Adeus papa

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  " — Sempre imaginei que Henry estivesse por aí, se escondendo nas trevas – Martin Brenner cruzou as mãos na mesa — mas era apenas uma intuição. Até agora.

— Até agora, ele fez duas vítimas – Sam Owens entrou na sala e entregou uma pasta para Eleven — Quando eu vi os olhos delas,tive certeza que era ele, mandando um recado de que está de volta.

No fundo Eleven sabia que o tal retorno de Henry, era para garantir o reencontro dos dois. E ele usaria tudo e todos para isso. A respiração de Eleven ficou ofegante pensando na possibilidade de seus amigos já terem passado na mão dele.

— Minha irmã, meus amigos – os olhos de Eleven marejaram.

— Até onde sabemos, todos estão bem. – Owens a tranquilizou.

— Mas não vou mentir para você Eleven – Brenner interrompeu — Mas seus amigos estão correndo grande perigo. Henry está tentando romper as barreiras entre os dois mundos e quando isso acontecer, será o fim de Hawkins. "

Aquela conversa ainda ecoava na cabeça de Eleven como um relógio dando badaladas. Desde a descoberta que o 001 era Henry Creel até o plano dele insano, e suas memórias do dia que ela abriu um portal mandando ele para um inferno particular. Afinal era isso que a ligava a ele todo esse tempo, e Eleven não era tão diferente dele, isso que a apavorava, tanto quanto ela se arrastava na areia fina tentando fugir do laboratório.

Uma van e um carro preto pararam juntos perto do posto secreto do laboratório.

— O que está fazendo aqui Byers? – Jack Sullivan saltou do carro encarando o garoto.

— Vim buscar a Eleven – Jonathan disse firme.

— Lamento informar mas ela não vai sair daqui com vocês.

Jack disse isso e caminhou até a direção de Eleven, que até então os garotos não haviam a visto no chão, e a alguns metros dali Martin Brenner também se arrastava querendo que sua filha o escutasse.

— Então nos encontramos de novo Brenner. – Jack encarou o diretor, que ergueu a cabeça.

— Fique longe dela Sullivan... ela...

— Ela nunca deveria ter acontecido Brenner, nem ela e nem a irmã.

Agora Eleven olhava o coronel com o cenho franzido, ele estava falando de Joanna?

— Vamos garota, vamos te levar pra longe daqui. – Jack Sullivan estendeu a mão mas em seguida levou até sua própria garganta, sentindo o ar lhe faltar.

— Fique longe de mim! – El se levantou com a mão estendida.

— El não! – Mike e os demais correram até ela.

Eleven levou algum tempo até assimilar que Mike estava ali, e só então soltou Jack e correu pros braços do garoto.

— Mike!

— Eu disse que viria atrás de você. – Mike beijou sua testa e depois deu atenção para o dispositivo no pescoço dela, mas El mesmo tirou, jogando longe, quase perto de Brenner.

Jonathan guiou os menores em direção a van, mas Jack sacou a arma apontando pra eles.

— A Eleven fica.

Jack encara principalmente Jonathan que entrou na frente do irmão e dos demais garotos. Se ele tivesse que atirar agora, esperava que um dia sua filha o perdoasse, pois para Sullivan o mais importante agora era parar Eleven e faria de tudo pra isso acontecer.

Ainda sem conseguir se movimentar muito, Brenner tenta chegar no bolso interno do seu paletó, onde havia um revólver.
Ele errou com Eleven e sobre ela, mas não permitiria errar quando se tratava de Henry, a garota era a única esperança dele no momento.

— Ela vai. – Brenner fala apontando o revólver na direção de Jack.

— Você não vai fazer isso, Brenner – Jack agora também apontava pra ele.

Os garotos aproveitaram a distração pra entrarem na van, mas Eleven os puxou na direção do helicóptero que estava pousado há alguns metros dali.
Jack se virou rapidamente, não podia perder a garota assim, Jack atirou no mesmo momento que Brenner.
Os garotos se abaixaram, mas não pararam de correr, pra sorte não havia nenhum ferido, quando subiram a bordo e obrigaram o piloto a levantar voo.
Jack colocou a mão abaixo da costela, onde estava a maior concentração de sangue, ele olhou para o diretor no chão, que largou a arma e tentava manter sua respiração estável.

— Você nunca deveria ter começado isso, Brenner.

— Você nunca me impediu Sullivan.

Jack se sentou no chão, se lembrando do passado quando de alguma forma fazia parte do instituto e do laboratório ao lado de Martin.

— E olha agora, você não tem controle nenhum da situação.

— Eu sei – Brenner suspirou — Mas eu confio na Eleven e nos amigos dela, para salvarem o mundo.

Jack Sullivan fechou os olhos, era óbvio que Clarisse sua filha, teria se envolvido nisso tudo, e esperava de fato que ela nunca soubesse da que a parte dele já existiu nisso. Sullivan estava longe de saber como isso iria acabar, mas ele tinha certeza que não poderia ajudar Clari.

Martin Brenner abriu os olhos pela última vez, quando o helicóptero levantou voo e deu a volta.

— Adeus, Eleven – ele disse baixo.

— Adeus, papa. – El disse num sussurro, e então se virou para os meninos — Precisamos ir para Hawkins.

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