Capítulo dez

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Tudo a encanta e admira

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Tudo a encanta e admira.

Nina brilha e quando ela me olha outra vez, é melhor que quando eu tinha seis anos e achava que seus olhos eram mágicos.

Porque aos seis anos Nina me olhava como se tentasse se desculpar e agora ela me olha como se quisesse me agradecer.

Eu sinto como se não coubesse dentro de mim mesmo. Ciente de que isso não determina nada sobre nós ou sobre nosso futuro. Nina ainda tem a vida dela em outra cidade, ainda tem seu passado e traumas. Muita coisa mudou e não é uma noite em um bar que vai nos fazer continuar de onde paramos. Não a partir do banco da praça, mas a partir dos nossos 18 anos, quando eu engoli um "eu te amo" e cuspi um "boa sorte". Eu assisti Nina subir em um ônibus sem passagem de volta e sem espaço para mim em sua vida. Sem coragem de prometer que impediria seus pais de se aproximarem dela outra vez caso ela decidisse ficar.

Mas aos 18 eu não tinha nada para oferecer à Nina, nada além do meu amor. Parecia irreal confiná-la aqui.

Para ser honesto ainda parece.

Mas me sinto mais leve só de colocar isso para fora, de permitir que ela saiba que por muito tempo ela foi tudo o que eu quis, mesmo quando ela passou a ser uma parte do meu passado sem perspectiva nenhuma de presente ou futuro.

O que eu disse foi real. Por tempo demais o mantra de minha mãe, que hoje creio que tenha sido em grande parte seu desejo, me consumiu de dentro para fora, germinou sem que eu percebesse e nenhuma mulher parecia boa o bastante.

Nenhuma mulher pisou nessa casa, ou dormiu em minha cama, ou sentou no balanço.

Eu sentia como se qualquer uma pudesse manchar a imagem que eu tinha de Nina ali, como se eu a desrespeitasse de alguma maneira.

É o que digo a ela quando me pergunta se Kelly frequentava minha casa durante o nosso namoro.

— É tão linda por dentro, Benhur. Tu fez um ótimo trabalho — ela elogia, deslumbrada. — Eu devia ter aparecido aqui antes.

— Não fica se lamentando, não te trouxe aqui pra se arrepender de nada — digo me referindo ao passado e ao futuro.

— Eu sei — ela sopra em minha direção e se estica para me beijar.

Por um instante parece que vou flutuar. Nina está aqui, está em minha casa e me beija a boca. Quero ser romântico, juro que quero, mas ela pressiona o quadril contra o meu e não há romantismo quando meu pau endurece.

Agarro suas coxas a puxando para meu colo, a carregando para meu quarto, deixando só um abajur aceso, porque é um desperdício ter Nina se eu não puder vê-la corando e sorrindo quando eu a fizer gozar de novo.

A deito sobre a cama e deslizo sobre ela, ela puxa minha camiseta e deixa as mãos desbravarem todo meu peito e costas. Se demora em cada músculo, em cada curva e eu não vejo a hora de retribuir o gesto. Tiro a calça irritado com a maneira que meu pau se contorce espremido contra o jeans, arranco a cueca junto, impaciente.

Agora foram quatroWhere stories live. Discover now