CAPÍTULO 5

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No banco de trás


—— E então Dean, como vai ser ? — Sam observava Elly a mesa da cozinha, comendo um pedaço de torta ainda assutada com o que ouve. Mas por alguma razão, a menina tinha facilidade em lidar com coisas ruins, e se esquecendo rapidamente de tudo.

— Eu não sei, nós temos que descobrir o que Azazel está planejando. E manter a garota fora do fugo cruzado.

— E depois ?

— Depois ?

— É, quer dizer... Você não pretende ajuda-la e depois a abandonar em um orfanato qualquer por aí não é ?

— E o que você acha que eu deveria fazer Sammy ? Arrancar a menina da escola e sair carregando com a gente por aí ?

— É, basicamente. — Da de ombros.

— Fala sério, só pode estar brincando. — Suspira. — E toda aquela história de vida normal, e faculdade ? — Você viva dizendo que aquele era seu futuro, perdi as contas de quantas vezes discutimos por isso, e agora você quer arrastar uma garota de 13 anos pra essa vida ? Fala sério! Eu estava lá, eu sei o quanto você ficava irado sempre que o papai queria te levar pra caçar.

Sam enrigeceu os ombros para o irmão o lançando um olhar de desaprovação.

— Qual é Dean, vamos ser sinceros, você sabe bem que essa não é a questão.

— A não ? Então me diz qual é.

— VOCÊ ! Tentando fugir disso, tentando se esquivar das suas responsabilidades,  usando a primeira desculpa que vem em mente.

— O que ?

— Ela está nisso agora, e faça o que fizermos não vamos conseguir trazer a mãe dela de volta, não vamos poder dar a ela uma vida totalmente normal. Por que uma vez que entra nisso você não pode mais sair, a não ser que esteja morto!  e no fundo sabe que tenho razão.

— Sem querer me intrometer. Mas vocês sabem que dá pra ouvir tudo o que vocês estão falando daqui não sabem ? — Elly os encara pacificamente ainda mastigando um pedaço da torta.

— A ... É, e como você está se sentindo? — Pergunta Sam.

— Honestamente? Estou péssima. Mas não importa o que eu faça ou o quanto chore, minha mãe não vai voltar! e aquelas coisas vão acabar me matando mais cedo ou mais tarde, então que se dane...

A verdade é que Elly estava apavorada, com medo de quando seria a próxima vez que um demônio cruzaria seu caminho.

— Você não vai morrer, não vamos deixar isso acontecer. — Dean a encara de forma discreta e rápida, pegando suas coisas junto as do seu irmão, seguindo até o fundo do impala.

— Aqui não é seguro, então termina sua torta e vamos pegar a estrada. — Sam da um sorriso pequeno para a menina, que o segue até o carro, se sentando no banco de trás.

— Pra onde vamos? — Pergunta.

— Sam e eu temos um caso pra cuidar aqui perto. Vamos deixar você na na casa do Bobby enquanto isso. Ficará segura lá. — Responde ligando o impala.

— Demônios ?

— Potergaist.

— Igual nós filmes? — Elly encara os irmãos boquiaberta.

— Um pouquinho pior...

Elly da de ombros tentando esconder uma leve empolgação a respeito do assunto. Ela sabia que eles jamais iriam permitir que ela fosse até aquela caçada, mas talvez houvesse a mínima chance de os fazer reconsiderar.

— Esse caro é muito maneiro, minha mãe e eu sempre viajamos de ônibus. — O que esse botão faz ? — Elly começa a apertar os botões do painel ligando o som do carro no último volume.

— AÍ — Grita Dean, desligando o som. — Não toca em nada.

— Desculpe. — Sussurra se encolhendo ao fundo.

Sam não admirou nenhum pouco a atitude do irmão, apesar de entender o ciúme que o mesmo tinha com o Impala.

— Não me olha com essa cara não, sabe que detesto que baguncem minhas coisas. — Resmunga.

— Dean, ela só está curiosa, pega leve.

Ainda na estada, com um grito repentino de Elly, os irmãos se viraram para o banco de trás o mais rápido possível. E por pouco Dean não perdeu o controle do veículo. Por sorte, o motivo do grito não era nada ameaçador.

— É um demônio. — Ela grita apontando para o homem de sobretudo que magicamente surgiu ao seu lado.

— Eu não sou demônio... — Responde calmamente.

— Tá tudo bem Elly, ele é nosso amigo. — Sam tenta acalmar a menina que por pouco não se jogou pra fora do carro.

— Fala sério Castiel, não tinha hora melhor pra aparecer não? — Dean o encara pelo retrovisor.

— Me desculpem, estive ocupado procurando informações da arma como me pediram.

— E então, achou alguma coisa?

— Sim, e não... A arma está em posse dos demônios, mais precisamente do Crowley. Estive tentando o localizar todo esse tempo, mas creio que ele se escondeu de mim.

— Que maravilha, e assim voltamos a estaca zero de como acabar com o olho amarelo. — Suspira Dean.

— Não necessariamente... Se os boatos forem verdadeiros o Crowley quer Azazel morto tanto quanto vocês.

— E por que ele desejaria isso ?

— Poder eu acho...

— Seja como for temos que o encontrar depressa, um dos soldadinhos do olho amarelo nos fez uma visitinha a pouco tempo, e eles parecem estar muito irritados.

— Oi, eu sou o Castiel. — Ele acena vagarosamente para a garota que ainda o olhava fixamente.

— O que... O que você é?

— Sou um anjo do senhor.

Elly o olha desconfiada imaginando se de alguma forma aquilo poderia se tratar de uma piada.

— Prove. — Pede determinada.

— Está bem. — O anjo toca sob a testa da menina devagar fazendo com que todos os seus ferimentos desaparecem instantaneamente, incluindo seu ombro dolorido.

— Uou... — Suspira. — Isso é incrível, vocês conhecem um anjo. — Ela lança um sorriso grande para Castiel como se admirasse um grande cristal.  — Como é lá no céu ? Vocês caminham em nuvens? — Pergunta empolgada.

— A...na verdade o céu é como cada um de vocês o imagina, uma memória de um lugar que faça parte de uma lembrança feliz... Varia muito.

— Ou... — Elly encolhe os ombros parecendo decepcionada.

— Você, se sente frustada com isso? — Ele pergunta.

— Não, na verdade parece incrível. — Da de ombros. — Eu só não faço ideia se tenho uma memória feliz...

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