8. Punhos e Espadas

13 1 0
                                    

Jamie, minha querida. Eu te amo.

Atalanta tremia. Já fazia algum tempo desde a última vez que ela tinha tido um pesadelo daqueles. 

Por quê agora?

- Não que eu me importe, é claro. - Taylor acrescentou à sua frase anterior. - Mas o que aconteceu? Pensei que você não tivesse, sabe... sonhos de semi-deus.

- Não foi isso. - a garota tratou de afirmar. Com um pouco de esforço, ela tentou se sentar, recostando-se na parede. - Foi... - sua voz se perdeu.

- Foi...? - Taylor clamou para que era continuasse.

Imediatamente ela se retraiu. Por quê deveria contar aquilo para Taylor? Não devia nada a ele.

- Não é do seu interesse. - ela cortou rapidamente.

Taylor não parecia estar esperando aquela resposta. Fechou a cara, com a mudança repentina do rumo da conversa.

- Ah, como quiser, então. - ele disse, se levantando. 

A medida com que ele caminhava para o portal de entrada da caverna, Atalanta conseguia ouvir alguns palavras como mesquinha, metida e convencida.

Bem, ele podia achar o que quiser. Ela não dava a mínima. Não iria contar para aquele cara sobre seu passado. Não contava para ninguém.

Taylor parou em frente a entrada e por lá ficou, com os braços cruzados.

Atalanta olhou para baixo. Não tinha muitos ferimentos graves. Tinha um arranhão leve na barriga e um outro mais profundo no braço esquerdo. Pelo que parecia, alguém, provavelmente Taylor, tinha dado um jeito de tratar uma infecção ali. Imediatamente se sentiu um pouco mal por ter agido daquela forma com o garoto.

Não, você não precisa se sentir mal por isso. Ela pensou. 

Ninguém precisava saber daquilo. Atalanta não precisava que ninguém sentisse pena dela. Havia prometido isso, desde aquele dia com Ethan.

Mas, de toda forma, ainda precisava tratar Taylor melhor... O garoto havia lutado pela vida com as palavras e ações de Atalanta. Ele podia ser um maluco, inconveniente e chato muitas das vezes, mas ela ainda precisava dele ali. Precisava conseguir o elo que o general esperava que ela conseguisse. O futuro da ilha dependia disso.

Bastou um pouco de esforço, mas ela conseguiu se levantar.

Com o peito um pouco mais leve, reparou que Ingrid estava ali, inteirinha, no canto da parede. Não havia tido tempo para processar ainda, mas era incrível o fato da espada ter atendido seu chamado. A cada dia, a espada lhe surpreendia mais. E provavelmente, não pararia de surpreender.

O escudo em estava em formato de bracelete, no braço direito. Mesmo sem estar estendido, Atalanta conseguia identificar alguns danos no material. Era de se esperar, com a quantidade de golpes que o mesmo tinha recebido.

Certo, precisava falar alguma coisa. 

Atalanta caminhou em direção à Taylor, na entrada da caverna.

Estavam em um ponto alto, provavelmente no meio de uma montanha. A vista à frente se estendia ao infinito com as copas e troncos de árvores de diferentes tamanho. O céu da noite era escuro, mas estrelado, como era comum na ilha. Um certo vapor denso subia da selva, devido à umidade elevada do local.

Àquela altura, Atalanta não tinha a ideia de onde estavam mais. A única pista que tinham para encontrar a conselheira Têmis era aquele garoto esverdeado, Angústia. Não dava para saber quando é que ele daria as caras novamente. 

Chegaste ao fim dos capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jan 03, 2023 ⏰

Adiciona esta história à tua Biblioteca para receberes notificações de novos capítulos!

A Guerreira da Eternidade (Percy Jackson)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora