✧Possessão✧
Elly
A minha cabeça nunca esteve tão confusa quanto agora. E nunca as palavras tiveram tanto peso até que eu escutasse: "estou decepcionado com você"
Ouvir aquilo do meu próprio pai foi uma das piores coisas que já me ocorreu, e sem dúvidas me causou enorme tristeza. No fundo eu teria preferido mil vezes ser castigada severamente do que apenas ser ignorada...
E foi assim até o chegarmos em casa outra vez, um completo silêncio...
—— Vai pro quarto. — Ordena assim que descemos do carro.
— Pai, será que a gente pode conversar melhor? — peço na tentativa de tocar no assunto das garrafas. — Eu sei que está irritado, mas tem uma coisa que eu gostaria de dizer e não quero que mais pra frente me culpe por não ter dito antes.
— Está bem. — diz, me encarando seriamente.
— Lá no cemitério eu explodi algumas garrafas...mas não foram com a arma. — Encolho os ombros me sentindo levemente envergonhada. — Eu sei que não entendo esse poder, e tenho consciência do quão burra fui por mexer com isso...mas de alguma forma eu consegui controlar, então achei que você iria gostar de saber.
— OK...
foi a única coisa que ele disse...
— OK ? — Repito um pouco decepcionada.
— O que mais quer que eu diga ?
— Eu não sei, pensei que fosse gritar comigo ou sei lá...ficar feliz por que essa coisa Finalmente está ficando sob controle.
— Vai pro seu quarto! — Ordena mais uma vez dando as costas logo em seguida. Deixando-me sozinha em meio a sala.
— Tudo bem, Boa noite... — Suspiro indo pra cama.
•••
Se passaram horas, o sol já havia nascido e meus olhos não se fecharam em nenhum momento. Passei todo resto daquela noite apenas remoendo a ideia de que agora mesmo eu poderia estar na cadeia... Me sentindo mal por ter colocado meus amigos em risco, e acima de tudo chateada por ter decepcionado as pessoas que amo...
— Bom dia. — Forço um sorriso pequeno para meu pai que não o retribui.
— Toma seu café— Ordena. — Quando acabar pode voltar pro seu quarto.
— E a escola? — Pergunto confusa.
— você não vai voltar pra lá!
— O que ? — Deixo a xícara cair de minhas mãos com o susto cortando acidentalmente meu dedo. — Aí...
— Não confio o bastante pra te mandar pra lá de novo. — Responde olhando atentamente para o sangue que se formava em meus dedos.
— Por favor, pode me castigar de qualquer forma possível. Mas não me tira de lá... não faça com que eu tenha que me enturmar de novo, me despedir dos meus amigos, eu não aguento mais fazer isso. — Não consigo segurar as lágrimas que correm pelo rosto.
— Devia ter pensado nisso antes de fazer o que fez. Sair por aí de madrugada colocar seus próprios amigos em risco! Isso não tem perdão Elly...e eu sei que você não vai esquecer aquele maldito caso imaginário.
— Por favor, só...por favor.
Eu não sabia o que dizer, ou quais argumentos usar, por que tinha total convicção do meu erro. Estava de fato arrependida por agir de forma imprudente.
Mas eu não queria aquilo, não queira ficar longe dos meus amigos, ter que dizer adeus mais uma vez...
— Por favor Papai... não faz isso. — Imploro o abraçando forte.
— Bom dia! — Sam estava com seu mesmo humor de todas as manhas, mas assim que percebeu minhas lágrimas, sua expressão mudou completamente. — O que aconteceu?
— Nada, eu só estou fazendo algumas mudanças com base nos últimos acontecimentos! — Responde Dean me afastando do abraço.
— Tio Sam por favor, por favor diz pra ele não fazer isso. Eu não quero mudar de escola, não quero ficar longe dos meus amigos.
— Vai mudar ela de escola ? — ele pergunta parecendo surpreso. — Não tinha me dito nada disso ontem.
— Eu decidi agora de manhã.
— Dean eu sei que ela errou feio, mas de verdade pra mim a Elly parece bastante arrependida.
— Não é suficiente!
Aquilo não podia ser real...as coisas estavam indo de mal a pior e eu não tinha ideia do que fazer para concertar, não sabia nem se isso era possível.
E vendo os dois discutirem sobre o o meu futuro, sinto aquela maldita dor de cabeça repentina mais forte do que nunca.
— Não...por favor de novo não. — Grito com as mãos na cabeça sentindo minha visão se apagar pouco a pouco...
Temi que quando abrisse os olhos eu estaria bem diante de Azazel como da última vez.
Só que foi diferente...
Eu estava no colégio, observando uma fumaça negra escura voar por entre os corredores. Eu a sigo depressa correndo o mais rápido que pude, foi só aí então que percebi a direção pra onde ela iria.
— LAYLA. — Grito tentando a alcançar de alguma forma mas nada acontece.
Ela estava sozinha no banheiro, não tinha ninguém a sua volta que pudesse testemunhar aquilo, e foi aí então que aquela terrível fumaça entrou pela sua boca...Vi o brilho de seus olhos verdes desaparecerem, e pouco a pouco se transformarem em uma imensa escuridão.
•••
— Elly acorda! — Ouço a voz do meu pai mais uma vez voltando minha consciência para o bunker.
— A Layla...ela precisa de ajuda. — Falo em desespero.
— O que aconteceu, o que foi que você viu ? — Pergunta Sam.
— Um demônio, ele vai possuir ela, nós não podemos deixar. — Tento sair correndo para fora sendo impedida pelo meu pai que agarra firme em meu pulso.
— Elly se acalma, se alguma coisa foi atrás da sua amiga nós vamos tentar impedir, mas você vai ficar com o Bobby.
— Nem pensar. — Rosno. — Pode me trancar aqui se quiser mas eu juro por Deus que dou um jeito de sair. Não vou ficar de braços cruzados enquanto a minha...amiga, é feita de brinquedo de um demônio...
— Mais que garota mais teimosa. — Sorpa.
— Dean se vamos agir tem que ser agora! — Alerta Sam.
— Ta tudo bem...que se dane então. Vamos logo.
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Minha Pequena Winchester
FanfictionE se Dean winchester descobrisse que tem uma filha ? Elly é apenas uma criança quando presencia sua mãe ser morta por uma figura de olhos amarelos. Assustada, a menina tem agora a terrível tarefa de encontrar o seu pai e torcer para que ele a proteg...