LEAL - [LIVRO FINALIZADO]

158°

Ana Luíza|Analu 🌪️

Por conta das últimas invasões o Uber me deixou um pouco distante da entrada do morro. Paguei ele, o mesmo me ajudou a tirar a mala do carro e eu agradeci.

De longe vi três viaturas na entrada, e os policiais estavam revistando tudo mundo que saia ou entrava do morro, e pelo visto eu também seria revistada né? Aff.

Fui na direção onde tinham umas pessoas em formato de fila, e quando chegou na minha vez o policial me olhou com uma cara de deboche.

Policial: Está perdida por aqui princesa? Não consigo acreditar que uma mulher como você more nesse lugar.- encarei ele séria.

Ana Luíza: Vai olhar a mala também?- falei seca.

Policial: Gomes olha a mala aí dessa princesa.- o outro policial abriu minha mala.- Você mora aqui?- neguei.- E tá indo pra onde com tanta roupa?- olhou pra minha mala que estava no chão.

Ana Luíza: Estou indo passar o final de semana na casa de uma amiga.

Policial: Mesmo sabendo como aqui está perigoso? Você é uma bela amiga.- passou a mão no meu rosto e eu afastei.

Ana Luíza: Já posso seguir meu caminho?- falei séria.

Policial: Vai lá marmitinha de bandido.- debochou.

Minha vontade era de voltar e xingar ele mas eu poderia ser presa por desacato ou até mesmo ser forjada né? Então fingi que não escutei e segui meu rumo.

Um pouco mais acima tinha uma barricada onde os meninos estavam fazendo a proteção do morro e assim que me viram liberaram minha passagem.

E não demorou nem um minuto pro meu celular tocar e quando olhei na tela era o Henrique.

📲[Ligação] minha vida ❤️
Caveira: Tu é teimosa né pô? Porque não me falou nada mano? Sabe que eu não quero que tu fique vindo pra cá e sozinha piorou.
Ana Luíza: Oi pra você também amor, estou bem e você? Saudades também.
Caveira: Debocha não caralho.- falou sério e eu desliguei na cara dele.
📴

Sou muito trouxa mesmo né? Venho ver ele, passo humilhação e ainda sou recebida dessa forma? Quer saber? Ele que se lasque!

Sei que é preocupação mas aconteceu alguma coisa comigo? Não, estou ótima!

Não consigo entender, o morro está de boa e ele fica evitando minha presença aqui porque? Só pode está escondendo alguma coisa de mim né?

Ele continuou me ligando e eu coloquei meu celular no mudo e fui pra casa da Nayara.

Cumprimentei os meninos que estavam fazendo a segurança e entrei.

Ana Luíza: Tem alguém em casa?

A Nay estava deitada no colo do Ph e levantou correndo assim que me viu e me abraçou forte.

Nayara: Amiga que saudades!!! Porque você não me avisou que ia vim pra cá sua vaca?- me deu um tapa.

Ana Luíza: Era surpresa né?- abracei ela.- Cadê a princesa da dinda?

Minha afilhada estava sentada no tapete com um monte de brinquedos em volta.

Ela já está andando e veio toda desengonçada na minha direção. Peguei ela no colo e comecei a encher de beijinhos e mordidas.

Ana Luíza: A dinda estava morrendo de saudades da minha gordinha gostosa!

PH: Pelo visto de mim ninguém tem saudades de mim né pô?

Ana Luíza: Ahhh para de drama. Também estava morrendo de saudades de você feioso.- sentei do lado dele e abracei o mesmo.- Vocês me fazem tanta falta.- meus olhos encheram de lágrimas.

PH: Depois eu que sou o dramático né?- me deu um empurrãozinho.- Cadê meu irmão? Deve tá felizão que tu tá aqui.- rir debochada.

Ana Luíza: Felizão? Mal botei os pés aqui e ele já me ligou me enchendo de desaforo.- falei bolada.

PH: Preocupação irmã, a parada aqui tá complicada pô.

Ana Luíza: Não quero falar sobre o Henrique não.- ele assentiu.- Quero saber de vocês, como estão às coisas? Às novidades? Parece que tem anos que não venho aqui.- suspirei.

Nayara: Parece não, faz tempo que você não vem aqui mesmo.- falou brava.

A gente começou a conversar sobre vários assuntos, e um tempo depois a Maysa e a Helô desceram pra cá também e nem preciso dizer que virou bagunça né?

A Nay fez o Ph ir comprar cachaça pra gente e quando ele voltou trouxe até carne e acabamos fazendo um churrasco, o Tatu e o Dg também vieram pra cá, menos o Henrique que me mandou mensagem dizendo que a Jady estava passando mal, e eu só visualizei e nem respondi.

Heloísa: Passando mal? Aquela mona é uma sínica do caralho. Quando eu saí de casa a vaca estava comendo um balde de pipoca e assistindo filme.- falou bolada.- Só o otário do meu irmão que não ver o fingimento dela.

PH: Ele tá fazendo o papel dele de pai pô, vocês também tem que entender o lado dele.

DG: Papel de pai é uma parada, ser palhaço é outra Ph.

Tatu: Dg tá certo pô! Aquela mina tá se aproveitando demais do Caveira e só ele não ver essa parada.

PH: O cara já perdeu um filho pô, e com a mulher que ele ama. Agora ele só não quer cometer o mermo erro mané.

Não sei como esse assunto do Henrique parou na roda mas depois que o Ph falou do filho que perdemos me senti mal e levantei indo pra dentro de casa.

Nayara: Você também não pensa antes de falar né?- escutei ela brigando com ele.

Sentei no sofá e me enrolei em um cobertor que estava ali.

PH: Foi mal irmã.- sentou do meu lado.- Não devia ter falado aquela parada.

Ana Luíza: Tá tudo bem, é que lembrar machuca um pouquinho.- ele assentiu e me abraçou de lado.

PH: Foi mal mermo, minha intenção não era te deixar mal não pô. Sou burro demais mané.

Ana Luíza: Tá tudo bem Pedro, fica em paz.

PH: Olha quem chegou lá.- apontou com a cabeça.

Quando olhei era o Henrique que estava cumprimentando o pessoal.

PH: Bora lá pra fora?- concordei.

Voltamos pro quintal, e eu simplesmente fingi que não vi o Henrique e sentei ao lado da Helô. Ele também não veio falar comigo e só ficou me encarando.

Caveira: Bora pra casa também Analu?- fiquei muda.- Tô falando contigo pô.

Ana Luíza: Nay vou arrumar minhas coisas lá no quarto de hóspedes tá?

Nayara: Tá bom amiga.

Caveira: É isso mermo Analu?- falou bolado e eu ignorei.- Jaé.- ele deu às costas e foi embora.

Nayara: Vocês dois é foda viu.- falou rindo.

Ajudei a Nay a organizar a casa e também guardar às coisas e depois fui pro quarto. Tirei a make, tomei um banho rápido, coloquei meu pijama e me joguei na cama. Peguei meu celular e tinha um monte de mensagem dele mas eu nem se quer li.

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