7. Despertar

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Atalanta se sentiu renovada em forças. Era como se Ingrid fosse uma parte de sua alma. Sentia-se completa e pronta para atacar.

- Como se acaba com essa coisa? - Taylor berrou, do outro lado. O Troll-Esquelético se virou para ele, arrastando seu enorme braço com toda força pelo chão.

Mesmo que desesperada com a situação, Atalanta ficou feliz em ver que Taylor estava totalmente focado na luta agora. Seu exemplo de batalha tinha forçado o garoto a lutar contra seus próprios demônios.

Mas bem, sobre a pergunta... Ela ainda não tinha muita ideia. Para falar a verdade: não tinha nenhuma.

- Apenas... vamos tentar colocar pressão. - ela disse para Taylor, que recuava tentando escapar daquele vasto golpe.

- Argh. - respondeu ele, arfando. - Vamos precisar de algo melhor do que isso.

Você também podia ajudar com isso. Atalanta pensou. Já estava exigindo demais daquele garoto assim.

Aproveitando o foco em Taylor, ela avançou.

Aos golpes, tentou deixar o máximo de dano possível antes da criatura virar sua atenção para ela. 

Como se matava algo que já estava morto? Era a questão principal no momento.

A criatura obedecia a mesma regra que os esqueletos menores. Seus ossos eram fáceis de quebrar e desprender do corpo, mas, de alguma maneira, eles acabavam sempre voltando, o que tornava o esforço bem desgastante e inútil com o tempo.

Da primeira vez, tinham ganhado porque tinham conseguido um golpe de grande impacto e de grande alcance repentinamente. Agora, aquilo não parecia muito possível. Atalanta não conseguiria ganhar tempo sozinha para Taylor derrubar mais uma árvore ou algo do tipo. Mesmo tendo características semelhantes, o Troll tinha ataques bem mais fortes e letais.

Atacava. Recuava. Desviava por um triz. Era um looping infinito e sem objetivo. Todos os seus ataques se tornavam em vão no momento em que recuava.

- É inútil. - Atalanta disse. Estava ofegante. - Completamente inútil.

- Precisamos... golpeá-lo! - Taylor disse, tentando acertar o máximo de socos possível. 

Repentinamente, o monstro esticou seus dois braços gigantes, desferindo um golpe de maior área possível. Taylor foi atingindo de frente, enquanto Atalanta saltou para atrás afim de escapar por pouco.

- Argh. - Taylor estava no chão. - Você é rápida. - ele notou. - Precisa golpeá-lo assim.

O monstro não cansava. Com Taylor debilitado, ele se voltou para Atalanta. Com o punho direito, atingiu o chão à sua frente com força, levantando poeira. Se não fosse a velocidade de Atalanta...

Ela conseguia entender o que Taylor queria insinuar, mas achava que o garoto estava sendo um pouco ingênuo. Sim, ela podia ser rápida, mas o quão veloz ela teria que ser para golpear aquele monstro tantas vezes para que ele não tivesse tempo de se regenerar?

Sentiu Ingrid tremer inquieta em sua mão esquerda. A espada estava tentando lhe dizer algo?

Mais uma vez, Atalanta escapou de um golpe. Dessa vez uma tentativa vinda da esquerda.

Ela conseguia ser rápida. Mais rápida que qualquer golpe dele.

Sua mão esquerda novamente formigava. Era como se sua espada estivesse lhe passando confiança.

Você já virou situações usando isso antes.

O Lestrigão no Monte Otris tinha sido derrotado com a incrível velocidade de seu golpe. A Górgona em Cleveland tinha sido decapitada antes mesmo que pudesse usar seu olhar. A Quimera em Orlando não conseguiu nem lhe acertar com sua velocidade.

A Guerreira da Eternidade (Percy Jackson)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora