigava.
O doente sentia prazer naquilo. E eu também.

Minha rainha errou em apenas um momento de sua longa existência. Ter gerado Asmodeu e o resto de sua prole odiosa.

Eu o odiava tanto; odiava a todos eles por igual. E só conseguia pensar em como será que ele fodia.

Com certeza ele deveria ser bastante exigente na cama.

Me dei um tapa dessa vez.

Decidi direcionar minha concentração em outra coisa. Nenhum criado falava comigo, somente Pazú, mas eles cochichavam perto de mim para me causar ansiedade e curiosidade.

Segundo havia escutado, algumas festas aconteceriam no Palácio, e ao que tudo indica, começa hoje à noite. Eles nomeavam esses festejos de Carnival, homenagem aos dias de festa chamado Carnaval do Brasil. Essas comemorações seriam uma espécie de comemorar a volta de Asmodeu ao Sheol.

" O Carnival começa hoje... está animada? "

" Para que?! Para servir?! Você acha que curtiremos alguma coisa?!!!"

" Estou sabendo que Madame Sidra e suas concubinas virão em peso. Ela inclusive fechou o bordel para esses dias, acredita?"

" E daí? "

" Será importante, tudo isso. O mestre quer realmente comemorar sua volta em grande estilo".

Eu escutava tudo, sem perder nada. Não queria entender porque escutar sobre a tal Sidra e as concubinas me causava desconforto.

Milagrosamente eu havia sido bem " cuidada " nesses três dias. A alimentação boa tinha voltado, e por estar faminta, eu praticamente engolia a comida. Recuperei meu peso inicial somente com esses dias.

Agora eu sabia que deveria ter um propósito. Nada que Asmodeu fazia era por acaso.

Pazú entrou no quarto prisão, me tirando dos devaneios. Ela trazia uma grande caixa de papelão quadrada, de aparência sofisticada.

A olhei com desconfiança.
Ela praticamente jogou a caixa em mim.

- O que é isso? - Perguntei receosa.

AsmodeuWhere stories live. Discover now